terça-feira, janeiro 31, 2006

Estratégias de Lisboa



O choque tecnológico parece ameaçar ser bem real.
Agora veio Bill Gates a Portugal dar uma ajudinha:

«A Microsoft Portugal pretende formar um milhão de portugueses em tecnologias da informação nos próximos cinco anos

Falta agora resolver o dossier MIT.

Com a Microsoft e o MIT a apostarem em força no nosso País, qual é a desculpa que teremos no futuro para não saimos da cepa torta?

Mártires da Pátria

Manuel Alegre resolveu faltar à Comissão Política do PS para jantar com apoiantes seus no Bairro Alto (a repórter da 2: estava lá!). Não deve estar satisfeito com a intenção de Sócrates de pôr um ponto final na questão das Presidenciais, sem qualquer tipo de guerras internas, o que lhe retirará o palco mediático.

Entretanto, já serve de desculpa para situações destas.
(Será que Fátima Felgueiras foi perseguida por apoiar Alegre??)

É, pois claro, a continuação do Descrédito...

Alegria! Alegria!

«Alegristas vão disputar eleições internas no PS»

«"Quem está dentro do PS deve envolver-se nas lutas internas para os órgãos do partido. Essa é mesmo uma obrigação dos militantes, umas vezes apoiando os dirigentes que estão em funções, outras vezes apoiando ou apresentando candidaturas alternativas. Um partido aberto deve funcionar nestes moldes", avisa Ana Sara Brito, que foi directora da campanha presidencial de Alegre e tem assento na Comissão Nacional do PS.»

Temos pois Ana Sara Brito como coordenadora do Movimento Cívico de Alegre e das Movimentações Partidárias dos Alegristas.

É o Descrédito total...

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Movimento Cívico Porto-Gaia


"Aponta-me uma passagem,
P'rá outra margem."



Paulo Rangel, Deputado do PSD pelo círculo do Porto (ex-Secretário de Estado da Justiça) relança a ideia da fusão entre os Concelhos do Porto e de Gaia.

Para tal, pretende lançar um Movimento Cívico movimento cívico para a união dos dois concelhos, para que o assunto seja devidamente debatido.


A união entre os dois Concelhos permitiria criar uma só cidade com 210 quilómetros quadrados e 560 mil habitantes.
Segundo Paulo Rangel, a fusão dos municípios do Porto e Gaia é a única forma de, em 2010 ou 2012, existir uma cidade que constitua um verdadeiro pólo de atracção. Com a fusão seria possível "reduzir custos administrativos, gerir o rio (Douro) de forma diferente, unir dois centros históricos e ainda revolucionar o planeamento e ordenamento das duas cidades"

Rio Fernandes, um geógrafo do Porto, chega a defender a criação de uma grande metrópole, que integre não dois mas seis concelhos da região.

Depois de tanto ouvirmos falar da criação novos Concelhos, dos 50 projectos de Regionalização e do natural descontrolo completo das finanças do Poder Local, eis finalmente uma ideia interessante.

Claro que o Movimento Cívico de Paulo Rangel terá a forte oposição dos caciques locais e dos bairristas esquizofrénicos.

O que não deixa de ser um bom sinal.

domingo, janeiro 29, 2006

Ponto Final


Há uma semana atrás, por esta hora, já Cavaco Silva sabia ser o próximo Presidente da República. Ponto final nestas Presidenciais.

(Recomendo a visita às foto-galerias no site do expresso, origem das fotos aqui colocadas esta semana.)

The Day After - Comunicação Social & Sondagens


No campo da comunicação social, estas eleições presidenciais ficam marcadas por duas novidades:
A ausência de debates durante a campanha eleitoral;
A publicação de um tracking-pool pelo Diário de Notícias.

A novela dos debates, numas eleições com Cavaco como protagonista, era inevitável.
O professor fez-nos o favor de comparecer aos debates que quis, quando quis, e como quis.
Desta forma, houve debates um mês antes das eleições, antes do Natal e do Ano Novo.
Este facto teve influência nos resultados eleitorais?
Sobre este aspecto, apenas se pode verificar que os dois vencedores do ciclo de debates, Louçã e Soares, atingiram nessa altura os melhores scores nas sondagens e acabaram com os resultados que se viu.

O tracking-pool do DN/TSF/Marktest foi também uma marcante novidade.
Este mecanismo estatístico foi publicado diariamente nestes orgãos de comunicação durante os 15 dias de campanha que antecederam as eleições.
Na primeira semana da campanha eleitoral, o tracking-pool da marktest assentou numa amostra de 600 indivíduos, estratificados por quotas. Esta amostra foi sendo renovada diaramente com a realização de 150 novas entrevistas.
Na segunda semana a amostra passou para 1400 indivíduos.
Um tracking-pool não é uma sondagem: serve para tentar observar uma tendência.
Contudo, o DN tratou o tracking pool como se duma sondagem se tratasse, com destaque de 1ª página e citações nos restantes orgãos de comunicação social. Até porque, durante estes 15 dias, nenhuma sondagem foi publicada.
Ricardo Costa avisava que «o tracking poll é um grande método para quem faz uma campanha (partidos, direcções de campanha, centros de estudos eleitorais) mas não sei se o público percebe as nuances de tantas variações». Verificou-se que a própria comunicação social não percebeu estas nuances.
Ou seja, as tendências que 150(!) novas entrevistas podiam revelar, foram lidas como alterações nas intenções de voto.
Graças à disponibilização das fichas técnicas do tracking-pool pela marktest, foi possível detectar fragilidades técnicas do processo de amostragem (aqui, por exemplo).

Até que ponto a publicação de espectaculares alterações diárias contribuiu para a definição de voto dos indecisos?
Pedro Magalhães advertiu no seu Margens de Erro que «poll-driven election coverage squeezes out content that would inform voter's judgment. Poll-driven stories also distort the public's perceptions of the candidates. (...) Candidates are strategists, of course. But the fact that they dramatize their appeals and tailor their messages is nothing new. Such maneuvers are as old as politics itself. What is new is the penetrating intensity with which candidates' activities are exposed, dissected, and criticized

A crescente dependência que os orgãos de comunicação (e os próprios candidatos) vão mostrando em relação às sondagens obriga a que, no futuro, haja um maior profissionalismo no tratamento destas questões.

(A marginalização de que Garcia Pereira foi vítima por parte dos media, em especial quanto à sua participação nos debates, não foi, infelizmente, uma novidade.)

The Day After - Jerónimo, Louçã e Pereira


A excelente prestação de Jerónimo de Sousa nesta campanha eleitoral permitiu-lhe alcançar um bom resultado eleitoral, e reclamar vitória sobre Francisco Louçã, na luta do eleitorado mais à esquerda, agora também ameaçado pelo albergue espanhol que se juntou à volta do Movimento Cívico de Alegre.

Este resultado é o culminar de uma mudança de estratégia notável dos comunistas portugueses, que parecem ter feito finalmente a transição para a sociedade da comunicação (onde Jerónimo de Sousa 'resulta', mesmo quando não consegue falar).
Longe parecem já os tempos em que qualquer dirigente comunista que se prezasse, tinha que falar com aquele entoação das palavras à Cunhal, com os clichés da cassete da luta do proletariado contra o grande capital.
Jerónimo de Sousa, no seu discurso, pôs o comunismo na gaveta, previlegiando os assuntos da agenda política diária, tal como os bloquistas o já haviam feito.
Significará isto que as inevitáveis teses renovadoras estarão a ganhar espaço no PC?
Claro que não. Nunca a linha dura teve tanta força, e da qual Jerónimo de Sousa sempre foi, internamente, uma referência.
As questões ideológicas são cada vez menos mediáticas e ficam dentro das paredes de vidro.
O PC aprendeu com o Bloco de Esquerda: uma coisa é a ideologia, outra é o pragamatismo da caça ao voto.
Aliás, começa a ser difícil distinguir as posições do PC das do Bloco.

É irónico que, após umas eleições onde a esquerda apareceu dividida, tão poucas diferenças se consiga encontrar entre os seus principais protagonistas.

Resta-nos Garcia Pereira, o Astérix do maoímo português que, nas horas vagas, quando não está a defender trabalhadores e patrões, vai dando um ar das suas graças...

sábado, janeiro 28, 2006

The Day After - Manuel Alegre

Nestas eleições presidenciais, a candidatura 'independente' de Manuel Alegre conseguiu mais de um Milhão de votos dos portugueses.

Agora que a campanha eleitoral terminou, das muitas questões que a candidatura de Alegre me suscitaram, gostaria de deixar as seguintes:

1 - Quando Manuel Alegre começou a recolher apoios dentro do PS e a mobilizar o seu aparelho partidário (aquele com que se tinha candidatado a Secretário-Geral do partido) estava muito, pouco ou nada entusiasmado por ser candidato presidencial do PS?

2 - É verdade que Manuel Alegre, quando indirectamente sondado pela Direcção do PS sobre a sua eventual disponibilidade para ser o candidato do PS, se sentiu desconsiderado por ser uma 4ª escolha (após Guterres, Vitorino e Jaime Gama)? Razão pela qual se fez rogado e não deu qualquer resposta?

3 - Quando, em reunião dos orgãos nacionais do partido, de que fazem parte, por exemplo, Manuel Alegre e Helena Roseta, a Direcção do PS apresentou a aprovação do apoio a Mário Soares, por que razão não houve a apresentação de uma candidatura alternativa?

4 - Quem se lembrou de transformar a observação crítica à participação de Manuel Alegre em reuniões do PS onde fosse discutida a campanha presidencial de Mário Soares, num processo de intenção para a expulsão de Manuel Alegre? Helena Roseta, Inês Pedrosa, ou o próprio? Fazia já parte da estratégia de marketing eleitoral para a campanha de auto-vitimização?

5 - Quando Manuel Alegre, no seu discurso de Viseu, concluia que uma candidatura sua apenas iria dividir o PS e o eleitorado socialista (dando a entender que, por esse motivo, não se candidataria) tinha ou não razão? E, na altura, Ana Sara Brito andava já a recolher as assinaturas para a sua candidatura?

6 - Quando Manuel Alegre, no discurso que fez em Águeda de apoio ao candidato do PS à autarquia local, anunciou afinal que sempre iria ser candidato, o que o fez mudar de opinião? E porque razão o fez num acto oficial do PS? Ou seria aquele PS ligeiramente diferente de outros PS's?

7 - Se Manuel Alegre considerava que a sua presença em algumas votações na Assembleia da República não eram compatíveis com a sua condição de candidato presidencial, como foi o caso da votação do Orçamento de Estado, porque razão não suspendeu o seu mandato de Deputado?

8 - O princípio Republicano da renovação, tão caro a Manuel Alegre, é compatível com os seus 30 anos consecutivos enquanto Deputado do PS? O tão criticado aparelho socialista será, porventura, o mesmo que colocou Manuel Alegre em 2º na lista de Lisboa (e não Coimbra) nas últimas Legislativas? E o mesmo que o mantêm como Vice-Presidente da Assembleia da República, com direito a diversas 'republicanas' mordomias?

9 - Se Manuel Alegre, como diversas vezes afirmou, apenas se entusiasmou verdadeiramente com a sua candidatura presidencial quando esta tomou a forma do tal 'movimento cívico', significa que, inicialmente, estaria mesmo disponível para ser candidato pelo PS? Mesmo sem qualquer entusiamo? Apenas por especial favor ao aparelho do PS?

10 - Qual a estratégia de Manuel Alegre nos debates televisivos? Porque razão foi Manuel Alegre incapaz de beliscar Cavaco Silva mas, pelo contrário, não se coibiu de atacar Mário Soares, utilizando argumentos 'políticos' como o das 'sestas' de Soares ou deixando cair a piada dos 'dossiers'?

11 - Porque razão foi Manuel Alegre o único candidato presidencial sempre dependente de sondagens, utilizando as favoráveis como argumento político e procurando descredibilizar todas as outras? Como justificar o vil ataque pessoal que fez a Rui Oliveira e Costa? Porque não fez qualquer comentário à única sondagem verdadeira e manifestamente controversa, o tracking-pool da Marktest? Por lhe darem títulos de 1ª página com base em 150 entrevistas amostrais diárias?

12 - Last, but not the least, porque demorou Manuel Alegre 30 anos a perceber que a verdadeira cidadania, republicana, apenas se exerce fora dos partidos políticos? E se assim continua a pensar, o que ainda o liga ao PS (para além do lugar de Deputado, Vice-Presidente da Assembleia da República, e mordomias associadas)? E porque se fala, entre muitos destacados dirigentes da candidatura de cidadania anti-partidária de Manuel Alegre, na eventual formação de um novo partido político? Ou estarão vários dirigentes do PS com um pé no partido (e alguns na Assembleia) e com outro no tal movimento cívico anti-partidário?

Aceitam-se respostas e sugestões.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Alegre Explicado às Crianças

Atendendo ao 'diálogo' que se vai fazendo por este blog, não resisto em citar na íntegra o artigo de João Manuel Tavares no DN de hoje, «Alegre Explicado às Crianças»:

«Inebriados pela sua vitoriosa derrota, Manuel Alegre e respectiva corte correm o risco de se entusiasmar. Os 20 por cento que obtiveram no último domingo são um resultado surpreendente e, em múltiplos sentidos, admirável, mas convém ter os pés assentes no chão - eles não se devem a nenhum "movimento cívico"; não se devem a uma súbita irrupção de "cidadania"; não se devem às estátuas osculadas; não se devem às 857 declamações da Trova do Vento que Passa; não se devem à incontinência necrológica; eles não se devem, sequer, a qualquer suposta independência partidária, uma alucinação tendo em conta que Manuel Alegre sempre foi um homem do PS e um barão de Coimbra.

A que se devem, então? Devem-se ao facto de o poeta do Mondego se ter apresentado às eleições presidenciais na condição dupla de homem ofendido e de político inofensivo. Esta mistura fez maravilhas nas urnas. Por um lado, Alegre vestiu a pele do sacrificado, do amigo apunhalado por Soares, do homem traído pelo velho compagnon de route, o Júlio César cá do pedaço. Por outro, procurou fazer uma campanha "pela positiva", sem dizer mal de quem quer que fosse (incluindo do "traidor") - e o povo, já se sabe, comove-se sempre com mártires silenciosos e exemplos morais. O homem exibiu uma manifesta impreparação para o cargo durante os debates televisivos, mas como também nunca ninguém acreditou que ele iria ser eleito, votar em Alegre era tarefa fácil. Suponho que algo semelhante a beber uma cerveja sem álcool dá conforto à goela e não se sentem os efeitos.

Agora, ver neste epifenómeno um novo Portugal a nascer, ver em Manuel Alegre o bardo que irá indicar o verdadeiro caminho à nação, só pode ser da ordem do delírio. Nada no discurso de Alegre é novo. Nada remete para o futuro. Da mesma forma que Portas vestia em campanha a pele do Paulinho das feiras, Alegre disfarçou-se de Manelinho das estátuas, numa variação sobre temas patrióticos e generalidades políticas com um cheiro insuportável a naftalina. Uma lufada de ar fresco? Há mais ar fresco em hora de ponta junto ao asfalto da Segunda Circular.»

Querido Aníbal, Sinto-me Tão Só

O Diário da Vanessa no DN.

(Atenção: a Vanessa é uma personagem fictícia da Ana Sá Lopes...)

Uma Ideia da República

A ler o artigo de António Mega Ferreira na Visão, do qual eis um excerto:

«Derrotado claramente nas eleições presidenciais de domingo passado, Soares terá cometido o erro ao candidatar-se a um terceiro mandato? É fácil responder que sim, objectivamente; mas eu entendo que não, por profunda convicção pessoal. Bastaria ver a forma como confrontou Cavaco Silva, ao longo de três meses de uma extenuante campanha, para perceber que, para todos os que votaram nele, a sua candidatura não foi um erro; e que, se o que o PS pretendia era o que fosse melhor para Portugal, então também a escolha da direcção socialista não foi errada.

Se descontarmos os candidatos que foram a jogo apenas para delimitarem territórios partidários, o único que fez uma campanha na qual é possível reconhecer uma certa ideia da república foi Mário Soares. Foi o único que não prometeu o que não podia fazer - e por isso lhe chamaram o candidato do 'não', apenas porque resolveu falar a verdade aos portugueses sobre os poderes presidenciais; o único para o qual o texto constitucional não é letra morta ou relíquia inconveniente; o único que, nem directa nem indirectamente, se deixou embalar pelas sereias da demagogia antipartidária reinante à direita- e, pelos vistos, também entre certa esquerda; não renegou filiações, não escondeu apoios, não disfarçou posições incómodas. Foi igual a si próprio: jogou-se todo naquilo que acredita, como sempre fez. Sem ele, esta campanha teria sido um exercício de temor reverencial da esquerda perante Cavaco Silva; com ele, a vitória do candidato da direita ficou no limite do elegível. Soares sofreu uma derrota, mas não saiu derrotado.»

E ainda...

Muito bem, João Pedro Henriques.

E ainda...

Muito bem, .

Inaceitável

A proposta do BE de que se possibilite o ensino básico noutras línguas que não o português.

Isto é multiculturalismo de pacotilha, e meio caminho andado para a exclusão social, por muito que digam o contrário.

Que se faça isso onde se fala mirandês é uma coisa, seguindo as melhores práticas de vários países europeus com minorias nacionais, agora isto...

Haja lucidez

Miguel Cadilhe, relativamente ao número de funcionários públicos.

quinta-feira, janeiro 26, 2006

The Day After - Mário Soares


Sobre Mário Soares, escrevi aqui o que penso.

Sobre a sua candidatura presidencial, campanha e resultado, tenho que concordar, praticamente na íntegra, com o artigo no DN de hoje de Mário Bettencourt Resendes, «Senhor Presidente, meu amigo...».

«Afinal, sobrevive um "pequeno Portugal" ressentido, que não desperdiçaria a oportunidade de acertar contas antigas, como subsiste também um "Portugal cinzento e sisudo", que não lhe perdoa o optimismo determinado, o cosmopolitismo e o sentido lúdico da vida. E havia ainda - é preciso ter essa lucidez - a percepção de que uma fatia importante do eleitorado o considerava já uma figura com lugar garantido na História e não estava, portanto, disponível para um regresso ao passado.»

Com um considerando adicional: todo o processo de pré-candidatura e candidatura de Manuel Alegre condicionou a campanha de Soares.

Talvez se Soares tivesse estabelecido como objectivo 'apenas' o 2º lugar, a história fosse outra.

Sobre já sabem quem

Ler Miguel Vale de Almeida e Pedro Mexia.

A resposta é NEM PENSAR !

A esta proposta.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

O Coro

Jerónimo de Sousa:

«O Comité Central sublinha que mais que uma «derrota da esquerda» a eleição de Cavaco Silva traduz sobretudo uma derrota dos que, promovendo ou caucionando a política de direita, contribuíram para o desânimo e desesperança de largos sectores da população portuguesa.

Mas também dos que, fazendo coro contra os partidos e idolatrando a «cidadania» em abstracto (como se a participação partidária não fosse uma expressão plena de cidadania e uma conquista de Abril), alimentaram a desconfiança contra a política e os políticos, que Cavaco soube na mesma linha, capitalizar.»

The Day After - Cavaco Silva



Tal como vinha a ser anunciado aos portugueses há mais de um ano pelos jornais, rádios e televisões, Cavaco Silva foi eleito, no passado domingo, Presidente da República.
Não foi o tal 'passeio pela avenida' pretendido, mas Cavaco Silva venceu logo à primeira volta, com 50,6% dos votos.
É uma vitória suficientemente clara.

Em relação ao resto, já quase tudo foi escrito e dito.
Que Cavaco preparou durante 10 anos estas eleições.
Que bastou a Cavaco ir aguentando calmamente a campanha eleitoral (até porque, a Cavaco, os anos já pesam).
Que muita gente (à esquerda e à direita) continua a dormir tão bem depois das eleições como já dormia antes.

Acrescento apenas uns números.
Em 1986 Cavaco Silva perdeu as eleições para Jorge Sampaio com 2 595 131 dos 5 762 978 votos válidos. Agora, vence com 2 745 551 dos 5 529 289.
Ou seja, Cavaco obtém mais 150 420 do que há dez anos atrás (60mil dos quais garantiram-lhe a vitória na 1ª volta).
Por outro lado, votaram menos 233 689 pessoas (60mil das quais garantiram-lhe a vitória na 1ª volta).

E, já agora, um pequeno comentário.
Nestes dez anos, para além de aprender a sorrir e a falar com os jornalistas, de escrever um ou dois artigos de opinião (essencialmente para marcar espaço na sua área política), Cavaco poderia ter trabalhado a sua faceta presidencial.
Podia ter desempenhado funções internacionais, ter exemplos de intervenção cívica, ter dado a conhecer as suas posições sobre os grandes problemas do País e do mundo.
Podia ter compreendido que as críticas, as divergências, o contraditório, a própria retórica fazem parte do político que há em todos nós (nem que seja para discutir futebol).

Cavaco, como bom tecnocrata, preparou o melhor modelo para a sua candidatura e optimizou a sua campanha.
Estudou o estilo de Eanes, Soares e Sampaio para refazer a sua pose.
Sondou quais as palavras-chave consideradas 'presidenciáveis' pelos portugueses.
Enfim, fez o seu trabalho de casa.

Resta-nos esperar que Cavaco Silva faça um mandato à semelhança da sua campanha eleitoral, ou seja, calado e sem exprimir qualquer opinião.
Assim, todos poderemos dormir descansados.

The Day After (cont.)

Uma pergunta que decorre da anterior:

Se José Socrates, porventura, tivesse votado em Cavaco Silva, isso faria dele um anti-soarista pavloviano, ou um calculista maquiavélico?

Notas de quarta-feira

E vai tudo no mesmo post que a Internet por estes lados hoje está exasperantemente lenta:

1. Rui Marques, Alto Comissário para a Imigração, vem defender a concessão aos imigrantes do direito de voto em todas as eleições. Um manifesto disparate por duas razões:
a) quem quiser participar pode adquirir a nacionalidade portuguesa com relativa facilidade, e a dupla nacionalidade é sempre possível;
b) com as alterações à Lei da Nacionalidade que aí vêm, realmente acaba por não fazer sentido...

2. É de todos conhecido o que eu acho do BE e de Louçã, mas isto não diria.

3. Não concordando com a totalidade do post, revejo-me em muito do que aqui escreve Paulo Pedroso.

4. Escusado será dizer que concordo quase em absoluto com o Adolfo Mesquita Nunes.

5. Um fantástico texto sobre Mário Soares.

6. A verdade vem sempre ao de cima.

7. Já agora, Manuel, permita-me explicar-lhe que tal situação se deve às malfadadas quotas e às sensibilidades internas do PS/Coimbra...

8. Por muito que me custe, Constança Cunha e Sá tem toda a razão.

9. É necessário que a Polícia possa actuar devidamente. Isto é vergonhoso.

10. O Filipe Gil não gostou, mas eu pelo contrário concordo por inteiro. Será excesso atirar contra um ladrão que desarmado entra na nossa casa ? Com a medida pura e simplesmente se pretende não punir quem está a defender-se !

terça-feira, janeiro 24, 2006

The Day After

Estando finda esta maratona que foi a campanha eleitoral das eleições presidenciais, julgo adequado fazer-se neste blog uma calma reflexão sobre os resultados eleitorais ao longo dos próximos dias.

Da minha parte, vou procurar fazer esta reflexão pelos seguintes blocos:
Cavaco Silva;
Mário Soares;
Manuel Alegre;
Jerónimo, Francisco e Pereira;
Comunicação Social & Sondagens.

Para já, estando lançado o repto para sugestões, lanço uma questão inicial:

Em quem terão votado os anti-soaristas pavlovianos?
Em Cavaco ou Alegre?

Pois é

Já se sabe que o que Luís Delgado diz ou escreve é para rir. Aliás, para rebolar a rir.

Aqui está mais um exemplo.

Agravamento da situação económica nos últimos meses ????

segunda-feira, janeiro 23, 2006

ARGH !

O combate para as Presidenciais de 2011 começa aqui. Os resultados de ontem permitem antever a possibilidade de uma vitória clara da esquerda nessas eleições.

Para já, leiam isto.

domingo, janeiro 22, 2006

Hoje Anda à Roda

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Autocarros

Manuel Alegre teve quinta-feira, em Lisboa, o seu primeiro momento de massas, numa noite que começou de forma pouco auspiciosa, mas que se salvou com a ajuda de muitos autocarros com apoiantes de todo o país.

Terão sido obrigados a lá ir?

O Grande Comício de Lisboa

No grande comício de ontem em Lisboa, quase 10.000 pessoas ouviram uma das melhores intervenções de Mário Soares nesta campanha.

Para quem ainda tivesse dúvidas, assumiu a defesa e dos direitos garantias sociais dos trabalhadores, tal como irá defender os direitos dos sindicalistas sempre que alguém puser em causa a dignidade do trabalho.

Lembrou a importância de manter o controlo nacional dos sectores estratégicos da economia.

Falou igualmente na já velha questão da descolonização, que é ciclicamente utilizada contra ele, com a verdade histórica: o único responsável pela forma como a descolonização foi feita, é o mesmo responsável pelos catorze anos de guerra colonial - o ditador António de Oliveira Salazar*).

Ao fim de 40.000 Kms de uma 'campanha à antiga', de proximidade, sem rede,
a campanha presidencial desta 1ª volta acaba hoje no grande comício do Porto, no Pavilhão Rosa Mota.

Lá estará Mário Soares, mais uma vez de cabeça bem erguida.


*Que por sinal era professor de finanças e não se deveria considerar um político...

Cartuchos de Pólvora Seca

Já todos nos tínhamos apercebido que a candidatura de Alegre era a única hiper-dependente das sondagens.
Quando lhe foram favoráveis, serviram sempre de argumento político, mesmo quando tinha vantagem de escassas décimas.
Depois, quando começaram a sair algumas desfavoráveis, estavam manipuladas.
E com mira bem apontada para o papão da Eurosondagem, Rui Oliveira e Costa.
Em contrapartida, silêncio absoluto sobre o transversalmente controverso tracking-pool da Marktest: o resultado tem sido conveniente.

Mas alguém deve ter convencido um dos esquizofrénicos membros da entourage de Alegre (há vários), que vinha aí uma 'eurosondagem' que dava uma vantagem de vários pontos de Soares sobre Alegre (informação que 'corria' por aí).

Pontaria feita, aqui-del-rei que vem aí uma sondagem a prever 'o milagre das rosas'.
Pontaria falhada. A Eurosondagem, afinal, dá um empate técnico entre Soares e Alegre.

O que é verdadeiramente triste é que, no fundamental, todas as sondagens continuam a apontar para a vitória de Cavaco Silva à 1ª volta. Porém, como o verdadeiro objectivo da candidatura de Alegre foi ter mais votos do que Soares, a vitória de Cavaco é irrelevante.

Tudo isto à conta da boa-fé de tantos, convencidos por aquela treta do movimento cívico.
Para mim, cada dia que passa, aumenta a minha desilusão com Alegre. É triste.

O Voto das «Vanessas»

A propósito do voto da «Vanessa» (que também deve ter estado ontem no P.Atlântico...)

Er...

A propósito deste post, há que dizer que a República Checa sempre foi das zonas mais ricas da Europa, pelo que a ultrapassagem era absolutamente inevitável, mais cedo ou mais tarde...

Da mesma maneira que, mais cedo ou mais tarde, a Hungria e a Polónia nos ultrapassarão. E essa é a realidade com que temos que saber viver. São países por natureza mais ricos. Ponto.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Curioso

Há que ler estas citações de uma outra forma.

De facto, Jorge Sampaio foi eleito duas vezes à primeira volta, pelo que tem essa forte legitimidade política com a qual vários Governos conviveram.

Ridículo, portanto.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Com o Coração e Com a Razão



«É difícil estabelecer o momento em que se começa a pensar pela cabeça própria, tão lenta e árdua é a aprendizagem da independência mental e tão decisivas são as influências que pesam, se entrechocam e condicionam as nossas tomadas de posição, mesmo as aparentemente mais pessoais.»

in Mário Soares, «Portugal Amordaçado»


Apoio e vou votar em Mário Soares para Presidente da República por três ordens de razões.
Pelo Mário Soares humanista e cidadão universal.
Pelo Mário Soares Político, símbolo da democracia e do socialismo português.
Porque tenho memória.

Para uma geração que cresceu após o 25 de Abril, Mário Soares esteve sempre presente.
Desempenhou um papel fundamental na normalização da vida democrática portuguesa.
Contribuiu de forma decisiva para a credibilidade de Portugal ao nível internacional, iniciando e concluíndo o nosso processo de integração europeia.
O culminar deste seu percurso foi a sua inesquecível eleição para Presidente da República em 1986.
Esse combate histórico especialmente importante contra uma direita revanchista que aparecia atrás da figura de Freitas do Amaral (e que teria finalmente algum consolo nas maiorias absolutas de Cavaco Silva).

Mário Soares foi o primeiro Presidente da República civil do novo Portugal democrático.
Criou um estilo presidencial marcante, baseado na leitura fiel da Constuição, e na sua forte personalidade.
O seu estilo continua hoje a ser um padrão de referência do exercício das funções Presidenciais, desde o conceito de «magistratura de influência» à realização das «presidências abertas» (cujo contacto directo da população permitiu a 'dessacralização' do Presidente).

Depois de cumprir dois mandatos como o mais alto magistrado da nação, Mário Soares tinha o seu lugar assegurado na história, com o merecido reconhecimento nacional e internacional.

Mas Mário Soares continuou a sua participação na vida política, criando o seu espaço fora da lógica partidária. Aceitou candidatar-se ao Parlamento Europeu, fiel na aposta que sempre teve no projecto de Jean Monnet. Acompanhou a evolução de Portugal e do mundo activamente, através da sua palavra, da sua opinião, que nunca teve nem medo de dar nem medo de emendar.

Numa fase em que, aos 80 anos, a sua aposta principal era a Fundação Mário Soares (projecto que estravasa largamente o seu legado histórico) não se resignou, mais uma vez.
Acabou por aceitar entrar num combate político cujo resultado já tinha sido anunciado.
Deu mais uma vez o exemplo de participação cívica, sem medo da crítica, sem medo da controvérsia, entregando-se à democracia e à vontade popular.
E se hoje estamos à beira de uma 2ª volta, apenas e só apenas a Mário Soares se deve.

Mário Soares é para mim um exemplo.
O exemplo.
Um exemplo de coragem, de determinação.
Um exemplo de fidelidade aos valores fundamentais, que são os da nossa consciência.
Um exemplo de lealdade, fraternidade e solidariedade.

Mário Soares lutador.
Mário Soares humano.
Mário Soares de carne e osso, duro de roer.


«O Povo Português, tradicionalmente pacífico e tolerante, elegeu-me porque confia na minha capacidade para unir os Portugueses, contribuíndo assim para criar condições de convivência cívica e de colaboração responsável entre todos, ao redor de objectivos claros que nos são comuns. Essa vontade de promover um clima de concórdia nacional não exclui firmeza e exigência, no respeito pelas regras democráticas e pelas leis da República. Nesse aspecto serei inflexível. Consciente do perigo que sucessivas crises representam para o regime, tenho defendido que a estabilidade política e a paz social são condições indespensáveis para o desenvolvimento e a modernização de Portugal.»

Foram estas as suas palavras na Sessão Solene de Investidura como Presidente da República em 9 de Março de 1986.

É este o juramento que espero ver Mário Soares repetir.

Com o meu voto.

E com o voto daqueles que têm memória e não se resignam.

Assim sim

Finalmente alguém que percebe que a luta pelo casamento civil entre pessoas do mesmo sexo não é a táctica mais correcta...

Por mim, continuo na mesma. Ainda que no estado actual de coisas me pronuncie a favor da reivindicação, tal defesa mais não faz do que ajudar à sacralização social do casamento.

O caminho passa pela abolição da figura do estado civil. Mude-se o que há para mudar em termos legislativos: se do casamento decorrem actos jurídicos, tal é consequência de tempos em que na maioria dos casos não se casava por amor.

Ora, se a causa do casamento são afectos, é monstruoso que daí decorram efeitos jurídicos. Não faz qualquer sentido.

E, para já, numa primeira fase, reduza-se o estado civil ao solteiro e ao casado. A existência de outros estados civis é profundamente discriminatória e mesmo socialmente condicionante, porque parte do princípio de que o estado civil normal é o casado, sendo os restantes meros antes e depois.

Desconcertante

Ana Gomes não pára de surpreender. Num mesmo dia consegue elaborar um texto manifestamente brilhante e um chorrilho de disparates.

Defender a igualdade não é defender governos paritários. Isso é profundamente ridículo. É pensar que não se está a ser igual se não houver metade de cada género, o que tem por base muitíssimos preconceitos.

Praticar a igualdade é quem compõe equipas estar-se perfeitamente borrifando para se o resultado dá 100% de homens ou de mulheres. O que interessa é ter a melhor equipa.

Como eu costumo dizer, OBVIAMENTE em sentido figurado, por mim até podia ter uma equipa que a 100% gostasse de sexo com animais, desde que fosse a melhor...

Não tenho preconceitos. Homens e mulheres são iguais em direitos e deveres. Por isso governos paritários e quotas por género são profundamente idiotas, ridículos e atrasados.

E ainda dizem que não têm mentalidade salazarista

Vejam aqui.

Desonestidade pura e simples

Este post.

Convenhamos em qualquer caso que o PSD tem enormes culpas no cartório. Quem não se lembra que ouvir dirigentes desse partido a defenderem alto e bom som a dissolução da Assembleia da República por causa das críticas de Manuela Arcanjo aquando da sua saída do Governo ?

Verdade

Este post foi referido nos comentários, e é de tal forma realista e verdadeiro que tenho MESMO de o citar aqui.

terça-feira, janeiro 17, 2006

Sondagens à Portuguesa 2

Ainda sobre as críticas ao tracking-pool do DN/TSF/Marktest, ver o comentário de Pedro Magalhães sobre o assunto no Margens de Erro, e a resposta do David Santos.

Há algo, contudo, que parece incontornável.
As conclusões editoriais que o DN tem tirado do tracking-pool deviam ser mais cuidadosas e contextualizadas, até porque geram notícias sobre a notícia.

Inacreditável

A postura dos corpos policiais nesta situação.

Considerando que mais ninguém se encontra no local, a única atitude possível da GNR seria entrar pela força e rapidamente.

Actuar desta forma é puro desperdício de tempo e de recursos. O barricado é um perigo público e como tal deve ser tratado.

De facto anda distraído

Se João Miranda lesse o DESCRÉDITO não diria barbaridades como esta...

Terceiro Mundo

«Não somos um país do terceiro mundo. Somos um país ocidental e, em todos os países ocidentais, os debates são acordados entre todos os candidatos antes da campanha».

É a indignação do Sr. Silva.
Debates durante a campanha eleitoral, só em países do terceiro mundo!

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Coliseu Cheio










A propósito do Comício no Coliseu do Porto e outras histórias.

O Último Debate

A RDP procura organizar, na próxima 6ª feira, o único debate com os seis candidatos a Belém, incluíndo Garcia Pereira.

Cavaco obviamente, não só não está interessado, como considera que a realização deste debate tornaria Portugal num País do 3º mundo!
Fernando Lima esclareceu que "o professor já tem a agenda estabelecida. Por isso, não vai alterar a agenda por respeito para com os eleitores".

Mário Soares, naturalmente, aceitou o debate
"Mário Soares sempre considerou injusto que Garcia Pereira ainda não tenha participado em qualquer debate para as presidenciais e está disponível para participar no debate entre todos os candidatos na manhã de sexta-feira, na RDP, alterando a agenda para esse dia", disse o assessor da candidatura, João Paulo Velez.
Mais tarde, perante a hipótese de Cavaco não comparecer, Soares reiterou a sua posição:
"Nunca recusei qualquer debate", declarou Soares.

Manuel Alegre,
aceitou o debate a seis.
Aliás, a seis ou a dois.
"Se não forem todos, eu estou disponível para debater sozinho com o dr. Garcia Pereira sem prejudicar a minha campanha, naturalmente".
Confrontado com a inviabilização de um eventual debate com todos os seus adversários excepto Cavaco Silva, Alegre respondeu: "Vou inviabilizar, porquê? Acho aliás extraordinário que isto apareça num momento destes da campanha, porque isto é um `fait-divers`".

Cavaco, alegre, agradece a cortesia...

Eleições Presidenciais - Manifesto Pessoal

Caros Amigos,

Aproxima-se a hora de eleger o próximo Presidente da República.

A forma como a campanha eleitoral decorreu tem por consequência que para muitos Portugueses, entre os quais me incluo, há um objectivo primário: derrotar Aníbal Cavaco Silva e tudo aquilo que representa.

Certamente se recordam dos anos perdidos de 1985-95, em que o desenvolvimento do País não acompanhou o ritmo das largas somas de dinheiro vindas da União Europeia que entravam em Portugal. As cargas policiais desnecessárias e gratuitas. Toda uma prática política integralmente egocêntrica e insensível aos interesses dos Portugueses. Uma tecnocracia rasteira. Etc.

Contudo, para derrotar Cavaco Silva, há que votar livre e conscientemente na primeira volta das eleições.

Todos sabem que sou militante do PS e que apoio Mário Soares. Uma aposta de razão e de convicção.

Contudo, é legítimo pensar que o eleitor poderá optar por outras alternativas na primeira volta.

De que serve, então, votar Francisco Louçã ? Só quem não quer ver é que não percebe que o Bloco de Esquerda tem uma agenda secreta pela qual passa pôr fim ao regime democrático e liberal em que vivemos, substituindo-o por uma suposta democracia participativa que nada mais é do que uma versão supostamente modernizada do Documento Guia Povo-MFA. Ou seja, a substituição dos órgãos políticos eleitos pelo Povo por um Governo dos movimentos sociais, supostamente representativos porque dizem representar denominados interesses. E, meus caros amigos, na realidade a diferença entre isso e o corporativismo preconizado por Salazar é zero.
Pelo que há que rapidamente reduzir o BE à mais ínfima das expressões, condenando claramente a ameaça à democracia que representa.
Para além de semelhante força política assumir um elitismo urbano e intelectual estranho à vontade da esmagadora maioria dos Portugueses.

De que serve, então, votar Manuel Alegre ? Merece consideração como político quem é candidato contra o partido político onde milita e não se desfilia ? Quem num Congresso do PS manifestou, ainda que não no púlpito, expressamente a sua indignação pelo facto de todos os militantes que pretendessem usar da palavra terem direito ao mesmo tempo para falar, porque "as grandes figuras do Partido" deveriam ter direito a mais tempo ? E quem defende semelhante coisa poderá alguma vez ser considerado democrata ?
E será futuro para Portugal viver da cultura (em itálico, porque corresponde à cultura tal como Manuel Alegre a entende, muito longe da definição correcta que a Antropologia nos ensina) e da poesia ? Em registo profundamente elitista e anacrónico ? Num momento em que cabe a Portugal estar no caminho certo, enveredando pelo desenvolvimento e pelo progresso no quadro do Estado Social de matriz europeia ?
Terá alguma lógica ter um Presidente da República que assume uma posição anti-partidos, logo perigosa para a Democracia (que não existe sem partidos políticos), e que ainda por cima está filiado num deles do qual se acha na realidade dono ?
Que quis por toda a força ser candidato contra o candidato do próprio Partido, fosse ele quem fosse, apenas e só para fazer guerra a José Sócrates ? Aliás, que já deixou quase explícito que a primeira coisa que faria caso fosse eleito Presidente da República seria demitir o Governo, e que seria fonte inesgotável de conflitos institucionais por discordar das intenções modernizadoras do Governo PS ?
Que votou contra as revisões constitucionais ? Designadamente, que por sua vontade continuaríamos a ter um sector público gigantesco e ruinoso ?
Não pode, portanto, essa ser uma boa escolha.

A escolha certa para Portugal passa por Mário Soares. É importante fazer passar o avô da Pátria à segunda volta, e aí derrotar Cavaco Silva, a direita e tudo o que ela representa. Muito principalmente por tudo aquilo de positivo que Soares representa: a garantia da liberdade conquistada em 25 de Abril de 1974 e confirmada em 25 de Novembro de 1975, a opção europeia, o melhor instinto político que lhe permite sempre antever qual o caminho correcto para Portugal.

Contudo, compreendo que para alguns, perante as opções disponíveis, votar Mário Soares na primeira volta possa ser uma opção menos agradável, seja lá qual for o motivo. É legítimo. Ainda que o devessem fazer, perante a eventualidade apocalíptica de uma segunda volta entre o cavaquismo e um anti-democrata elitista.

Àqueles que assim o pensem e que não tenham quaisquer dúvidas em não votar Mário Soares, apelo muito claramente a que votem em Jerónimo de Sousa ou em Garcia Pereira. Independentemente das divergências ideológicas, é notório que se tratam de dois homens sérios, não elitistas, e sem qualquer agenda escondida. Não fiquem em casa, não votem em branco, não votem nulo. Derrotar Cavaco Silva e garantir a vitória da esquerda democrática e popular na segunda volta pode também passar por aí !

É este portanto o meu apelo. Não deixem de votar. Votem pela razão, pelo coração. E por uma razão que é a mesma de sempre: PORTUGAL !

Pedro Sá
Militante do Partido Socialista nº 27653

Sondagens à Portuguesa


O Trackpool diário do DN/TSF/Marktest 'conseguiu' numa semana passar a diferença entre Mário Soares e Manuel Alegre de um empate técnico para uma distância favorável a Alegre, que hoje já vai nos 20%.

Além disso, não só mantém a projecção de vitória de Cavaco Silva à primeira volta, como já insiste que «Cada vez menos eleitores acreditam numa 2ª volta.

Leiam este post do David Santos sobre a 'cuidadosa' escolha das amostras diárias da Marktest.

Há uns tempos atrás, conta-se aquela história da sondagem que o Sousa Cintra fez à porta de Alvalade, com base na qual todos os portugueses eram do sporting...

Er...

Henrique Raposo:

A acreditar no que escreve diria que o Henrique não tem ideologia, quando já por várias vezes escreveu textos claramente ideológicos...

O corporativismo da comunicação social

Eis mais uma prova de que ele existe.

Pior, só o PÚBLICO que insiste sistematicamente em dizer que o pior do dia de qualquer candidato são as críticas à comunicação social, qual defensor intransigente da corporação.

Como se isto fosse bom ou mau na campanha...

Odeio isto

Das coisas que mais odeio é a arrogância de quem acha que sabe mais que os outros o que é a vida só por ter passado mais dificuldades ou ter um trabalho mais fisicamente duro.

Inenarrável.

sábado, janeiro 14, 2006

Vampiro?

Há quem lhe chame vampiro...

(Acrescento também isto, sobre o mesmo tema)

sexta-feira, janeiro 13, 2006

UGH !

Esta declaração de apoio....

Ruína de Portugal ? Atraso no Mundo ?

Como se fôssemos algum país subdesenvolvido...

Guerras

António Ribeiro Ferreira escusava de usar o seu blog para ataque gratuito à nova direcção do Diário de Notícias.

Gás Hilariante

Este artigo de Luciano Amaral.

Poucas vezes vi tão descarada tentativa de alterar a realidade.

Notícia

Esta é a notícia do dia.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

A Mentira Sagorra

As declarações de Santana Lopes sobre Cavaco pouco valem. São mais do mesmo. É o seu estilo, por sinal apreciado até há bem pouco tempo por muitos (mas não aqui).

Mas a triste figura que Cavaco Silva fez a seu propósito é mais relevante. Não pela carantonha, mas pelo seu significado.

Com esta careta, Cavaco Silva estava a dizer aos jornalistas e aos portugueses que não tinha conhecimento de quaisquer declarações de Santana Lopes.

Ou seja, Cavaco Silva em vez de simplesmente não comentar, MENTIU descaradamente, sem pudor nem vergonha.
Ele próprio já tinha confessado, com orgulho, como o tinha feito uma vez, na famosa história do Pulo do Lobo, para não comentar o 'Congresso Portugal Que Futuro?'.

Numa fase que Cavaco tem falado no carácter dos candidatos, ficamos a saber, mais uma vez, que Cavaco nos mentirá sempre que achar necessário.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

O Candidato Porque Sim



Quem apoia, afinal, Cavaco Silva?
Quais as razões para alguém apoiar Cavaco Silva?
Ao ponto de o querer como Presidente da República?
Estamos a cerca de uma semana e meia das eleições, e julgo útil fazer uma reflexão sobre estas questões.

Bem definidos distinguem-se, à cabeça, os cavaquistas puros e duros.
Há uma base de apoio incondicional a Cavaco Silva, saudosa dos dez anos de cavaquismo, da onda laranja.
Para eles, Cavaco é um ídolo, é inquestionável, é tabu.
Apoiam, veneram Cavaco e votam Cavaco, porque sim, porque Cavaco.

Há depois os crentes: acreditam que Cavaco vai por ordem no País.
Ainda há dias, aparecia um popular a dizer «precisávamos de 2 ou 3 salazares para por ordem nisto».
Não é uma comparação a salazar, atente-se bem.
É aquela tradição nacional que nos faz os principais apostadores do Euromilhões: a fê num pedaço de papel, para resolver todos os problemas milagrosamente, de uma só vez.
Os crentes têm uma fêzada em Cavaco. Porque sim.
Claro que se estão a borrifar para a questão dos poderes presidenciais e para a auto-biografia de Cavaco.
Vão votar, e já é um favor.

Existe também uma quantidade grande de portugueses que apoiam actualmente Cavaco para ganhar as eleições.
Estes nossos concidadãos ganharam todas as eleições em que votaram e mesmo algumas em que nem sequer foram votar...
Os politólogos preferem-os definir como 'centrão'.
Estes são os votos que mais preocupam Cavaco no caso de ter de ir a uma 2ª volta.
Se começam a duvidar da tão proclamada vitória de Cavaco, serão os primeiros a abandonar o barco.

Cavaco partilha com Manuel Alegre uma outra fatia do eleitorado: aqueles que estão contra.
De que eleições se trata? Não interessa. Estão contra e pronto. Porque sim.
Estão contra Sócrates, o Governo, odeiam o colega (que apoia 'o outro'), acham que não é justo o Soares estar tão bem com 81 anos.
Para eles, o voto serve de arma de afirmação e arremesso.
Mas como já não têm idade para votar Louçã... Cavacam.

Há também a família do Cavaco, os amigos do Cavaco, os amigos da família do Cavaco, os amigos dos amigos do Cavaco, os amigos dos amigos da família do Cavaco, enfim. Uma progressão geométrica com expressão proporcional às sondagens.

Se questionarmos todos estes eleitores porque votam Cavaco, a única resposta concreta é: porque sim.
Basta ir à página da campanha do professor e ler aquele hino à vacuidade que são as distintas declarações de apoio a Cavaco.
Adianta argumentar? Por exemplo, que o mito cavaquista é um embuste: desde a rodagem do carro à Figueira da Foz a um Congresso bem preparado por Eurico de Melo, Fernando Nogueira e Dias Loureiro, até à infalibilidade daquele que nunca se enganava e raramente tinha dúvidas, cujos membros do seu governo não passavam de meros ajudantes e deixou o País de rastos?
Claro que não.
Cavaco porque sim.

Cavaco Silva, nestas eleições presidenciais, teria uma desvantagem objectiva em relação a Mário Soares.
Mário Soares foi Presidente da República durante dois mandatos. A forma como exerceu as funções presidenciais mereceram um apreço praticamente unânime, até ele apresentar a sua recandidatura, claro está.
Perante um candidato com experiência conhecida no cargo, Cavaco teria de explicar qual a sua concepção das funções presidenciais, as suas diferenças, o seu projecto.

Mas não tem sido preciso.
Quanto menos ideias concretas, menos posições e opiniões pessoais e mais mensagens à Assembleia da República, melhor.
Debates? O mínimo e com alívio, com as expectativas baixas pois, apesar de ter sido Ministro das Finanças de Sá Carneiro, Líder do PSD, 1º Ministro e candidato a Presidente da República em 1996, o homem não é um político.
A mandatária para a juventude dá música enquanto vai lançado o seu novo álbum.
O assessor de imprensa, Fernando Lima, tem como funções lembrar Cavaco de quando não falar e como não falar.
A família, que não ia participar na campanha, é vê-la por aí, em jantares e arruadas cuidadosamente escolhidas pelos redutos do cavaquistão.

A candidatura de Cavaco foi desde o seu início uma candidatura porque sim, para um eleitorado porque sim.
Esta foi a mensagem escolhida para passar entre os Morangos com Açúcar, o Cofre, a 1ª Companhia e o Herman Sic:
«Portugueses, Cavaco Silva vai ser o próximo Presidente da República, porque sim!
A novela segue dentro de instantes.»

Talvez se enganem.
Porque não?

terça-feira, janeiro 10, 2006

O Vento que Passa

As sondagens foram um argumento de campanha tão relevante para Manuel Alegre, que no site da sua candidatura existe mesmo algo inêdito nestas andanças: uma área para a divulgação das sondagens.

Porém, não está actualizado desde Novembro.
Porquê?

Portugueses e Portuguesas

Defendam os vossos direitos !

Não votem neste homem que defende que as questões relativas aos filhos respeitam basicamente às respectivas mães e não também aos pais !

Como sabem, essa visão é prejudicial tanto para homens como mulheres !

Esclarecimento

Carlos:

Ao contrário do que escreves, parece-me que não há riscos de lafontainização do PS. Mas sim de que Alegre funde um novo partido.

Um PS liderado pela ala alegrista seria presa fácil para a direita.

Assim...

Sem prejuízo do que antes escrevi, este é um sinal preocupante.

Momento intimista

Sim, aqui também temos direito a tê-los.

No caso concreto, apenas para partilhar convosco que por obra e graça de demora na recepção de um SMS por responsabilidade quer da TMN, quer da Vodafone, quer de ambas, durante meses tive a minha madrinha verdadeiramente chateada comigo.

Ontem, e após uns 15 minutos de conversa em que de facto cada um dizia a sua coisa julgando piamente ser dono da razão, a coisa esclareceu-se.

Ainda bem.

ARGH !

Hoje Eduardo Prado Coelho, no PÚBLICO, para além de como previsível juntar a sua vez às dos que protestam contra a Ministra da Cultura, diz explicitamente - embora não com estas palavras - que há que educar as massas para que estas possam apreciar a cultura de elite.

E o problema começa logo aí ? Ninguém está mais qualificado do que qualquer outro para decidir o que é qualidade cultural. Pensar o contrário das duas uma: ou é anti-democrático ou é estar a seguir qual rebanho as opiniões sucessivas de gerações.

PS - Já agora, e para não dizerem que é sempre a mesma coisa, há uns anos foi-me oferecida a enorme HISTÓRIA DA ARTE editada pela Gulbenkian. Não a li até ao momento, mas prometo que o farei quanto antes.

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Do estado moral

Considerando que, caso vencesse as eleições, Cavaco seria certamente o Presidente menos interventivo de sempre, e as expectativas de muitos dos seus apoiantes são precisamente as opostas, não tenho qualquer dúvida em afirmar que a eventual eleição do candidato do PSD e do PP constituiria mais uma acha para a fogueira do desânimo nacional.

Gravíssima

Esta opção de Manuel Alegre.

E gratuita. O objectivo claro é dizer que anda a ser perseguido.

Espero que António Costa, perante as inevitáveis perguntas dos jornalistas, diga explicitamente que o candidato não sabe do que fala.

Afinal...

Ou Ana Gomes desconhece completamente as normas legais ou está a apelar à tomada de uma decisão ilegal.

Não é por acaso que nenhum partido político apelou a que a Comissão de Ética da Assembleia da República (comissão essa que deveria ter outra denominação, porque ética cada um tem a sua e não se pode querer impor a alguém uma "ética geral") tomasse tal decisão.

Quero pensar que este post foi escrito por excesso de emoção ou por desconhecimento. Caso contrário teria que qualificar Ana Gomes como lunática. O que, considerando a última intervenção que lhe ouvi fazer na Comissão Nacional do PS, está claramente longe da verdade.

Inacreditável

Como é que Rui Pena Pires alinha pelo diapasão da extrema-esquerda caviar e defende uma mudança no hino nacional !!!!!!!

Totalmente de acordo

Com este post de Henrique Raposo.

Falta agora analisar as causas. Por mim, a causa essencial é ainda vivermos (muito à conta da enorme influência cultural francesa) num quadro mental em que o professor é a figura mais importante de toda uma comunidade porque "ensina o saber", numa das mais aberrantes heranças do Renascimento.

Sim, a mesma herança que louva a erudição estéril e despreza o conhecimento técnico. Aliás, não é preciso ir mais longe: encontrando-me eu a aprender croata e grego, tive que ouvir da boca da minha tia de 58 anos: "aprender Latim é que era".

Enfim.

Arrepiante

É arrepiante como é que (vide descrição) se vê ainda a utilização de forma genérica da noção marxista de povo.

Quando é que as pessoas metem na cabeça que povo somos todos ?
Sem prejuízo do que Ivan Nunes escreve, de forma acertadíssima.

Tabaco

Eu não iria tão longe como o Daniel Oliveira, aqui citado pelo Nuno Pereira. Não me parece que fumar seja um direito, tendo em conta tudo o que subjaz à expressão. O que obviamente tem por consequência não ser justo que se obrigue os empregadores a criar salas de fumo, impondo-lhes gastos só por causa de haver quem fume.

Mas concordo no essencial com aquilo que é importante no artigo:

1. Dispensa-se a linguagem alarmista, moralista e ofensiva, como se fumar fosse tão perigoso como a gripe das aves.

2. Quanto à pelos vistos extremista lei espanhola, não me surpreende. Vinda do Governo Zapatero na sua fúria do politicamente correcto outra coisa diferente é que seria de espantar.

Algo vai bem pelo Ministério da Cultura

Para aparecerem petições como esta.

Só pode significar que algo de menos mau que o habitual está a ser feito.

sábado, janeiro 07, 2006

Sondagens

A sondagem da Universidade Católica foi divulgada na íntegra com toda a diligência, mesmo antes de ser divulgada pelos orgãos de comunicação que a encomendaram (onde estão as vozes que se escandalizaram quando Jorge Coelho disse ter conhecimento de uma sondagem...?).

Curiosamente, uma outra sondagem, a da Aximage/CM, passou despercebida.
Apesar de dar os mesmos 60% a Cavaco.
Será por ser menos 'alegre'?

Até Pedro Magalhães, a nossa incontornável referência sobre sondagens na blogosfera, parece ter-se distraído na análise que lhe faz, uma vez que assinala uma descida das intenções de voto em Soares, o que não se verifica (muito trabalho a ultimar a da Católica?).
Com efeito, os resultados brutos mostram a continuação das tendências de descida de Cavaco e Alegre, e de subida para Soares.

Vale Tudo

A reportagem da SIC sobre o jantar de ontem à noite de Mário Soares no Porto conseguiu alcançar um novo mínimo na ética jornalística.
A peça da estação de Carnaxide passa uma breve conversa em «off» em que Soares se queixa a António Manuel que o jantar está mal organizado.
Isto apesar de Soares aparecer a seguir discursando perante uma sala cheia e atenta de apoiantes.

O Senhor Balsemão queria exemplos concretos das queixas de discriminação jornalística por parte da SIC. Basta juntar a esta 'pérola' qualquer uma das reportagens feitas por Pedro Coelho.

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Mão à palmatória

Afinal o tal caso da brasileira era mesmo verdade. Lendo esta notícia rapidamente se conclui que muito provavelmente quem a nomeou é mais um daqueles FROUXOS que promove alguém por estar com ela envolvido.

O que não retira o essencial do que escrevi. A tentativa sistemática de O Independente atingir Alberto Costa.

E continua

Paulo:

Já viu a manchete de O Independente ?

Os ataques grosseiros e gratuitos a Alberto Costa continuam...

Pois é

Henrique:

Totalmente de acordo. Havia de ficar extasiado ao ouvir os meus caríssimos camaradas das juventudes socialistas alemã, sueca e afins, que transportam em si essa vergonha de ser ocidental. Aliás, foi-me oferecido no Natal um livro de Sven Lindquist, Exterminem Todas as Bestas, totalmente impregnado dessa mentalidade.

Em qualquer caso, se essa é a situação no Iraque, não podemos ser tão peremptórios a qualificar como tal à partida movimentos independentistas, sem prejuízo de o podermos fazer. A ETA é o exemplo mais claro disso: é definitivamente uma associação NAZI.

Cuidado...

Adolfo:

No limite, esta posição que defendes serviria perfeitamente de justificação para a defesa de um regime autoritário...

Em qualquer caso...

Todas as afirmações que já fiz sobre o quadro mental em que a direita portuguesa tristemente ainda funciona não me levam a concluir no mesmo sentido que Vital Moreira.

Pelo contrário, relativamente a esse assunto a posição de Adolfo Mesquita Nunes é muitíssimo mais razoável.

Num desfile do 25 de Abril há uns anos, um militante do PCP dizia-me que o PSD e o CDS também deviam estar aqui, porque se não houvesse democracia também não existiam.

Ou seja, que o comício em Grândola sirva para que a direita assuma de uma vez por todas certos símbolos como símbolos da democracia em geral e não apenas da esquerda. Claro que o PCP também tem culpas nesse cartório, designadamente com a permanente tentativa de apropriação do património de José Afonso como seu.

UGH !

Não podia deixar de remeter para este post.

Profundamente ridículo. Até as afirmações do politicamente correcto mais idiota fazem figura de afirmações razoáveis ao pé disto.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Responsabilização

Para além da discussão técnica sobre o Relatório do Tribunal de Contas sobre a transferência das responsabilidades com várias pensões de pessoal para a Caixa Geral de Aposentações, há um elogio a fazer a Manuela Ferreira Leite e a Bagão Felix.

Nesta época de 'políticos intermitentes', ambos os ex-Ministros sentiram a necessidade de vir a público prestar esclarecimentos sobre as decisões que tomaram.
A tal responsabilidade e responsabilização passa também por este tipo de actos políticos.

Houve outras ocasiões em que ex-Governantes, a partir do momento que regressaram à «sociedade civil» (normalmente Universidades), passaram a considerar-se de novo acima da política, da crítica e das responsabilidades da governação.
E isso é o Descrédito...

Esclarecimento jurídico-político

Rui Albuquerque:

Em Direito Constitucional e Ciência Política, república e monarquia são consideradas formas de Governo.

Aquilo a que chama forma de Governo denomina-se, sim, sistema de Governo.

Não qualifique denominações como analfabetas, arcaicas e, pasme-se, jacobinas sem se informar melhor. Aliás, este post é a prova provada de algo: quando alguma expressão não agrada à direita, o palavrão jacobino é imediatamente utilizado para a qualificar. Ao mesmo nível, ou pior, do que alguma extrema-esquerda que não hesita em usar a qualificação de fascista.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

O fim político de Manuela Ferreira Leite

É só ler este post.

Bem que eu sempre disse que ao pé de mim Manuela Ferreira Leite é uma terrível gastadora...

Mais que previsível

Este texto de Luís Novaes Tito é a claríssima demonstração de algo que já aconteceu no último Congresso do PS e que certamente aconteceria na candidatura de Manuel Alegre.

Isto é: o candidato em questão é claramente elitista, e os respectivos apoiantes que estão fora do círculo mais fechado, na sua enormíssima maioria cidadãos plenos de boas intenções, começam a sentir-se defraudados pela concentração total de todas as decisões num grupo de auto-proclamados intelectuais e elite.

Não é por acaso, aliás, quando é do conhecimento público que defendo normas disciplinares duras ao nível dos partidos políticos, que nunca me pronunciei favoravelmente à expulsão, fosse em que circunstâncias fosse, da generalidade dos militantes do PS que apoiam Manuel Alegre, sem prejuízo da aplicação de outras sanções (o que não seria o caso, tendo em conta as normas disciplinares existentes, exceptuando o caso do próprio candidato).

Porque, na sua grande maioria, repito, são cidadãos plenos de boas intenções e que estão a ser totalmente iludidos e utilizados por alguém que apenas pensa nas suas ambições pessoais e se julga dono do PS.

Energia Nuclear ?

Parece-me que o assunto deve ser devidamente discutido.

Este blog é uma excelente contribuição.

Haja decoro e bom senso, sem os prováveis histerismos do PCP e do BE.

Uma vez na vida elogio a Suécia

Após ler este artigo de Pedro Marques Lopes.

Isto fez-me lembrar alguém que em tempos ponderou entrar para a JS e teve uma conversa comigo.

Acabou por não estar interessado após eu dizer que a única perspectiva admissível de um ponto de vista socialista seria um País com 10 milhões de ricos como objectivo. A resposta foi algo verdadeiramente espantoso como isto, reveladora do miserabilismo reinante: 10 milhões de ricos não, o que era bom era toda a gente ter dinheiro para poder comprar um Golf, mais do que isso já é demais.

Obviamente, acabou por ter desinteresse. Há anos que não sei do respectivo paradeiro. Das duas uma: ou vota na extrema-esquerda ou acordou para a vida.

Sistemas jurídicos

Adolfo:

Este teu artigo causa-me a mais profunda perplexidade.

Tal como eu, aprendeste na Universidade que há enormes diferenças entre os sistemas jurídicos anglo-americanos baseados na rule of law e os sistemas jurídicos continentais, baseados no primado da Lei.

A rule of law existe nos termos conhecidos tendo em conta circunstâncias histórico-culturais conhecidas, e não é minimamente transportável para qualquer lugar que não conheceu directamente a cultura britânica. Aliás, por exemplo, mesmo se a grande maioria dos países latino-americanos adoptou o sistema político de matriz norte-americana, a nível judicial não adoptaram o sistema da common law.

Ou seja, se à direita o que existe no mundo anglófilo em geral, e nos Estados Unidos em particular, é visto sistematicamente como exemplo, há que ter em conta que muitas dessas ideias não são pura e simplesmente aplicáveis na generalidade da Europa. Outro exemplo de que já aqui falei são as safety nets, algo de totalmente aberrante e inaplicável em países cujos cidadãos não tenham a mesma noção de comunidade dos norte-americanos.

É só rir

O artigo de Eduardo Prado Coelho hoje no Público. Ao nível dos piores artigos de Fernando Ka.

Ou seja, o que está lá escrito é, claramente, "EU QUERO TACHO" !!!!

Solidariedade

Com Manuela Magno e Luís Filipe Guerra. É do conhecimento dos juristas que o Tribunal Constitucional tem uma já longa tradição de tudo fazer para não apreciar o mérito das causas que lhe chegam.

Mas o que se passou é verdadeiramente escandaloso. E deixa claramente no ar a suspeita de que o TC nunca permitirá a apresentação de candidaturas verdadeiramente independentes, ou pelo menos vindas de fora de partidos políticos com um mínimo de peso eleitoral. Sim, porque o PCTP/MRPP é claramente o sexto maior partido português...

terça-feira, janeiro 03, 2006

BANGGURU



BANGGURU é a minha aposta musical para 2006.

Este projecto musical português tem à venda um album CD+DVD, onde se tem destacado o clip Another 80's (na SIC-Radical).

Aqui podem também encontrar mais informação.

Já agora...

Vital Moreira:

O bispo do Funchal é para além do mais ignorante, porque reduzir as quinas às chagas de Cristo é um atentado à História de Portugal.

Assim não

Paulo:

Rigorosamente nada a ver. É apenas a habitual cortesia de uma empresa pública ou privada quando recebe visitas de candidatos !

Qual a estranheza, então ?

Constituição europeia

António:

Reconhecer todo o património cultural, religioso e humanista da Europa é também reconhecer o património judaico-cristão, e não o contrário !

Um reconhecimento expresso do mesmo seria, isso sim, redutor e exclusor !

Nojento

Este post. Nega totalmente a igualdade mais básica entre os homens.

Arrisco-me a dizer que nem Salazar nem Hitler teriam subscrito semelhante escrito.

Mas...

Henrique Raposo faria certamente bem melhor em queixar-se do sucessivo comportamento da direita em Portugal por muitas dezenas de anos em vez de colocar culpas na Esquerda e na Constituição.

Em qualquer caso, os meus parabéns por este post, relativo a assunto o qual já aqui foquei diversas vezes. Henrique Raposo é um dos melhores bloggers de direita portugueses, sem qualquer dúvida.

Não posso é deixar de afirmar algo relativamente a esta cruzada anti-"vícios". É que toda ela é manifestação das ideias do moralismo cristão mais reaccionário. Ou não tivessem por base uma certa ideia de virtude.

Decididamente

Este texto de Rodrigo Moita de Deus é assustador.

Porque das duas uma. Ou vive noutro mundo absolutamente estranho, ou julga estar ainda nos primórdios do governo representativo clássico (obviamente, com sufrágio censitário e capacitário) no séc. XIX...

A bem da verdade...

...o que Cavaco disse a propósito do treinador não é o que se diz que tenha dito.

Contudo, este episódio manifesta a extrema inabilidade política do candidato, e, porque não dizê-lo, uma assustadora falta de inteligência e de sensibilidade.

Sabendo que a ideia de um Presidente da República moderador e árbitro fez escola, a utilização da palavra treinador, fosse em que contexto fosse, daria pano para mangas. Nem quero imaginar os disparates diplomáticos que poderiam existir.

A não perder

Este artigo de João Pinto e Castro.

Manifestamente revelador.

Prova provada

Eis mais uma razão para votar Mário Soares.

O único que não se mete onde não é chamado. Com toda a confiança.

Manifestamente ridícula.

Esta declaração de voto.

Há que ter em conta que Pedro Lomba a publicou. O que só prova algo que já calculava há anos, e que creio que já por aqui ter escrito.

Que Pedro Lomba é mais uma reles criaturazinha que apenas seguiu uma carreira académica por calcular ser assim mais fácil chegar a lugares políticos por cima. E que apenas ambiciona tacho.

Sim, até porque ideias reais não se lhe conhece nenhuma. Pura e simplesmente, Pedro Lomba não presta. Ponto final.

Para além do mais, Lomba é desonesto. A questão é que temos a direita mais estúpida da Europa, que como repetidamente já se viu arroga-se dona do poder e está sempre cheia de vontade de impor pela força as suas convicções, ou mesmo pior que isso.

Eis mais uma prova do que falo: este artigo de Rui Ramos, no qual a defesa da monarquia, algo de absolutamente inaceitável e por natureza anti-democrático, está quase explícita.

É essa a direita que temos. A que vive permanentemente no saudosismo da monarquia clerical.

Hilariante

Este post, se considerarmos que o respectivo autor, desde os primeiros tempos de estudante universitário conhecido por ser membro da Opus Dei, também era conhecido por estranhamente conseguir adiar inclusivamente exames orais aos quais faltara...

Ou seja. Não tem qualquer legitimidade para dar lições de honestidade e moral seja a quem for. E sim, ser-se membro da Opus Dei constitui imediatamente factor de suspeição relativamente à sua integridade cívica, considerando os perigosíssimos, anti-democráticos e anti-liberais objectivos que essa instituição prossegue.

Dois equívocos de João Miranda

Meu caro João, permite-me corrigir-te dois equívocos:

1. Se é verdade que a direita normalmente consegue 3 dos 4 Deputados referentes à emigração, verdade é que em número absoluto de votos raramente tem mais votos que a esquerda, tendo em conta o muito maior peso eleitoral do círculo da Europa, e a vantagem tradicional do PS em França.

2. Pura e simplesmente nunca deveria ter o PS aceite o voto dos emigrantes nas eleições presidenciais. Aliás, e para mais no mundo globalizado onde estamos e tendo em conta as fugas de cérebros e afins, os círculos eleitorais da emigração deveriam ser pura e simplesmente abolidos. Querem sair do país, paguem a viagem a Portugal se querem votar (sendo que os actualmente recenseados no estrangeiro poderiam transferir o seu recenseamento em termos adequados e proporcionais). Lamento, mas é mesmo assim.

3. Escusado será dizer que a Convenção sobre estatuto de igualdade de direitos com o Brasil deveria ser imediatamente denunciada. Não há qualquer lógica que torne defensável que cidadãos de outros países tenham sequer tantos direitos como os cidadãos da União Europeia.
A lusofonia ? Que se lixe. Não é pelo facto de se falar português num determinado país que os respectivos cidadãos têm maiores ligações a Portugal. O nosso espaço é a União Europeia e não qualquer passadista espaço lusófono, que em nada interessa a Portugal, diga-se. Apenas desperdiçar dinheiro a investir no estrangeiro.
O que tem obviamente uma consequência. Por escandaloso e politicamente incorrecto que possa parecer. Investir na Roménia ou na Bulgária, próximos membros da UE, é obviamente muito mais louvável que investir em Timor ou em Moçambique.

Dr. Cavaco, APRENDA a Constituição ! E mais...

Artigo 198.º, n.º 2 da Constituição

«É da exclusiva competência legislativa do Governo a matéria respeitante à sua própria organização e funcionamento».

Ponto final parágrafo.

Mais. Seguir a absurda proposta de criação de uma Secretaria de Estado para acompanhamento das empresas estrangeiras consubstanciaria um gravíssimo atentado a todos os empresários portugueses, absolutamente discriminados por essa prioridade dada ao investimento estrangeiro relativamente à iniciativa económica nacional.

Estranhamente, não se ouviram vozes de empresários nacionais retirando o apoio a Cavaco após estas inacreditáveis declarações. O que prova quão medíocre e retrógrado é o nosso empresariado, o que aliás é a verdadeira causa do atraso nacional relativamente ao pelotão europeu.

Curioso

Como é que Pedro Lomba, tendo escrito isto, maxime na parte relativa ao Presidente sensível, apoia Cavaco Silva. E o mesmo se poderia dizer se apoiasse Francisco Louçã !

Se há coisa que Cavaco personifica é o menino marrão que nunca fez mais nada na vida sem ser estudar. Ah, e também fazia desporto, o que fica sempre bem para dizer que faz mais UMA coisa na vida que não estudar.

A vida de ACS é uma apagada e vil tristeza. Apoiá-lo para um cargo eminentemente pessoal é exaltar as virtudes do ser marrão e anti-social, esquecendo as capacidades de interacção e de convívio tão essenciais a uma vida feliz.

Chamem-me o que quiserem

Mas, ao contrário de Cavaco Silva, não considero que os surdos pagarem taxa de rádio seja um escândalo.

A taxa de rádio é paga na conta da electricidade referente a cada habitação, contenha ela surdos ou não. E trata-se da taxa que tem como objectivo financiar o serviço público de rádio, um serviço público como qualquer outro.

Com estas afirmações, Cavaco apenas demonstra facilidade em sucumbir ao politicamente correcto e ao supostamente óbvio, exibindo uma total incapacidade em compreender o fundo das questões.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Autoridade de Segurança Alimentar e Económica

«O Governo de António Guterres, criou o projecto de uma Agência para a Segurança e Qualidade Alimentar (ASQA - Decreto-Lei nº 180/2000, de 10 de Agosto). O modelo adoptado tinha como grande objectivo a promoção da saúde pública e a defesa dos interesses dos consumidores a partir de uma abordagem global e integrada da segurança dos alimentos, assente numa análise credível de risco. Este risco ao nível da segurança e qualidade alimentar, e na linha do Livro Branco sobre Segurança dos Alimentos era analisado em três vertentes: avaliação do risco (através da mobilização dos melhores conhecimentos científicos e da gestão eficaz da informação disponível), gestão do risco (produzindo regulamentação e promovendo o controlo) e a comunicação do risco, transparente e eficaz). Para que a ASQA fosse dotada do grau de operacionalidade e eficácia à acção inspectiva, eram criadas estruturas verticalizadas de inspecção alimentar e sanitária com base distrital, a partir de departamentos centrais com responsabilidades de programação e orientação de toda a actividade. Esta estrutura agregaria as várias dezenas de entidades que detinham responsabilidades nesta matéria em diversos Ministérios, procurando combater as principais fragilidades diagnosticadas ao sistema de fiscalização (dispersão de órgãos inspectivos e as consequentes deficiências na sua coordenação, a falta de critérios e procedimentos uniformes a nível nacional e a deficiente implantação de sistemas de supervisão). Esta verdadeira reforma na Administração Pública ao nível da gestão do risco alimentar foi travada pelo Governo de Durão Barroso, apesar de ter herdado o projecto definitivo de lei orgânica para a ASQA. Com efeito, o actual modelo da ASQA, resulta da reformulação produzida pelo Decreto-Lei nº 308/2002 de 16 de Dezembro, onde as Competências da Agência ficam reduzidas às funções de avaliação e comunicação dos riscos (mais para efeitos do cumprimento dos requisitos mínimos da legislação comunitários), relegando a componente de gestão do risco para uma comissão que procederia ao "levantamento exaustivo de todos os organismos da Administração Pública que exercem funções de controlo e fiscalização na área alimentar" e proporia "soluções adequadas à sua organização, nomeadamente quanto ao modelo a adoptar e os organismos eventualmente a extinguir, fundir ou reestruturar". Apesar da nomeação do Conselho Científico e do Conselho Consultivo, os resultados desta contra-reforma estão bem à vista, pela total irrelevância da ASQA nos últimos dois anos e meio, e pela descoordenação completa entre as três componentes de risco, que a crise dos nitrofuranos terá sido, infelizmente, o melhor exemplo. Ou seja, ficou provado que esta mini-agência para a avaliação e comunicação do risco não permite ao Estado executar o seu papel regulador junto da cadeia alimentar, não tendo cumprido a sua missão na qualidade e segurança alimentar nacional.»

Este texto faz parte do meu modesto contributo (não incluído) para o Programa de Governo do PS, na defesa de um modelo integrado para a regulação e controlo da cadeia alimentar, discutido e negociado até à exaustão pelo então Secretário de Estado Acácio Barreiros, e cujo projecto final morreu na praia com a intempestiva saída do Governo de Guterres.

É com satisfação que começo o ano de 2006 por saudar neste blog a entrada em vigor da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).



À memória de Acácio Barreiros.