sábado, janeiro 28, 2006

The Day After - Manuel Alegre

Nestas eleições presidenciais, a candidatura 'independente' de Manuel Alegre conseguiu mais de um Milhão de votos dos portugueses.

Agora que a campanha eleitoral terminou, das muitas questões que a candidatura de Alegre me suscitaram, gostaria de deixar as seguintes:

1 - Quando Manuel Alegre começou a recolher apoios dentro do PS e a mobilizar o seu aparelho partidário (aquele com que se tinha candidatado a Secretário-Geral do partido) estava muito, pouco ou nada entusiasmado por ser candidato presidencial do PS?

2 - É verdade que Manuel Alegre, quando indirectamente sondado pela Direcção do PS sobre a sua eventual disponibilidade para ser o candidato do PS, se sentiu desconsiderado por ser uma 4ª escolha (após Guterres, Vitorino e Jaime Gama)? Razão pela qual se fez rogado e não deu qualquer resposta?

3 - Quando, em reunião dos orgãos nacionais do partido, de que fazem parte, por exemplo, Manuel Alegre e Helena Roseta, a Direcção do PS apresentou a aprovação do apoio a Mário Soares, por que razão não houve a apresentação de uma candidatura alternativa?

4 - Quem se lembrou de transformar a observação crítica à participação de Manuel Alegre em reuniões do PS onde fosse discutida a campanha presidencial de Mário Soares, num processo de intenção para a expulsão de Manuel Alegre? Helena Roseta, Inês Pedrosa, ou o próprio? Fazia já parte da estratégia de marketing eleitoral para a campanha de auto-vitimização?

5 - Quando Manuel Alegre, no seu discurso de Viseu, concluia que uma candidatura sua apenas iria dividir o PS e o eleitorado socialista (dando a entender que, por esse motivo, não se candidataria) tinha ou não razão? E, na altura, Ana Sara Brito andava já a recolher as assinaturas para a sua candidatura?

6 - Quando Manuel Alegre, no discurso que fez em Águeda de apoio ao candidato do PS à autarquia local, anunciou afinal que sempre iria ser candidato, o que o fez mudar de opinião? E porque razão o fez num acto oficial do PS? Ou seria aquele PS ligeiramente diferente de outros PS's?

7 - Se Manuel Alegre considerava que a sua presença em algumas votações na Assembleia da República não eram compatíveis com a sua condição de candidato presidencial, como foi o caso da votação do Orçamento de Estado, porque razão não suspendeu o seu mandato de Deputado?

8 - O princípio Republicano da renovação, tão caro a Manuel Alegre, é compatível com os seus 30 anos consecutivos enquanto Deputado do PS? O tão criticado aparelho socialista será, porventura, o mesmo que colocou Manuel Alegre em 2º na lista de Lisboa (e não Coimbra) nas últimas Legislativas? E o mesmo que o mantêm como Vice-Presidente da Assembleia da República, com direito a diversas 'republicanas' mordomias?

9 - Se Manuel Alegre, como diversas vezes afirmou, apenas se entusiasmou verdadeiramente com a sua candidatura presidencial quando esta tomou a forma do tal 'movimento cívico', significa que, inicialmente, estaria mesmo disponível para ser candidato pelo PS? Mesmo sem qualquer entusiamo? Apenas por especial favor ao aparelho do PS?

10 - Qual a estratégia de Manuel Alegre nos debates televisivos? Porque razão foi Manuel Alegre incapaz de beliscar Cavaco Silva mas, pelo contrário, não se coibiu de atacar Mário Soares, utilizando argumentos 'políticos' como o das 'sestas' de Soares ou deixando cair a piada dos 'dossiers'?

11 - Porque razão foi Manuel Alegre o único candidato presidencial sempre dependente de sondagens, utilizando as favoráveis como argumento político e procurando descredibilizar todas as outras? Como justificar o vil ataque pessoal que fez a Rui Oliveira e Costa? Porque não fez qualquer comentário à única sondagem verdadeira e manifestamente controversa, o tracking-pool da Marktest? Por lhe darem títulos de 1ª página com base em 150 entrevistas amostrais diárias?

12 - Last, but not the least, porque demorou Manuel Alegre 30 anos a perceber que a verdadeira cidadania, republicana, apenas se exerce fora dos partidos políticos? E se assim continua a pensar, o que ainda o liga ao PS (para além do lugar de Deputado, Vice-Presidente da Assembleia da República, e mordomias associadas)? E porque se fala, entre muitos destacados dirigentes da candidatura de cidadania anti-partidária de Manuel Alegre, na eventual formação de um novo partido político? Ou estarão vários dirigentes do PS com um pé no partido (e alguns na Assembleia) e com outro no tal movimento cívico anti-partidário?

Aceitam-se respostas e sugestões.

26 Comentários:

Às 28 janeiro, 2006 02:18 , Blogger Bruno Veloso disse...

Mario,

Era incapaz de fazer um historial me uma leitura tão pertinete, mas...permite-me só mais uma pergunta:

Uma semana depois das eleições já foi à AR cumprir o seu dever de deputado eleito?

Seria interessante saber quando volta...afinal..haja moralidade não só nas palavras do poeta e na sua figura marialva.

 
Às 28 janeiro, 2006 02:34 , Blogger RS disse...

Não será isto (e tantas outras entradas) dar demasiado (des)crédito a Manuel Alegre?

O homem é o que é. Talvez Miguel Sousa Tavares o tenha descrito melhor que todos; talvez tenha exagerado; talvez se tenha contido... So what?

Se tivesse existido uma segunda volta, com Alegre, o aparelho socrático teria resistido, embora fosse humilhado. Assim, tenta humilhar Alegre. Desnecessário.

Alegre não é uma ameaça para o PS. A única e real ameaça para o PS é o próprio Sócrates e a sua agenda, sobreavaliada no mercado, se querem que lhes diga.

Sócrates não pretende mais do que pretenderam D. Barroso e A. Guterres. Consegui-lo-á? Não importa. Para o destino de Portugal, é irrelevante.

Esperava ver reflexões sobre isto, aqui. Agora, Alegre? Tenham dó.
Just not worth it.

 
Às 28 janeiro, 2006 03:07 , Blogger Mario Garcia disse...

Concordo que não se deve dar mais importância a Alegre daquela que realmente tem.
Mas, antes que se faça dele e da sua candidatura um mito, há coisas que devem ser relembradas. Principalmente porque já se viu que no PS, internamente, não existirão quaiquer consequências políticas destas presidenciais.

A mesma reflexão deverá ser feita em relação ao suposto apoio dado pela Direcção do PS a Soares, que andou praticamente sozinho pelo País durante 3 meses (mais uma vez, não se adivinham consequêcias).

Depois, será tempo de virar a página.

 
Às 28 janeiro, 2006 16:39 , Blogger Tonibler disse...

Garcia,

Reparo que há algo que lhe escapa, não entendo bem porquê. Deixe-me ser eu a dizer-lhe, AS ELEIÇÕES JÁ FORAM REALIZADAS! Alegre não passou à segunda volta por 33000 votos!

As estratégias de Alegre foram as correctas, as sondagens da Marktest provaram-se correctas, as da Eurosodagem provaram-se erradas (aliás, há indícios claros de serem aldrabadas...) e só hoje Alegre fala (?) enquanto todo o PS anda a falar dele há uma semana.

Garcia, dahah!

 
Às 28 janeiro, 2006 17:13 , Blogger Mario Garcia disse...

Como seria de esperar, o meu Caro Tonibler nem cita, nem pensa.
Limita-se a mandar bocas.
Assim, realmente, é fácil ser anti-partidos, anti-tudo, e esconder-se atrás do complexo de superioridade da 'sociedade civil'.

Descrédito total!

Mas não o confundo com o resto dos apoiantes de Alegre, em particular, com os Socialistas.

 
Às 28 janeiro, 2006 18:34 , Blogger Tonibler disse...

Não me confunde com os socialistas porque não o sou. Nem socialista, nem militante do PS....

Descrédito Garcia, é fazer perguntas na afirmação, como "Como justificar o vil ataque pessoal que fez a Rui Oliveira e Costa...", quando o ataque só é vil por um juízo de valor seu! Logo, nenhum dos parágrafos que postou é de facto para ser respondido. É apenas um conjunto de juízos de quem ainda não percebeu que as eleições já é passado e que levou uma sovatana memorável...

 
Às 28 janeiro, 2006 18:42 , Blogger Mario Garcia disse...

O ataque foi vil, porque foi à pessoa e não à empresa de sondagens, com carácter de insulto e calúnia (bem ao seu estilo, Tonibler), sem qualquer sustentação, a não ser o juízo de intenção.

Constato que não respondeu a nenhuma das questões levantadas, bem concretas.

Mas continua a mandar bocas...
É a insustentável leveza das posições que tem tomado.

E fico muito satisfeito por saber e assumir que não é Socialista. Não que houvesse qq margem de dúvidas...

 
Às 28 janeiro, 2006 19:27 , Blogger Tonibler disse...

Isso é um juízo seu! Nas sondagens do últimos dia prova-se que o responsável técnico, Rui Oliveira e Costa, andou a fazer sondagens noutro país que não aquele onde as eleições se realizaram, nem onde os seus colegas andaram a fazer as sondagens. Por mim está provado, matematicamente, que foram aldrabadas. Os outros terão outras opiniões, mas na altura Alegre suspeitou e apresentou queixa. Espero agora que com as provas acumuladas a queixa tenha provimento e o sujeito em causa seja afastado do mercado de uma vez por todas.

"Porque foi Alegre incapaz de beliscar" - juízo de valor; "Porque demorou Alegre 20 anos" - opinativo; "Mesmo sem qualquer entusiasmo".- especulativo; e por aí fora....
Ainda não percebi ao que o Garcia espera que lhe respondam . Tenho impressão que isto é um exercício de "qual era a pergunta?"

 
Às 28 janeiro, 2006 20:00 , Blogger Mario Garcia disse...

"prova-se"?
"matematicamente"?
Tem um blog, faça o favor de o demonstrar.

É que, qd pusémos em causa o tracking-pool da marktest, foi com base na análise das fichas técnicas das amostras diárias (e até tivemos a honra de citação no 'margens de erro' - mas não no IV República...).

E não é UMA pergunta.
São várias.
Questões que eu não levantei antes das eleições, por esta discussão beneficiar apenas a candidatura de direita, mas que podem e devem ser levantadas agora.

Porventura, não lhe interessam.
Mas pelo que andou a escrever por aí, não me parece que seja uma opção sua com Crédito!

 
Às 28 janeiro, 2006 22:51 , Blogger Tonibler disse...

Blog esse onde o camarada Garcia também escreve e onde a prova foi feita logo a seguir às eleições. http://tonibler.blogspot.com/2006/01/eurosondagens.html Lá porque ignorou, não quer dizer que não exista.

Também vi a vossa argumentação, ou melhor, do David. Mas a comparação não deve ser feita com a da Marktest apesar de ter acertado em cheio.
Garcia, tem algum problema com o 4-R? Não lhe dou atenção suficiente? Está com ciúmes?

O seu post não tem perguntas. Tem afirmações com pontos de interrogação no fim. Se calhar também foi aprender a fazer perguntas na Eurosondagem...

 
Às 28 janeiro, 2006 22:59 , Blogger Elisiário Figueiredo disse...

Caro Garcia

Todos esses desejos de Manuel Alegre se afundar, de Manuel Alegre deixar de existir, de Manuel Alegre formar um partido, de Manuel Alegre se reformar, de Manuel Alegre... qualquer coisa, foram por agua abaixo, deixe de falar de Manuel Alegre pois vai passar a falar do Movimento "O Poder dos Cidadãos".

Discutir temas de relevante interesse para os cidadãos deste pais deixando de lado as lógicas economicistas ao lado de Manuel Alegre, é para mim um privilégio que tenho o maior prazer de usufruir, é evidente que vai ter repercussões dentro do PS desejando que sejam feitos os ajustes necessários para que se tornem em pólos de discussão abrangentes.


Cumprimentos

 
Às 28 janeiro, 2006 23:13 , Blogger Elisiário Figueiredo disse...

Caro Garcia

Após uma leitura "mais" atenta deste seu post obrigo-me a efectuar um comentário, vou comentar o post no seu todo, não o vou fazer ponto por ponto pois eu já lhe respondi a estas questões anteriormente e não gosto de me repetir, perdoo-me Mário Garcia mas não vejo grande diferença entre este seu post e o anterior, o de João Manuel Tavares e não me refiro ao conteúdo, como é evidente, mas à forma.

 
Às 29 janeiro, 2006 01:11 , Blogger Mario Garcia disse...

Caríssimo Tonibler,

No post a que se refere, limita-se a comentar, à posteriori, os resultados de várias sondagens.
Para ver a superficialidade desta sua análise, convido-o a revisitar a tal argumentação do David no Martinho d'Arcada (que mereceu resposta do Pedro Magalhães):

http://martinhodarcada.blogspot.com/2006/
01/teoria-da-conspirao.html
http://martinhodarcada.blogspot.com/2006/
01/teoria-da-conspirao-parte-2.html

 
Às 29 janeiro, 2006 01:20 , Blogger Mario Garcia disse...

Caro Elisário,

Julgava que agora, passadas as eleições, poder-se-ia esclarecer um pouco mais deste processo, do qual, até agora, apenas se tem ouvido uma versão - e que rendeu muitos votos.

Mas continuo com as mesmas dúvidas.
Manuel Alegre vai presidir ao Movimento "O Poder dos Cidadãos" mantendo a Vice-Presidência da AR?

Vai-me desculpar, Elisário, mas Alegre parece, tal como Sócrates, não ter percebido muito bem o que aconteceu nestas eleições.
Aliás, desde Eanes, que uma votação presidencial era aproveitada para lá do acto eleitoral.

Em relação á sua 'prvocação', o meu post estabelece, cronologicamente, uma série de questões, contradicções e paradoxos que, pessoalmente, enquanto cidadão de esquerda, socialista, republicano (e laico) não gostei de ver no comportamento de Manuel Alegre.

Se não se sente à vontade para as comentar, desilude-me, pois julgo que poderia contribuir para esclarecer alguns destes pontos.

 
Às 29 janeiro, 2006 03:07 , Blogger Elisiário Figueiredo disse...

Caro Garcia

Tenho muita pena pela desilusão que lhe provoquei mas como disse todas estas questões eu já lhe respondi em posts anteriores no entanto vou repetir-me, não quero que o meu amigo zurza contra mim algum "fantasma" que só na sua cabeça existe.


1 - Manuel Alegre disse e eu também já lhe disse que, quando decidiu candidatar-se o fez ciente do processo que estava a encetar, isto já foi falado por nós em posts anteriores às eleições.

2 - É redondamente mentira, asseguro-lhe eu que é redondamente mentira, se fosse verdade? Qual o problema?

3 - Cronologicamente as coisas não se passaram assim.

4 - José Lello, utilizou mesmo a expressão EXPULSÃO.

5 - É verdade, sem dramas É VERDADE.

6 - Utilizou um acto em que dispunha de tribuna, o que o fez mudar de atitude foi o número crescente de militantes e amigos que ocorreram a solicitar que se candidatasse.

7 - Porque nada o obriga a faze-lo

8 - A esta nem lhe respondo, sabe porquê? Porque é lixo.

9 - Ver resposta 6

10 - Em relação a Cavaco pura estratégia meu caro Garcia, em relação a Mário Soares quem começou as hostilizações? Ou Mário Soares por se achar o pai da pátria pode ofender mas não pode ser ofendido?

11 - Quem o diz é você, por isso você é que tem de o demonstrar.

12 - Mário Garcia outra pergunta que me merece o epíteto de: LIXO.

 
Às 29 janeiro, 2006 14:16 , Blogger Mario Garcia disse...

Caro Elisário,

Agradeço a paciência que teve para voltar a ler o post e comentá-lo devidamente.

Há questões onde há duas versões dos factos que as suportam. Como não me considero detentor da verdade (embora as minhas fontes não sejam os jornais), julgo que não será aqui que se vai resolver a sua incompatibilidade.

Há outras que têm a ver com a coerência entre o discurso de Alegre e a sua prática política. Questões de ética, para quem andou a levantar questões de ética. E isso fica para o entendimento de cada um.

Mas, pelo que eu leio hoje no DN, a permanência de Alegre na Assembleia da República foi uma das questões levantadas por os próprios apoiantes de Alegre, face ao Movimento Cívico em marcha.

Não penso que Alegre deva sair do PS.
Mas acho incompreensível que tudo fique na mesma na relação de Alegre (e dos seus principais apoiantes) com o PS, que tanto criticaram.

Apenas não gostei da sua qualificação de 'lixo' a algumas das questões. Principalmente pq eu até nem levantei muitas outras questões que por aí correm ligadas a Alegre, mas que não têm relevância política (ao contrário destas).

Ficarei à espera e atento em relação às realizações concretas do 'Movimento Cívico', com especial curiosidade em relação ao papel da sua coordenadora, cuja acção é bem conhecida no PS.

 
Às 29 janeiro, 2006 16:10 , Blogger Carlos Alberto disse...

BAIXA FRAUDULENTA

Que dizer de um deputado da Nação, que mete baixa para justificar a falta ao trabalho politico no seu posto na Assembleia da republica, e no dia seguinte, é visto a participar numa iniciativa politica partidária.

O Sr. Manuel Alegre, o arauto de serviço dos valores da cidadania, meteu baixa na Assembleia da República e faltou ao seu trabalho parlamentar.
O mesmo cidadão, reune no dia seguinte, com os seus apoiantes, tendo em vista a criação de um movimento de cidadãos para debater os grandes temas nacionais.

Não estaremos perante mais um caso de uma Baixa Fraudulenta. Ninguém acha isto "anormal".
Que exemplo de... cidadania.
Mas vistas as coisas, aqueles que diáriamente, defraudam a segurança social, com baixas médicas fraudulentas, também são cidadãos.

 
Às 29 janeiro, 2006 18:08 , Blogger Tonibler disse...

Caro Mário Garcia,

Matemática é matemática, não precisa de ser validada por Pedro nenhum. Ei vi os posts do David e comentei-os. Uma vez que as sondagens da Marktest derem iguais aos resultados, deduzo que tudo o que possa dizer-se delas é obsoleto. Mesmo que a um Pedro qualquer lhe agrade.

Agora a probabilidade de duas amostras aleatórias de dimensão superior a 3000, em Portugal, darem a diferença que deram as últimas da Católica e da Marktest é nula, como comentou bem o camarada Moke. Então, uma delas está aldrabada. Qual? Aquela que deu completamente diferente dos resultados observados dois dias depois. Este raciocínio não precisa de ser validado por ninguém, é matemática da elementar.

 
Às 29 janeiro, 2006 19:23 , Anonymous Anónimo disse...

Esse poeta da treta com a mania que é esperto, transformou um milhao de portugueses em merda igual a ele .

 
Às 29 janeiro, 2006 21:05 , Anonymous Anónimo disse...

Todos aqueles que votaram Soares e Cavaco são a maior merda que existe neste pais

 
Às 29 janeiro, 2006 21:37 , Blogger Mario Garcia disse...

Comentários anónimos não deixam de ser um acto de cobardia (cívica, é claro...)

 
Às 31 janeiro, 2006 11:06 , Anonymous Anónimo disse...

Caro Mário:

Primeiramente, gostaria de saber se acha que a reflexão sobre os resultados apenas tem que ser feita pelo lado de MA e não pelo lado do PS. Se não o acha, deveria compilar outra dúzia de perguntas para reflexão conjunta...

Quanto a MA:

1. Parece-me uma questão irrelevante, no entanto MA disponibilizou-se para ser candidato, publicamente, logo tinha a motivação suficente.

2. Qualquer putativo candidato tem direito a refletir sobre se deve, ou não, avançar. Parece-me óbvio... E se ele acha que é melhor do que Vitorino ou Gama, tem razão para se sentir desconsiderado. Até porque no final da reflexão se manifestou disponível.

3. A CN que decidiu o apoio a MS foi uma fraude, porque estava à partida ferida de morte. MS disse que só avançava com o apoio do PS, e avançou antes do apoio oficial. Conclusão: alguém lhe deu um apoio em nome da CN antes dela decidir. A única coisa que democraticamente poderia ter sido feita era um referendo interno...

4. Como já foi referido, alguns dirigentes do PS falaram de expulsão.

5. MA foi claro no dia seguinte a essa declaração, ao dizer que era uma intenção e não uma decisão definitiva. Obviamente, um erro político, já que devia ter avançado nessa altura. Desconheço se já andavam a ser recolhidas assinaturas...

6. MA referiu, penso eu, que o que o fez mudar de opinião foi sentir que tinha muita gente a apoiá-lo. Obviamente foi ridicula a apresentação da intençaõ num acto oficial do PS.

7. Episódio lamentável, MA deveria ter abdicado do cargo de deputado assim que se candidatasse.

8. MA não é um símbolo da renovação, como é obvio. Não devia, de resto, ter sido candidato a deputado há um ano. No entanto, comparado com MS e para o exercício de PR é renovação.

9. Esta questão é falsa, naturalmente. MA esteve mesmo disponível, ponto final. Não especule sobre isso, porque foi pública a declaração... Quanto ao favor ao aparelho, foi assim que entendeu a candidatura de MS? se não foi, então não especule sobre as razões da declaração de disponibilidade de MA.

10. A estratégia de MA passou por um debate democrático, sem ataques pessoais. A de MS passou pelo ridículo de afirmações como "eu bem sei o que me diziam sobre si os lideres europeus". O povo percebeu a diferença e não tenha dúvidas que MS perdeu votos com a atitude na campanha, em geral. Não se pode pedir civismo na discussão e apedrejar MS por ter sido expositivo no debate.

11. Obviamente, muito ficou por explicar sobre as sondagens da Eurosondagem. MA falou sempre das sondagens, com coerencia. Atacou as que apresentaram resultados estranhos. Por último, MS foi escolhido porque MA não conseguiria captar eleitorado (sondagem, sem ficha técnica por ser feita na cabeça de 2 ou 3 iluminados).

12. Parece-me que para ser militante se deve identificar com a declaração de princípios. Obviamente que toda a questão da cidadania estar fora dos partidos é ridicula e é um erro de MA.

 
Às 31 janeiro, 2006 11:09 , Anonymous Anónimo disse...

errata:

onde se lê "10. (...) apedrejar MS (...)" deve ler-se "apedrejar MA"

 
Às 31 janeiro, 2006 13:49 , Blogger Mario Garcia disse...

João Álvaro,

1 - Não foi isso que ele afirmou.
Se se recordar,Alegre disse que se tinha disponibilizado para ser candidato pelo PS sem qq entusiasmo, q só viria a encontrar na 'candidatura de cidadania'...

2 - Concordo.
Mas não é estranho já ter decidido junto dos seus apoiantes no PS, mas ficar indeciso perante um eventual convite da Direcção do PS?

3 - Então estamos a passar um atestado de irrelevância à Comissão Nacional? É por isso q Alegre, hoje, tb não vai lá pôr os pés?

4 - Dos 'diversos dirigentes', ainda só ouvi um nome: José Lello (que, pelos vistos, fez um grande favor a Alegre).

5,6,7,8 - Estamos basicamente de acordo.

9 - Aqui a questão é só a contradição entre quem está disponível para, num dia, ser o candidato do PS, para noutro, encabeçar um 'movimento cívico' numa filosofia completamente oposta.
Convenhamos que, se Alegre tivesse sido o candidato oficial do PS, não iria fazer uma campanha muito diferente da de Soares.

10 - Continua-se a reduzir ao debate televisivo os ataques de Soares a Cavaco. Ora, se tiver a oportunidade de rever os debates, nem Soares foi tão incorrecto nem Cavaco tão educado.
Mas a fragilidade da argumentação de Alegre é unânime na análise q todos os comentadores fizeram dos debates.

11 - Alegre apenas foi coerente por gostar e utilizar politicamente as sondagens que lhe davam jeito, criticando todas as outras (não só a Eurosondagem).
O resto é uma falsa questão.
Se Alegre fosse o candidato do PS, sem se poder vitimizar, sem assumir o discurso anti-partidos, tendo de atacar Cavaco, captaria, sem dúvida alguma, pouco eleitorado.
Se Alegre tivesse apoiado Soares, como seria natural, ambos teriam captado mais eleitorado.

12 - De acordo.

Em relação às perguntas relativas ao ponto de vista do PS, equacione-as.
Será tb interessante.

 
Às 31 janeiro, 2006 15:12 , Anonymous Anónimo disse...

Mário:

1. Alguém teve entusiasmo na candidatura de MS? A questão do entusiasmo é relativa. MA disponibilizou-se na altura própria.

2. A única coisa que é pública é que MA se disponibilizou antes de MS avançar...

3. Sócrates passou um atestado de irrelevância à CN porque deu a Soares um apoio que não podia dar. MA vai faltar hoje a uma reunião de outro órgão, a CPN. Embora me pareça que ele pudesse ter saido já de todos os cargos internos, no caso de não o ir fazer não é desconsideração perante o órgão. Caso ele fosse seria uma CPN de confronto, assim há a possibilidade remota de hoje se discutir política, isto é, o que correu mal...

4. Penso que na altura Lello não esteve sozinho...

9. De acordo, há incoerencia. Embora possamos especular sobre se MA ficaria tão preso ao partido como MS ficou. No entanto a sua questão inicial, sobre se MA estaria mesmo disponivel para ser candidato do PS, está respondida. Estava.

10. Não ponho em causa as fragilidades de MA. Não é metade do animal politico que é MS. A questão é que, como ficou provado, aidna que por linhas tortas, isso não vale a vitória por si só. No entanto todos os envolvidos na campanha se aperceberam que a estratégia de MS foi errada. Podia ter atacado assim, no máximo, até Dezembro e durante meio debate. Ora MS usou esta táctica até dia 20 e no debate massacrou demais.

11. MA atacou directamente e com veemencia apenas a Eurosondagem. Porque tinha valores que, eu também desconfio, foram alcançados de maneira estranha. E porque tinham uma pergunta totalmente descabida sobre as desistências, bipolarizando umas eleições que à esquerda nunca o estiveram.


Em relação às perguntas sobre o PS, e apesar de prefir discuti-las num post próprio, posso deixar algumas pistas, partindo aliás das suas próprias questões.

1. Quando é que MS começou a pensar ser candidato e porque achou que MA era um mau candidato?

2. Porque disse Sócrates num dia que as presidenciais estavam a 2 meses de serem discutidas, e no dia seguinte apoia MS?

3. Porque disse MS que não aceitava discussão sobre a sua candidatura? Que impunha o apoio antes de decidir?

4. Porque disseram os dirigentes nacionais do PS que o partido não ia dar apoios, nem sedes, nem nada, ao candidato MA, sem que este tivesse pedido?

5. Porque teve MS 98 ou 99 por cento da CN, e teve depois uma campanha tão desapoiada e teve, no máximo, 2/3 dos militantes a votar nele? Os números são estimativa minha, mas se achar que estão errados discutimos isso.

6. O que fez MS mudar de opinião, depois de em Maio ter dito que seria uma loucura ser candidato? Acharia ele maior loucura apoiar MA ou candidatar-se (na altura)?

7. Esta é uma dúvida antes de criticar sem saber. Quando suspendeu MS a sua militância? em 1986? Antes de ser eleito? e voltou ao PS antes de ser eleito para o PE?

8. Quem pode advogar a renovação e apoiar MS a um terceiro mandato como PR?

9. Porque é que MS não avançou quando a opção era Vitorino, ou, no mínimo, Gama? As tais mudanças por que tinham passado a Europa e o Mundo não tinham ocorrido?

10. Porque é que a esquerda inicialmente ia desistir para MS e foi até ao fim quando entrou MA? Porque não equacionaram desistir para o melhor colocado?

11. Onde está a explicação dos resultados da Eurosondagem? Como pode uma empresa que esteve sob fogo calar-se depois de ver confirmadas as acusações?

12. O que quer o PS fazer com as pessoas que, ainda que "enganadas" por MA, manifestaram a sua vontade de participar na vida cívica, assim saibam que as suas opiniões valem alguma coisa?

Obviamente muitas coisas mais havia a perguntar... Quando puder vou deixando aqui algumas questões... entretanto renovo o desafio ao Mário e ao Pedro, para mostrarem aqui que reflexões acham que são obrigatórias fazer sobre o antes, o durante, e o depois, dentro do PS.

 
Às 31 janeiro, 2006 18:34 , Blogger Mario Garcia disse...

João Álvaro,
Ainda em relação às questões sobre Alegre:

1 - O meu problema em relação ao 'entusiasmo' são as palavras do próprio Alegre. Chocou-me profundamente o desprezo que Alegre mostrou em relação ao PS qd disse que não estava muito entusiasmado em ser o candidato apoiado pelo PS, apesar de disponível.
Demagogia de campanha eleitoral?
Tanto pior.
2 - Diz bem, «A única coisa que é pública»...
3 - Se Sócrates quis impôr uma decisão à CN, mais uma razão para, quem não concordasse, tomar a devida posição. Mas se tivessem perdido a votação, teriam legitimidade política para avançar com uma cnadidatura independente? Talvez não...
4 - Neste ponto, dada a gravidade da auto-vitimização, não servem presunções mas sim nomes e declarações públicas (não me lembro do José Lello mas acredito em si).
11 - A acusação de Alegre a Rui Oliveira e Costa é imperdoável. Até pq , como já foi referido em inúmeros sítios, o tracking-pool foi a única pseudo-sondagem que, tecnicamente, foi polémica. E sobre esta, Alegre nada disse. Apenas pq o beneficiava.

Em relação às questões que levanta sobre o PS, a minha opinião é a seguinte:
1,2,3,6,9 - A questão é porque razão Sócrates acabou por escolher e propor a candidatura de MS?
4 - Aqui o problema foi outro. A 'candidatura de cidadania' de Alegre assentou sobre a estrutura da 'candidatura do militante' a SG do PS, Manuel Alegre. Como podemos hoje assumir sem problemas, houve uma parte do aparelho do PS a trabalhar para Alegre. Ou seja, Alegre não pediu aquilo que lhe estava a ser dado. Os dirigentes nacionais do PS limitaram-se a lembrar q o candidato oficial do PS era Soares. E mesmo assim, foi o que foi...
5 - Aqui o problema está bem levantado, e pode ser levado mais longe: porque razão dirigentes nacionais do PS q votaram a candidatura de Soares, apoiaram. activa ou passivamente, a candidatura de Alegre.
7 - Mário Soares suspendeu a sua militância do PS qd foi eleito Presidente da República («Presidente de Todos os Portugueses»).
Findo os dois mandatos, o PS devolveu-lhe o cartão de militante, com o número 1.
8 - Quem advogou a bandeira da renovação foi Alegre...
10 - O acordo q foi estabelecido entre o PS/Soares, Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã, foi a garantia do apoio na segunda volta. Garantia sem a qual Soares não avançaria.
Ou seja, se quisermos desbravar por este caminho, Alegre sabia q Soares já tinha obtido o apoio do pleno da esquerda para a 2ª volta qd resolveu candidatatar-se...
11 - Provadas as acusações? Deve estar a brincar...
12 - Esta é uma pergunta válida. Haverá consequências internas pela cisão presidencial do PS?

Vamos aguardar pela reunião de hoje.
Farei um post sobre o assunto, onde integrarei as 3 questõe q mencionei.

 

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