quinta-feira, março 31, 2005

A Igreja e a Política

Adolfo Mesquita Nunes: tens a tua quota-parte de razão.

Infelizmente, entre as atitudes genéricas e conciliadoras do Patriarcado (que desde 1974 tem sido um exemplo de moderação política e, em última análise, de defesa das instituições democráticas) e as atitudes de uma parte substancial da Igreja vai uma distância enorme.

Aliás, se as atitudes do Patriarcado têm a sua consequência no dispersar dos movimentos de "católicos progressistas", também não é por acaso que essa própria designação tem as suas causas, por demais óbvias.

Separemos assim as posições do Patriarcado das tomadas por muita da Igreja portuguesa, e chegaremos a um ponto de consenso, creio.

António Costa Amaral: o Political Compass é americanizado tendo essencialmente em conta as perguntas que são feitas.

Se for a reparar bem, as perguntas que por lá são feitas servem para separar esquerda e direita numa realidade mais norte-americana que europeia, e em particular do Sul da Europa. Por exemplo, a grande maioria da direita portuguesa (ou quase toda) não nega que o Estado tem deveres de carácter social, ao contrário da norte-americana, muito embora, como é evidente, a diferença de políticas face à esquerda seja notória.

E quanto ao liberalismo, uma das conclusões a retirar das últimas eleições é que os Portugueses rejeitaram claramente as tentativas de privatização dos sistemas sociais. Pelo contrário, a liberdade económica (tal como a liberdade em geral..mas por favor não argumentem com a suposta liberdade de educação...) sempre foi defendida por todos, o que, numa perspectiva de esquerda, obriga à sua concretização através de políticas de uma defesa da concorrência efectiva.

quarta-feira, março 30, 2005

Não vale a pena...

José Manuel Fernandes bem tenta levar em diante o seu ultra-liberalismo.

Esquece-se, porém, que o Political Compass está claramente virado para os valores e realidades norte-americanos...

segunda-feira, março 28, 2005

Profecia Guterrista



António Guterres, em vez de ser candidato presidencial na nossa terra, poderá assumir o cargo de Alto Comissário para os Refugiados da ONU (ACNUR).

Se tal acontecer, não ficará o actual Presidente da Internacional Socialista numa posição previlegiada para vir a suceder a Kofi Annan como Secretário-Geral das Nações Unidas?


A Igreja ou o Poder?



Na edição de sábado do «Público», de acordo com as palavras de Vasco Pulido Valente, «as cabeças pensantes da direita portuguesa conseguiram o milagre de falar da direita sem falar da Igreja.»

As referidas cabeças pensantes eram o Rui Ramos, Pedro Mexia, Jaime Nogueira Pinto, Vasco Rato, Blanco de Morais e Maria José Nogueira Pinto.

No resumo feito pela jornalista São José Almeida, «O PREC condicionou o nascimento dos partidos que hoje existem, mas antes, a ditadura de Salazar matou a existência de qualquer tradição de direita não autoritária, quer fosse liberal, quer democrata-cristã. Uma herança que ainda hoje bloqueia a maturidade de projectos de direita.»


Mas, refere Vasco Pulido Valente, «durante o PREC, a Igreja resistiu e ainda em 1979, na campanha da AD, assisti a muita missa em que se proibia o voto no PS, por ser obviamente um "partido marxista". Em 1980, os velhos ministros de Salazar já ensinavam na Universidade Católica, que desde essa altura se tornou na principal escola de quadros da direita.
Fora esta realidade crua e dura, também não se vê bem como qualquer "refundação" do CDS ou do PSD possa a prazo prescindir dos valores da Igreja e do seu apoio institucional activo.»


Acerca da refundação da Direita, não deixa de ser curioso que esteja a ser agora pensada por muitos daqueles que, até há bem pouco tempo, explicavam que já não fazia sentido nos dias de hoje uma dissociação/dicotomia Direita/Esquerda.

Mas, aparentemente, este raciocínio apenas fez sentido na altura em que a Direita esteve no Poder, ou o farejava avidamente. Ao que tudo indica, em tempos de maioria absoluta socialista, com a Direita representada com pouco mais de um terço dos Deputados da Nação, as premissas alteram-se.

E a dúvida que fica verdadeiramente é sobre qual o pilar fundamental desta nossa Direita Lusitana: a Igreja ou o Poder?


quarta-feira, março 23, 2005

D. Pedro



Eis uma sugestão para o futuro próximo de Pedro Santana Lopes:

A candidatura de Pedro, este muito amado e saudosíssimo moço com as suas egrégias virtudes, à Câmara Municipal de Castello de Vide.

E com a sua tradição de passagens fugazes pelos mandatos para que é eleito, talvez possa ser a oportunidade para os habitantes de Castello de Vide comemorarem devidamente a sua visita, sem serem demasiado penalizados...

...como uma reencarnação do passado.

Freitas Suspenso do PPE

Freitas do Amaral foi suspenso temporiamente do Partido Popular Europeu, em virtude de ser membro de um Governo socialista. O actual ministro dos Negócios Estrangeiros lamentou a decisão e disse que vai explicar a sua posição.

Já se está a imaginar o que dirá Freitas do Amaral a Hans-Gert Poettering:

«Meu Caro, esta suspensão do PPE é injusta.
Já leu bem o Programa do Governo de José Sócrates?»


sexta-feira, março 18, 2005

Boa Notícia

O meu amigo Paulo Ferreira é o candidato do PS a Presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira.

Bom trabalho e boa sorte ! Eis uma oportunidade de finalmente haver uma mudança política nessa cidade !

Infeliz Iniciativa

Esta iniciativa é profundamente patética.

Partir do princípio que as mulheres estão a ser ignoradas como destinatários das políticas é um absurdo. Os destinatários das políticas são todos os cidadãos, independentemente do seu sexo.

Quando é que isto muda ?

Não que seja uma surpresa, mas fico triste de o programa de Governo para a Cultura continuar a promover o financiamento da produção cultural, os teatros nacionais (onde está a utilidade da sua existência ?) e, pior que tudo, as orquestras regionais, que não servem para rigorosamente nada sendo que, em relação à sua existência, não existe qualquer interesse público que o justifique.

quinta-feira, março 17, 2005

Mais Uma Grande Vitória para a Democracia...


Há uns tempos atrás, a propósito do histerismo à volta do 'escandaloso' 'afastamento' de Sónia Fertuzinhos de um lugar elegível na lista de Deputados por Braga (falou-se mesmo de um lugar 'claramente não elegível'), questionava neste Blogue:

«De que trata o Departamento das Mulheres Socialistas que não possa ser tratado dentro do PS? Da existência de quotas? De lugares nas listas?»

Pelos vistos, com as saídas, para o Governo, de Vieira da Silva, António Braga e Laurentino Dias, Sónia Fertuzinhos não só lá acaba por ir para S. Bento (o Palácio, não a Estação), como ocupará uma das Vice-Presidências do Grupo Parlamentar do PS, onde a quota de 1/3 para as Mulheres Socialistas foi religiosamente cumprida (4 em 12 Vice-Presidências).

Uma vitória retumbante do Departamento das Mulheres Socialistas, aguardando-se agora as declarações de júbilo de Helena Roseta e Ana Gomes.

Refira-se ainda que o Grupo Parlamentar do PS, agora liderado por Alberto Martins (que até há pouco tempo vinha a distinguir-se pelo seu papel activo à frente da área da «Reforma do Sistema Político» no Gabinete de Estudos do PS...), continua a ter tantas Vice-Presidências como o CDS-PP tem de Deputados?

(Já agora, para que servem as Vice-Presidências dos Grupos Parlamentares?)



quarta-feira, março 16, 2005

O Ego em Expansão do Pinto

Por estar no espírito deste blogue, transcrevo na íntegra o artigo de Alexandre Borges no jornal «A Capital», intitulado:

O Pinto

«Era notícia do Expresso de sábado passado: Sérgio Sousa Pinto é candidato à vice-presidência do Parlamento Europeu.
[Pausa para me agarrar à barriga.]

Quem é Sérgio Sousa Pinto?

Alguns recordá-lo-ão como líder da Juventude Socialista, um dos propulsores da chegada do tema do aborto ao debate na Assembleia,
resultando naquele referendo de má memória em que quase nenhum eleitor viu interesse em inscrever uma cruzinha.
Eu, pessoalmente, lembrá-lo-ei sempre como o deputado que errou as seis respostas a seis perguntas níveis "principiante" e "principiante mais" de História de Portugal, num inquérito realizado por O Independente, anos atrás, em
S. Bento. Ou como o grande delfim de Mário Soares e Manuel Alegre que, assim que avistou o poder a cair na direcção dos braços de Sócrates, se lhe juntou como uma mosca à pele suada em dia de sol.
A história conta-se em poucas palavras: António Costa ainda nem sequer tinha tomado posse como ministro e já havia quem estivesse preocupado com o lugar de vice-presidente do hemiciclo de Estrasburgo que deixaria vago.
Os 12 eurodeputados socialistas, ao que parece, haviam concordado em colocar Edite Estrela como chefe da delegação e o antigo ministro da Agricultura, Capoulas Santos, no segundo lugar da hierarquia do Parlamento. Mas Pinto, sem aviso prévio, decidiu candidatar-se sozinho.
Argumento, entre outros de idêntico calibre: "Uma aspiração legítima e um corolário justo da minha passagem pela política europeia e por esta casa."
Desculpe, estamos a falar de quem? Do Soares, não é?
Não. Do Pinto.
Deve ser uma coincidência de nomes. Deste tínhamos ideia de que tinha 30 e poucos anos e nada provado enquanto político ou qualquer outra coisa. »

terça-feira, março 15, 2005

Carta Aberta a Jorge Coelho



Jorge Coelho foi nomeado Coordenador da Comissão Permanente do PS.

Esta Comissão é, segundo o próprio, uma resposta a «uma preocupação no sentido de que o PS tenha condições para estar permanentemente mobilizado e motivado, mantendo-se com grande dinamismo e com grande actividade».

Eis o atalho para uma Carta Aberta ao Camarada Jorge Coelho sobre este mesmo assunto.

A não perder

Hoje, Teresa de Sousa.

Absolutamente desonesto

A argumentação de Eduardo Prado Coelho atacando de forma verdadeiramente indecente Ferro Rodrigues tendo em vista defender Manuel Maria Carrilho mete NOJO.

Todos sabemos que, em política e na vida, a ingratidão está sempre ao virar da esquina. Mas aqui se revela o carácter (ou a falta dele) do colunista pseudo-intelectual.

Contra o tachista, marchar marchar

Rui Pena Pires escreve este artigo sobre o lamentável texto de Fernando Ka.

Concordo em quase tudo. A única diferença é que não considero que determinadas áreas da população devam ser mais incentivadas do que outras. Ou somos todos iguais ou não somos.

Já começa

aqui se pode ler como é que aqueles que sempre se julgaram donos do PS começam desde já a criticar o Governo.

NOTA: após o esclarecimento de Pedro Adão e Silva, fica aqui eliminada a referência a que fizera declarações em sentido, ainda assim, muito relativamente parecido. É que nem esse era o caso.

sábado, março 12, 2005

Sócrates' Sixteen



Qual é a diferença entre um remake e uma sequela de um filme?

Num remake, vai-se buscar um filme antigo de sucesso, adapta-se o seu tema a questões actuais, escolhe-se um elenco atractivo, e utilizam-se mais efeitos especiais (como uma maioria absoluta).

Numa sequela, vai-se buscar um filme recente de sucesso, varia-se o tema ligeiramente, mantém-se o melhor do seu elenco e convida-se mais uma ou outra nova estrela para o cartaz, e utilizam-se mais efeitos especiais (como uma maioria absoluta).

Em ambos os casos, o objectivo é 'tirar (o) partido' de uma fórmula de sucesso para produzir um novo êxito de bilheteira.

Este Governo de Sócrates será um remake ou uma sequela do Guterrismo?

Ou seja, será que já vimos este filme?


Tomada de Posse Light



Já tomaram posse José Socrates e os seus Ministros.
Com rapidez, sem salamaleques nem foguetes.

Palpita-me que este Governo ainda vai sair melhor que a encomenda...

sexta-feira, março 11, 2005

Nem era de esperar outra coisa

Pois é, camarada Ana Gomes, estamos totalmente em desacordo.

A grande diferença é que a camarada considera que deve existir um número mínimo de mulheres em lugares "porque sim" e eu não. Da mesma forma que eu consideraria perfeitamente normal se todos os Ministros e/ou Secretários de Estado fossem mulheres ou homens.

Lamento, mas a política não tem sexo. E, como aqui disse mais que uma vez, ir por esse caminho tem ido sempre dar à conversa das "áreas para que as mulheres estão mais vocacionadas", ideia absolutamente machista e inaceitável.

quinta-feira, março 10, 2005

Cosmic Game



Dos Thievery Corporation.

Depois de «Mirror Conspiracy» e «The Richest Man In Babylon», Rob Garza and Eric Hilton estão de volta com mais um trabalho.

Para apreciadores.

segunda-feira, março 07, 2005

Os Votos dos Emigrantes

Considerando que:
- a participação dos emigrantes nos actos eleitorais é manifestamente baixa;
- existem obstáculos legais verdadeiramente inaceitáveis à participação eleitoral dos portugueses que se encontram a residir temporariamente no estrangeiro,

Parece-me fazer todo o sentido a extinção dos círculos eleitorais da emigração, o que traria as seguintes consequências:
- recenseamento dos emigrantes numa freguesia do território nacional, que seria, muito provavelmente, a da naturalidade na grande maioria dos casos;
- levantamento dos obstáculos à participação eleitoral de todos os portugueses que se encontrem no estrangeiro, facilitando-se o voto por correspondência e o voto antecipado.

Há que ter a lucidez de avançar neste sentido !

Garotices...



O PP decidiu retirar o retrato oficial de Freitas do Amaral da sede do partido e enviá-lo para o largo do Rato.

Pedro Silva Pereira foi particularmente feliz ao classificar este gesto como uma «garotice mal-educada», senão vejamos:

Em 1985/86, quando Freitas do Amaral representou o pleno da direita portuguesa contra Mário Soares, muitos dos actuais dirigentes do PP, como Pedro Mota Soares, Nuno Melo, ou Pires de Lima Jr., não passavam de garotos, catraios, fedelhos, eventualmente de chapéu de palha na cabeça e sobretudo verde. Devem concerteza lembrarem-se de coleccionarem autocolantes, das eufóricas caravanas automóveis, do sonho de uma vitória inevitável e revanchista, tal como asseguravam os seus papás e tios.

Passados 20 anos estão juntos num auto-denominado Partido Popular, que insiste apresentar como apêndice eleitoralista umas 3 letrinhas, em referência histórica a um outro Partido político que em tempos funcionou no Largo do Caldas, um tal de Centro Democrático Social, cujos ex-Presidentes até já nem são militantes do PP, tal como a maioria dos seus fundadores.

Aliás, desde 1995 que alguns antigos dirigentes desse extinto Partido, centrista, católico, têm vindo a ser eleitos Deputados independentes pelas listas do PS.

Estes garotos, agora um pouco mais crescidos mas nem por isso mais bem-educados (Nuno Melo é um infeliz exemplo), sem saberem o que fazer perante a saída de PP do PP, decidiram-se pela vingança num retrato, há muito tempo esquecido lá pela Sede, ao lado de todos os outros ex-líderes do CDS (com excepção de Manuel Monteiro, o primeiro dirigente do PP, actual Presidente do PND).

E daí, toca a enviá-lo pelo correio para a Sede do PS, após a realização do respectivo Auto de Fé em pleno Largo do Caldas.

Resta saber se o PP, «que faz política sem hipocrisia», enviará a Freitas do Amaral, também pelo correio, a tal sigla CDS, que há muito já não lhes pertence.

Vitorino e o Lobo



Ainda não foi desta que António Vitorino «regressou».

Em entrevista ao Diário Económico, o próprio admite ter recusado o lugar de Ministro por falta de vontade e motivação.

«Não gostei de ser ministro, ninguém acredita mas é verdade. Foi uma experiência enriquecedora, mas não gostei. Prefiro servir o país como parlamentar

António Vitorino, que tem sido um misto de D. Sebastião e D. Constança do PS, arrisca-se a cair na fábula do Pedro e do Lobo: qualquer dia, quando for verdade, já ninguém acredita...

5.000 Votos

Sendo hoje o dia da publicação oficial dos resultados eleitorais das últimas Eleições Legislativas, podemos fechar este balanço recordando a análise de Rui Oliveira e Costa que, a propósito da taxa de abstenção e ainda antes das eleições, referia que poucos votos poderiam ser decisivos, dependendo do círculo elleitoral.

Houve realmente 7 círculos eleitorais onde o último Deputado foi eleito por uma pequena margem:

O 38º Deputado do Porto foi do PSD e não do PS por 1.354 votos.

O 18º Deputado de Braga foi do PSD e não do BE por 418 votos.

O 17º Deputado de Setúbal foi do PP e não da CDU por 1.077 votos.

O 15º Deputado de Aveiro foi do PS e não do BE por 196 votos (ou do PSD por 1137 votos).

O 8º Deputado de Faro foi do PS e não do PSD por 190 votos.

O 6º Deputado de Viana do Castelo foi do PP e não do PSD por 969 votos.

O 2º Deputado da Emigração na Europa foi do PSD e não do PS por 4 votos!

Conclusão: 7 Deputados foram decididos por uma margem de 5000 votos (0,088% do total de votos).

Esta análise factual faz lembrar os famosos Deputados que Paulo Portas insistia em estar a disputar directamente com o PS. Como se vê, em nenhum círculo eleitoral tal não aconteceu.


Nos círculos da emigração, estando em causa 2 Deputados no círculo da Europa e outros 2 Fora da Europa, o PSD elegeu 3 Deputados contra 1 do PS.

Isto permitiu à RTP noticiar que, nestes círculos, os resultados tinham contrariado a tendência nacional.

Porém não se terá passado exactamente isso.

Enquanto no círculo eleitoral Fora da Europa a vitória do PSD foi clara (64% contra 29% do PS), no círculo eleitoral da Europa passou-se exactamente o contrário, ou seja, uma clara vitória do PS (59% PS contra 29% para o PSD).
Neste último círculo, e como já referimos, com a aplicação do método de Hondt (após recontagem de votos) o PS não garantiu o 2º Deputado na Europa por meros 4 votos.

De resto, se juntarmos os votos da emigração num só círculo eleitoral, o PS obtêm 48% dos votos contra 42% do PSD.

Estando os 230 representantes da Nação (e da diáspora) eleitos, resta fazer votos para que cumpram o seu mandato com a responsabilidade e dignidade que o lugar o exige.

(Esta última frase não era para rir...)

Cada vez mais ultraliberal

José Manuel Fernandes. Era o que mais faltava alguém com o salário mínimo pagar a mesma taxa de IRS que alguém em topo de carreira, etc., etc....

sexta-feira, março 04, 2005

... que nos filhos não resultou



Nesta nova era em que a esquerda deve manter-se alerta, recomendo a passagem por um blog bem interessante:

VOTEM nas PUTAS que nos filhos não resultou

Em Nome da Democracia

Recuso-me a aceitar que o povo, ao contrário do que defendeJosé Neves, viva estupidificado pelas suas necessidades materiais de subsistência.

Eis, mais uma vez, a habitual arrogância do BE.

Eu Quero Tacho

Como de costume, Fernando Ka.

Alemanha no 3º Mundo

Luís Filipe Menezes pede a extinção do Tribunal Constitucional, e vem dizer que nenhum país civilizado tem um órgão como aquele.

A Alemanha, então, faz parte do 3º Mundo. Entre outros. Ou será que Menezes é de tal maneira ultra-faccioso que para ele só os Estados Unidos são civilizados ?

Pois é

Daniel Oliveira denuncia, e bem, as cumplicidades entre PCP e PSD em variados municípios.

Nada que seja novidade para mim, mas muitos talvez não saibam...

Claro que a razão disto é só uma. O PCP quer estar sempre com o poder, com o objectivo de ter elementos seus em lugares bem remunerados, assim engordando a conta bancária do Hotel Vitória...

quinta-feira, março 03, 2005

Boas Vindas

Bem vindo à blogosfera, Adolfo Mesquita Nunes!

quarta-feira, março 02, 2005

Lamentável

A isto se chama aproveitamento de rivalidades corporativas para tentar ganhar eleições.

Qualquer pessoa com dois dedos de testa percebe que, se esses expedientes são de facto dilatórios e estão na lei, logo a existir algum responsável é o legislador.

Grande Mulher

Este artigo de Maria Filomena Mónica é simplesmente brilhante.

Faltam-lhe apenas duas coisas:

- falar dessas mesmas mulheres que, se o respectivo companheiro se oferece para fazer qualquer lida doméstica, recusam imediatamente;

- principalmente, lembrar que, desses 62% de portugueses que consideram que quem não tem filhos tem uma vida vazia, muitos deles estão prontos a qualquer momento a lançar impropérios contra quem não os queira ter, como se não fosse uma opção legítima e lícita.

terça-feira, março 01, 2005

Desacordo

Pois é, Paulo Gorjão, desta vez não estamos de acordo. O que não quer dizer que eu concorde com a análise do Pedro Adão e Silva relativamente às consequências práticas.

Isto é: se no Governo o PS tem de aplicar a sua política, que é indubitavelmente uma política de esquerda, sem preocupações de posicionamentos ideológicos, até por uma questão de convicção...e agora não há desculpas...aliás, ninguém espera que este Governo adopte medidas consideradas radicais...

Por outro lado, existindo maioria absoluta qualquer entendimento é desnecessário. Entendimentos necessários, tendo em conta a realidade parlamentar, terão de ser feitos em conjunto com o PSD em matérias que exijam uma maioria de 2/3.

Obviamente, não posso concordar com uma análise derrotista que considere desde logo que o centro está perdido para o PSD. A conjuntura destas eleições representa uma enorme oportunidade para o PS fixar votos que anteriormente nunca detivera...basta a José Sócrates convencer.

Sem prejuízo de que 14% de Deputados à esquerda constituem uma realidade inapagável. Em qualquer caso, lembre-se que o crescimento do BE ocorreu essencialmente nas áreas e sectores onde tinha menos peso político e representação. Por exemplo, na freguesia de Carnaxide, desde sempre uma das onde sempre teve maior percentagem, o Bloco desceu relativamente às eleições europeias.

É assim dentro desta lógica bipolar que terá que ser desenvolvida a estratégia do PS. Contudo, acima de tudo estará necessariamente a preocupação de governar bem e de acordo com o programa de Governo (que é acima de tudo um documento ideológico, diga-se) e as necessidades do país.