The Day After - Jerónimo, Louçã e Pereira
A excelente prestação de Jerónimo de Sousa nesta campanha eleitoral permitiu-lhe alcançar um bom resultado eleitoral, e reclamar vitória sobre Francisco Louçã, na luta do eleitorado mais à esquerda, agora também ameaçado pelo albergue espanhol que se juntou à volta do Movimento Cívico de Alegre.
Este resultado é o culminar de uma mudança de estratégia notável dos comunistas portugueses, que parecem ter feito finalmente a transição para a sociedade da comunicação (onde Jerónimo de Sousa 'resulta', mesmo quando não consegue falar).
Longe parecem já os tempos em que qualquer dirigente comunista que se prezasse, tinha que falar com aquele entoação das palavras à Cunhal, com os clichés da cassete da luta do proletariado contra o grande capital.
Jerónimo de Sousa, no seu discurso, pôs o comunismo na gaveta, previlegiando os assuntos da agenda política diária, tal como os bloquistas o já haviam feito.
Significará isto que as inevitáveis teses renovadoras estarão a ganhar espaço no PC?
Claro que não. Nunca a linha dura teve tanta força, e da qual Jerónimo de Sousa sempre foi, internamente, uma referência.
As questões ideológicas são cada vez menos mediáticas e ficam dentro das paredes de vidro.
O PC aprendeu com o Bloco de Esquerda: uma coisa é a ideologia, outra é o pragamatismo da caça ao voto.
Aliás, começa a ser difícil distinguir as posições do PC das do Bloco.
É irónico que, após umas eleições onde a esquerda apareceu dividida, tão poucas diferenças se consiga encontrar entre os seus principais protagonistas.
Resta-nos Garcia Pereira, o Astérix do maoímo português que, nas horas vagas, quando não está a defender trabalhadores e patrões, vai dando um ar das suas graças...
33 Comentários:
Um dia vou ver o Garcia a meter um post sobre a questão das pescas para lembrar que o Manuel Alegre...
Tonibler, mais um comentário oportuno, uma vez que faz parte do referido albergue espanhol (mas à direita...)
Albergue espanhol ??????
Que raio de LIXO este!
O respeito que o Elisário vai demonstrado por aqui pelas opiniões que não lhe agradam é espantoso...
Mas as eleições já foram à uma semana e, ao contrário do que muitos parecem pensar, o mundo não gira à volta de nenhum poeta...
Eu só estou indignado com a forma como o Mário "constrói" frases, acho que não é necessário verborrear para apresentar uma ideia, só isso.
Não é com termos jocosos ou menos apropriados que acrescentamos algo à discussão.
Mário, desculpe-me mas tenho que adjectivar como LIXO!
Elisário,
A definição de 'albergue espanhol' aplica-se a qq movimento onde pessoas tão distintas como o Elisário e o Tonibler estejam juntos (para utilzar dois exemplos cujo posicionamento tem aparecido por aqui).
Não é apropriado?
Haverão agora crimes de opinião de 'lesa-Alegre'?
Eu conheço o termo.
Garcia,
É espantoso, para não dizer DESCREDIBILIZANTE, que o facto de eu e o Elisário apoiarmos o mesmo candidato seja visto de forma depreciativa como "albergue espanhol" e não como mérito da candidatura em causa.
Suponho, pois, que o Tonibler lá estará na 1ª fila do Movimento Cívico.
Ora já cá faltava a direita com a cassette habitual de que ideologias ou não existem ou não servem para nada e tudo se resume aos méritos de uns e de outros...
Não, Garcia, não estarei. Não é por uns se chamarem partidos e outros movimentos...
Sim´, Sá, já cá falta a direita...
Quod Erat Demonstrandum...
Isso demonstra-lhe exactamente o quê, Garcia? Para mim Alegre era o melhor candidato a PR e continuará a ser até que apareça um melhor. Agora não vou ser carneiro de um movimento como não sou de um partido. Alegre não passou a ser Deus, eu não passei a concordar com o Elisário sobre a organização económica da nação, etc.... Para isso encarneirava num partido qualquer.
Voltamos à questão do 'albergue espanhol'.
Um conjunto de pessoas sem nada em comum, reunidas à volta de uma candidatura presidencial, pelas mais variadas e diversas razões.
E voltamos à questão de que é um excelente candidato que gera isso e não um fenómeno estranho qualquer que, por acaso, reuniu viajantes num mesmo local. O Elisário tem razão, a expressão é depreciativa.
Obviamente é este um dos muitos pontos onde discordamos.
O futuro revelará se se tratou de um «fenómeno estranho qualquer», tipo PRD, ou não...
Alegre serviu para estas eleições. A história não se vai repetir. Ele era o PR para o país. Se vai ser no futuro ou não, não sei.
Isto é válido para Alegre como para os 30 cidadãos que já se candidataram. E depois?
Eu gosto é da monumental arrogância.
As "pessoas livres" estão fora dos partidos. Quem milita num qualquer é logo qualificado como "carneiro".
Sim, Sá, para mim militar num partido implicava sentir-me carneiro. Não é arrogância nenhuma é um sentimento pessoal, de pessoa livre...
Lá por o Tonibler só conseguir militar num partido enquanto carneiro, não quer dizer que os outros não o façam livremente
Um acto de liberdade é escolher o próprio percurso politico, Manuel Alegre escolheu o seu, não sei porque o criticam, será porque ele não quer ser carneiro? Será que obedece a todos os ditames do partido é ser livre?
Quando se quer tomar um caminho diferente do decidido pelos órgãos competentes, o que é perfeitamente legítimo tendo em conta a opinião individual, só há uma solução: sair do Partido.
O contrário é desrespeitar todas as regras básicas da democracia e da existência de maiorias e minorias.
Boa tarde Pedro Sá
Se assim fosse o PS hoje teria 1/10 dos militantes.
Garcia,
Foi que eu disse. Embora o Sá demonstre exactamente o contrário quando diz que quem não concorda, sai.
Felizmente a grande maioria dos militantes do PS tem o sentido da disciplina.
Não podemos entrar para um sítio que nos traz direitos e obrigações esperando só ter direitos...
Esse é o velho hábito dos portugueses.
Tal como na cidadania.
Só há direitos, não há deveres.
Ora, afinal concordam comigo e com a teoria do carneiro.
Caro Tonibler,
Isto fez-me lembrar a sua posição na defesa do não pagamento de impostos.
Onde há direitos há deveres.
Como cidadão, militante partidário, funcionário ou administrador.
Como militante do PS, ninguém me diz como pensar. Mas tenho o direito e o dever de participar nos orgãos políticos onde possa, livremente, expressar as minhas opiniões, e OUVIR, DEMOCRATICAMENTE, as opiniões dos outros, por muito que não concorde com elas.
A minha opinião pode sair vencedora ou vencida. Isto é válido para uma eleição presidencial ou para uma reunião partidária. São as REGRAS DA DEMOCRACIA.
Quem não quer participar com as suas opiniões, sujeitando-se ao sufrágio da opinião maioritária, pode sempre ficar em casa.
Ou fazer um blog, escudando-se atrás de um avatar...
Ou seja, podem dizer antes ao pastor para onde querem ir, mas depois vão para onde o pastor manda.
Eu também tenho um caso semelhante. Sou accionista do Millennium bcp, tenho a mania que sei gerir o banco. Não é que os gajos acabam a fazer tudo o que querem e, ainda por cima, democraticamente?
Garcia, não me insultem a inteligência. Vocês podem ter voto, mas não têm controlo. Esse é dos mesmos de sempre.
Se a visão que tem da Democracia é a do pastor e o seu rebanho, lamento.
Essa foi a SUA visão da democracia. A minha é outra, por isso não sou MILITANTE (procure a palavra...) de partido nenhum.
Desculpe mas esta é a SUA visão de Democracia, as palavras foram todas suas.
Mais.
Deduz-se que, na SUA visão de democracia, não deveria haver partidos políticos.
Talvez na SUA visão de democracia, o Tonibler devesse ser consultado sobre tudo para q as suas doutas opiniões fossem devidamente seguidas.
(Já agora, o q percebe de partidos políticos e militância partidária para andar aí a 'arrotar postas de pescada'?)
AS palavras são minhas, mas a descrição foi sua. E recordo "Quem não quer participar com as suas opiniões, sujeitando-se ao sufrágio da opinião maioritária, pode sempre ficar em casa"
Pode ser a visão do pastor, se sabemos que há quem controle o rebanho, ou a visão maria-vai-com-as-outras como refere na frase fabulosa que repeti agora.
Agora, essa de eu ser consultado parece-me bem...
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