quinta-feira, setembro 30, 2004

Agora em Português

Aqui está o tal teste político na sua versão portuguesa.

Fiz agora o teste e não só vos vou dar conta dos resultados, como também vos vou dar as minhas respostas a cada pergunta, ainda que de forma esquemática !

Resultados desta vez: -1,75 e -4,51...já mais dentro do esperado.

Discordo fortemente: 3, 8, 15, 23, 24, 29, 37, 39, 40, 43, 48, 51, 56
Discordo: 4, 6, 9, 10, 11, 14, 17, 18, 20, 22, 27, 28, 33, 34, 35, 41, 42, 44, 46, 47, 50, 55
Concordo: 1, 2, 5, 7, 12, 16, 21, 31, 32, 36, 38, 42, 45, 49
Concordo fortemente: 13, 19, 25, 26, 30, 52, 53, 54


Esclarecimentos:

5 - A partir do momento que eu considero já não existirem classes sociais, para mim a frase perde grande parte do seu sentido...

9 - Discordo da frase, principalmente porque há que distinguir a água engarrafada da água da torneira.

11 - Discordo, essencialmente porque a expressão "muitas" é equívoca.

12 - Quando concordo com algum proteccionismo, será sempre na perspectiva comunitária e para defender os nossos valores (p.ex., impondo taxas alfandegárias mais elevadas a produtos de países que não conferem mínimos de protecção social).

13 - Concordo fortemente, porque a responsabilidade social, no sentido que é referida, cabe ao Estado e não aos privados.

18 - Não discordo fortemente porque deve haver balizas, sejam elas as 10 ou as 12 semanas.

22 - As escolas, não as universidades.

42 - Discordo, apenas e só porque toda a gente tem a mesma importância.

50 - Discordo, embora não fortemente, porque, não sendo essenciais, pode haver situações em que assumam um papel relevante.

Reino Unido

Com a devida vénia, citamos Vital Moreira:

Segundo informa o Guardian, numa votação realizada na conferência anual do Partido Trabalhista, 60% dos delegados votaram a favor da renacionalização dos caminhos de ferro. Para além de exprimir a grande insatisfação social com o mau desempenho dos transportes ferroviários desde a privatização, este resultado (que não tem obviamente efeitos vinculativos sobre o Governo trabalhista) revela que, pelo menos no Reino Unido, há antigos e arreigados valores do velho socialismo que resistem a morrer.


O que leva a ter duas curiosidades:

1 - Não parece óbvio que não fora o mau funcionamento a questão nem se colocaria ?

2 - Quantos votariam em abstracto nessa proposta sem ter em conta a situação concreta ?

Não tomemos a nuvem por Juno...

Mais uma

Mais um facto sobre a Suécia que desconhecia, e que deixará qualquer dos leitores verdadeiramente surpreendido.

O estudante universitário, quer queira quer não queira, é obrigado a ser sócio da associação de estudantes !

Depois venham cá dizer que por lá há liberdade de associação...entre isto e o que acontecia relativamente a certas profissões no Reino Unido na era pré-Thatcher, as quais não era possível exercer sem estar sindicalizado, a diferença é zero.

quarta-feira, setembro 29, 2004

Falsificação

Eis uma claríssima falsificação da verdade.

60% de obesos ? Deve andar tudo doido. É mais que evidente que os 60% se referem a pessoas com excesso de peso, e que há uma deliberada manipulação com o objectivo de querer impor o saudavelmente correcto.

Só por cima do meu cadáver (com excesso de peso, evidentemente).

Ah pois é

Este artigo, elaborado por um mais que óbvio defensor da substituição dos partidos políticos pelos "movimentos sociais" (i.e., o corporativismo revisitado em versão extrema-esquerda caviar...depois queixam-se de eu por vezes lhes chamar extrema-direita), é de tal maneira radical que é inclusivamente criticado de forma incisiva pelo Daniel Oliveira.

Está a barraca armada...

Entrevistado por um jornal interno da organização, o Secretário-Geral da Juventude Socialista vem defender as horrendas quotas por género e, pior ainda, o orçamento participativo.

Está a barraca armada, ai está está...

Ainda assim, vou-me dar ao trabalho de explicar resumidamente porque é que o orçamento participativo é não só um disparate como é inclusivamente PERIGOSO:

a) os cidadãos, votando nas eleições autárquicas, escolhem entre os vários projectos apresentados, escolhendo desde logo aí as prioridades orçamentais para 4 anos;

b) considerando que a grande maioria dos cidadãos não participaria nessas reuniões preparatórias de orçamentos, mais força teriam na sua elaboração os lobbies locais e os corporativismos, isto para não esquecer a enorme luta que teve à cabeça o PS e o MRPP a favor de métodos democráticos em várias instituições, contra os métodos utilizados na altura pelo PCP...quem tem conhecimentos sobre essa altura facilmente os associa ao que digo;

c) mesmo que existisse uma larga participação, o risco de manipulação por lobbies é assustador, e a tendência para ceder a populismos e a demagogias imensa;

d) da defesa da participação anual à exigência da substituição dos órgãos autárquicos por comités sociais (sovietes...) vai apenas um passo...ou custa assim muito a perceber que esta ideia nasceu precisamente dos mesmos que apregoam o fim da democracia partidária, com a extinção dos partidos políticos e a sua substituição pelos "movimentos sociais" ?


Sim, porque quanto às quotas já nem digo mais nada. Apenas que eu coloco e colocarei sempre as mulheres em pé de igualdade com os homens. Pensar o contrário é algo de nojento. Não trato mulher nenhuma como uma coitadinha inferior por natureza. Isso seria insultuoso.


Gás Hilariante

Luís Delgado, pois claro.

MUAHAHAHAHAHAH !

terça-feira, setembro 28, 2004

Incredulidade

É o meu sentimento com a inacreditável qualificação dos acontecimentos de Palmela como homicídio voluntário, devido a dolo eventual.

É que, por esta ordem de ideias, basta eu andar de carro numa auto-estrada que se bater num rail estou a praticar dolosamente um crime de dano ! E por aí adiante.

Como diz e bem o Paulo Gorjão, temos a juíza a deixar que a sua sensibilidade pessoal e a sua impressionabilidade por terem existido mortos falem mais do que a rigorosa aplicação da lei. Uma vergonha.

segunda-feira, setembro 27, 2004

Political Compass II

Aceitando o desafio do Pedro Sá, fui ao site do Political Compass experimentar o teste.

Concordo com a observação de que se trata de um teste tipicamente americano, fazendo às vezes lembrar o célebre questionário para se obter um visto para os E.U.A. do género «Faz parte de alguma organização terrorista? Sim / Não».

Sendo o resultado final uma classificação entre Esquerda/Direita, Liberal/Autoritário nos planos económico e social, há um natural enviesamento do teste para a direita (ou seja, dificilmente um europeu moderado conseguirá obter valores entre 0 e +10). Contudo, a Terceira Via Europeia, mais concretamente Gerard Schroder e Tony Blair, estão classificados no quadrante da 'Direita' 'Autoritária'.

Os meus resultados são:

-7,88 no nível económico
-5,85 no nível social

Descobri que, segundo este teste, estou à esquerda de Dalai Lama, de Nelson Mandela e de Gandhi!

Mas, por outro lado, segundo o teste do Political Compass, estou à esquerda do Pedro Sá 5,76 pontos no plano económico e 2,06 no plano social.

Visto deste prisma, parece-me que o teste até é capaz de bater certo...


Political Compass

Pois é. Na sequência da reportagem do PÚBLICO da última sexta-feira, decidi fazer o teste.

Já sabia que o teste reflecte acima de tudo parâmetros norte-americanos, e que está muito condicionado pelo que se concorda ou discorda fortemente.

Contudo, nunca pensei que o meu resultado fosse o que vos apresento de seguida. Lembro que sendo 0 o centro, -10 significa valores máximos de esquerda económica e liberalismo social, e + 10 valores máximos de direita económica e conservadorismo social.

Os meus resultados são:

- 2,12 a nível económico
- 3,79 a nível social

É precisamente o resultado a nível social que constitui uma enorme surpresa, até porque nas habituais perguntas sobre temas fracturantes as minhas respostas foram todas no sentido que é óbvio...contava ter pelo menos uns 5,00...fica assim a dúvida.

Desafio assim os leitores a fazerem também o teste e a deixarem na caixa de comentários os vossos resultados:


sábado, setembro 25, 2004

Sócrates Vence Ferozmente



José Sócrates confirmou-se como novo Secretário-Geral do PS.

Na altura em que proferiu o seu discurso de vitória (sem direito a perguntas por parte dos jornalistas), os resultados quase finais eram os seguintes:

José Sócrates - 78,6%
Manuel Alegre - 16,6%
João Soares - 3,9%

Destaque para a mobilização eleitoral que levou mais de 30.000 militantes às urnas.

Afinal, o 'Aparelho' mostrou que continua a controlar e a representar o Partido.

E aqui reside o principal paradoxo que Sócrates tem de resolver: modernizar um Partido que lhe entregou o lugar de Secretário-Geral numa bandeja, servida por Jorge Coelho.

Veja-se o caso da Federação do Porto, onde Franscisco Assis, Narciso Miranda e Manuel Seabra, entre outros, asseguraram uma vitória esmagadora a Sócrates.

Provavelmente ficará para a próxima.

Por agora, e a avaliar pelas suas últimas intervenções, teremos em Sócrates uma espécie de Guterrismo sem diálogo, em busca do El Dorado: o 'centrão' eleitoral.

Em suma, um 'animal feroz'...

Revolta

A atitude de Vicente Jorge Silva é demasiado revoltante. Se se demitia do PS, tinha também a obrigação de se demitir de Deputado.

Obviamente, todo o seu percurso só prova que está desesperadamente à procura de protagonismo. A sua atitude merece em mim um profundo sentimento de NOJO.

Esta atitude que demonstra uma falta de ética monstruosa deveria servir de exemplo aos líderes políticos relativamente à entrada de independentes nas listas.

terça-feira, setembro 21, 2004

Ai...

Eu também não quero que os professores sejam carne para canhão.

Mas daí até achar, como faz Rogério Rodrigues, que eles devem ser referência e exemplo e com influência social e cívica vai uma enorme diferença.

Ser professor não tem mais dignidade do que ser, por exemplo, trolha. Já em vários sítios alertei sobre quão perigosas são estas teorias que querem à força fazer das escolas o centro das comunidades, numa terrível manobra de engenharia social, sem atender à dinâmica própria da vida...

Em Defesa dos Símbolos

Pela blogosfera registam-se reacções de repúdio contra a condenação a uma pena de 10 meses de trabalho comunitário do energúmeno que queimou uma bandeira nacional na manifestação anti-tourada.

A quem critica, nomeadamente o Daniel Oliveira e o João Miranda, embora com bases diferentes, tenho a lembrar que:

Artigo 332º, nº 1, do Código Penal:

Quem publicamente, por palavras, gestos ou divulgação de escrito, ou por outro meio de comunicação com o público, ultrajar a República, a bandeira ou o hino nacionais, as armas ou emblemas da soberania portuguesa, ou faltar ao respeito que lhes é devido, é punido com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias.

E ainda, para que não venham aqui a dizer que temos uma lei terrivelmente nacionalista:

Art. 332º/2 - pune a ofensa contra símbolos das Regiões Autónomas;
Art. 323º - pune a ofensa contra símbolos de Estados estrangeiros ou de organizações internacionais de que Portugal seja membro.

Isto para não falar do Art. 251º, que pune o ultraje por motivo de crença religiosa.

E ainda têm razões para criticar ? Eu até acho que a pena foi excessivamente leve, mercê de um patético regime especial para menores de 21 anos que infelizmente existe...

Preocupante

Manuel Alegre garante que mesmo que perca o Congresso, continuará a existir um "movimento"...

Para além de esta ser a assunção de que fará oposição interna em larga escala, já estou mesmo a ver de onde é que esta ideia vem...vejam a estrutura da sua direcção de campanha e tirem as conclusões. O terrorismo político chegou ao PS. Não pensem os próximos Secretários-Gerais que alguma vez deixarão de ter oposição.~

Que diferença para com a atitude conciliadora de Porfírio Silva...

segunda-feira, setembro 20, 2004

Da Holanda....com veneno.

Como estás, caro Pedro Sá. Já estou na Holanda. Mas como tenho acesso aos jornais nacionais, não deixo de te recomendar a última entrevista do Miguel Sousa Tavares ao jornal O Independente. Li esta frase e lembrei-me das jotas, e dos jotinhas, acho-a perfeita: "Sou delirantemente a favor da
extinção das juventudes partidárias. Aquilo é um alfobre
de meninos para a política com os piores vícios e sem nenhuma
qualidade. E realmente vemos deputados com 23
anos e secretários de Estado com 27 que chegam ali e pensam
que a importância que têm lhes advém da largura do
nó da gravata."

Se quiseres ler toda a entrevista vai
aqui

Abracos desde o país das Túlipas, Socas, Bicicletas, Charros e Loiras!

Filipe Gil
(Viva o Manuel Alegre!)

A Nossa Bandeira

Não me pode passar ao lado o facto de um dos manifestantes da Marcha Anti-Touradas ter queimado uma bandeira nacional.

Felizmente vai ser criminalmente responsabilizado pelo acto ilícito que praticou.

Mas o facto político é que mais uma vez vemos a extrema-esquerda a manifestar o seu ódio à ideia de País. Um nojo.

Mais valia estar calado

Nesta entrevista, Francisco Assis diz três enormes disparates:

1 - A defesa de uma coligação no Porto com o PCP e o BE. Não faz qualquer sentido estar a admitir que não é possível ganhar a Cidade Invicta contra a coligação de direita, já que o Presidente Rui Rio é tão fraco como afirma e a derrota socialista em 2001 foi pela margem mínima.

2 - Ao ver com interesse o trabalho do BE no Porto, está por arrastamento a ver com interesse a invasão da reunião pública de Câmara pela deputada municipal daquele partido.

3 - A defesa da inclusão de muitos independentes nas listas do PS, como "forma de demonstrar abertura". Como se isso desse votos. Como se essa defesa enquanto princípio não significasse passar um enorme atestado de estupidez aos militantes. Como se isso garantisse qualidade. Etc.

A Conservadora de Serviço

Graça Franco faz mais um frete em defesa das posições do Patriarcado.

É profundamente inaceitável que se parta de algo que é louvável, i.e., criticar a discriminação fiscal a que os casados estarão alegadamente sujeitos, para vir defender um benefício fiscal para eles.

Ao contrário da autora, não posso concordar que o Estado alguma vez possa querer condicionar as opções de cada um no plano estritamente pessoal. Aliás, no seu livro A Arte de Bem Governar, a própria Margaret Thatcher se insurge contra esse tipo de soluções.

À Força...

Ao que parece, os Verdes querem impor por lei que a comida servida aos estudantes portugueses nas cantinas seja controlada por princípios de alimentação equilibrada.

Para além de isto significar a consagração por via legislativa do saudavelmente correcto, imagina-se que o passo seguinte seria a imposição de um regime vegetariano nas cantinas...até já imagino a argumentação..."ninguém está a impor o vegetarianismo, mas ele é a forma mais correcta de alimentação, e assim o Estado não contribui para o sacrifício de animais...".

Mais que previsível

Depois da trapalhada da colocação dos professores, estava-se mesmo a ver que viria alguém a defender os princípios liberais da descentralização na colocação de professores.

Espantoso foi ver Daniel Oliveira a alinhar pelo mesmo diapasão. Isso sim.

quinta-feira, setembro 16, 2004

Novidades no DESCRÉDITO !

Pois é. O DESCRÉDITO cresce. A partir de hoje, junta-se a nós uma voz do Norte !

O Manuel Carneiro chega à blogosfera desde Valongo, e com ele chegam os seus sempre interessantes pontos de vista !

Ah, e mais uma novidade está para chegar...aguardem !

Bingo !

Diz José Miguel Júdice:

Os Códigos de Processo Civil e de Processo Penal estão todos mal pensados. São documentos feitos a copiar experiências estrangeiras, por professores universitários de grande qualidade técnica e científica, mas que nunca pisaram o tribunal.

Mas...

Se assim é, por que espera a Ordem dos Advogados para apresentar aos partidos políticos e ao Governo a sua proposta de revisão daqueles Códigos ? Criticar só não basta...

Ainda Matosinhos

A propósito do editorial hoje de Luís Osório, tenho a dizer que:

A propósito do seu editorial acerca dos acontecimentos de Matosinhos e da decisão da Comissão Política Nacional do PS, tenho a dizer que:

Os partidos políticos, como é natural, regem-se por normas a todos os níveis, entre as quais normas disciplinares, as quais obedecem aos princípios básicos do Estado de Direito.

Logo, ninguém pode sofrer uma pena cuja previsão e estatuição não estejam previstas em normas anteriormente fixadas.

Era fácil, muito fácil, aos membros da comissão de inquérito proporem a expulsão de Manuel Seabra e de Narciso Miranda. Ainda que depois a Comissão Nacional de Jurisdição fosse certamente não aplicar essas penas.

Os 3 responsáveis tomaram a decisão que era, de facto, importante tomar a nível político, ainda que da minha parte esteja em franco desacordo com a matéria de facto apurada.

Propor a expulsão daqueles dois militantes seria assim uma medida totalmente estéril, por falta evidente de provas que consubstanciassem uma infracção que pudesse levar a tal resultado nos termos das normas aplicáveis.

Pelo que foi uma medida de extremo bom senso, e que não corresponde a falta de coragem, a decisão limitar-se a uma sanção política.

Pena que a tão arreigada lógica da procura cega de culpados para as situações ainda vá sendo lei...

Ainda bem !

A direita mais inteligente da blogosfera está de volta !

Ainda bem !

quarta-feira, setembro 15, 2004

A Avaliação das SCUT's

António José Seguro propôs hoje no Plenário da Assembleia da República que seja feita a avaliação das SCUT?s na sua globalidade, ou seja, que se apurem e contabilizem os benefícios da construção destas vias de comunicação, em particular no interior do nosso País, para além de se falar apenas na ?factura? a pagar.

Esta proposta agrada-me particularmente, pois defendo a abordagem custo-benefício como base da decisão e monitorização dos investimentos públicos.

Tão importante como saber quanto é que custa ao Orçamento de Estado este tipo de investimentos é saber qual o efeito que eles geram no tecido económico e social.

Ao contrário do que deu a entender Bagão Félix, as auto-estradas construídas pela forma de financiamento tipo SCUT?s não têm como objectivo permitir que uns senhores por aí andem mais depressa à custa de todos e em particular dos mais pobres?

Foram investimentos realizados tendo em vista o desenvolvimento económico e social dos Distritos do interior do País, melhorando significativamente as acessibilidades para pessoas, bens e serviços. A introdução de portagens nestas vias de comunicação repõe, pelo menos parcialmente, o custo da interioridade.

Porém, existe já um exemplo de ineficiência económica introduzida pelo Governo PSD-PP a este nível ? a introdução de portagens na CREL. Estas são um bom caso de estudo atendendo a localização do MARL, pois segundo a teoria económica, o aumento do custo de transporte de mercadorias associado ao pagamento das portagens passa sempre para o consumidor final.


Já agora, espreitem o que o bloquista Fernando Rosas escreveu no Público acerca da intervenção do Bagão.

terça-feira, setembro 14, 2004

O Princípio do Pagador-Pagador

Primeiro foi o anúncio feito por Santana Lopes da intenção de introduzir taxas moderadoras ligadas aos escalões de IRS no Sistema Nacional de Saúde.
Em relação a este tema, Vital Moreira procura mostrar a demagogia à volta desta ideia num artigo hoje no Público.

Ontem à noite assistimos a Bagão Félix, em directo ao País nos três canais generalistas, explicando algumas coisas que todos já sabíamos, num discurso particularmente dirigido a todos aqueles com menos do 9º ano de escolaridade, na linha do discurso populista de direita, onde o Estado, responsável por todos os males, é o alvo a abater.

Há a destacar dois factos políticos desta intervenção:

Num discurso com a importância estratégica para o Governo como o de ontem, quem deu a cara não foi o Primeiro-Ministro mas sim o Ministro das Finanças que, como se sabe, foi indicado pelo CDS/PP.

Bagão Félix reconhece claramente que o Défice Orçamental se mantém perto dos 5%, pelo que não só não houve qualquer resultado prático da política desenvolvida por Manuela Ferreira Leite. Chega mesmo a haver uma demarcação clara da política levada a cabo por esta última, ao se assumir que não pretende este Governo continuar a vender património para obter as necessárias receitas extraordinárias.

Acresce ainda a diabolização das SCUT?s, fórmula encontrada para financiar várias auto-estradas no interior, mas que este Governo quer trocar por cash.
Pergunta-nos o Ministro Bagão se será justo que os pobres, os que não têm automóveis ou os que não utilizem as referidas vias, as paguem com os seus impostos.
Esta questão, para além do populismo primário deste Ministro católico, mostra a concepção dominante neste Governo sobre as questões de solidariedade e de estratégia de desenvolvimento para o País.

Em tudo isto parece haver uma só certeza: Santana Lopes e Bagão Félix descobriram o Princípio do Pagador-Pagador.
Ou seja, quem é que o Estado sabe poder obrigar a pagar impostos, taxas, portagens, etc, para aumentar as receitas públicas?

É fácil, porque são sempre os mesmos.
E é bem mais fácil do que combater a fraude e evasão fiscais.

Obrigado pelo Circo, Jorge Sampaio?


Solidariedade

Não será novidade para ninguém, mas deixo aqui a minha absoluta solidariedade com esta luta.

Chega de discriminação !

Eu não digo ?

Longe de partilhar das concepções liberais do JCD, vejam no seu blog Jaquinzinhos o artigo Saúde Pública.

E depois estranham que eu passe a vida a dizer mal da Suécia.

Inacreditável

Se isto for verdade, estamos à beira de considerar como verdade aquilo que é das maiores falsidades e maquinações da verdade que alguma vez já vi.

sábado, setembro 11, 2004

Debate na TSF

Para aqueles que seguem atentamente o processo político do próximo Congresso do PS, têm a possibilidade de ouvir o debate entre João Soares, José Sócrates e Manuel Alegre de ontem na TSF, disponível na íntegra no site desta estação.

Ultrapassando o 'ruído de fundo' inerente a este tipo de debates, penso que os três candidatos mantiveram-se fieis às suas entrevistas na SIC Notícias. No que isso terá de positivo e negativo para cada um deles.



sexta-feira, setembro 10, 2004

Manuel Alegre e João Soares na SIC Notícias

Depois da entrevista a José Sócrates na terça-feira, foi a vez de Manuel Alegre e de João Soares, quarta-feira e quinta-feira, apresentarem as suas candidaturas na SIC Notícias.

Manuel Alegre não só correspondeu às expectativas que pessoalmente tinha sobre o seu discurso, como as superou.
Sempre assumi que a candidatura de Manuel Alegre representa o espaço político em que me revejo no PS, assumidamente Socialista e de Esquerda.
A candidatura de Manuel Alegre começou por ser essencialmente isso: representar este mesmo espaço político num Congresso onde começava a surgir um unanimismo da super-estrutura partidária à volta de um projecto de PS ao centro, a roçar perigosamente o populismo, que semanticamente passou a ter um sinónimo no léxico de esquerda: o inter-classismo defendido por Sócrates.

Manuel Alegre começou por simbolizar esta presença, mas o impacto desta afirmação junto dos Socialistas (militantes e simpatizantes) transformou-o também no candidato que surgiu na SIC-Notícias, disposto a aceitar a confiança dos Socialistas de o elegerem Secretário-Geral e candidato a Primeiro-Ministro.

Tal como reconheceu, Manuel Alegre tem «a força da palavra», pelo que a sua entrevista primou pela coerência força e clareza das suas posições, dominando o ritmo da conversa e chegando a enlear os próprios entrevistadores no seu «charme» de veterania.

João Soares foi igualmente coerente consigo próprio e com o seu projecto de longo prazo. Apresenta hoje uma imagem mais moderada, com a qual teria certamente conseguido bater Santana Lopes em Lisboa (mas isso são águas passadas). Adelino Faria foi contudo bem menos simpático com ele de que com Sócrates. (porquê a questão sobre a UNITA? Sócrates foi lembrado porventura da sua passagem pela JSD, temporalmente tão próxima do posicionamente que orgulhosamente diz ter assumido contra o Bloco Central?)

No conjunto das três entrevistas, julgo essencialmente confrangedora a diferença de qualidade das prestações televisivas de Manuel Alegre e João Soares com a de José Sócrates, o vencedor previamente anunciado desta contenda.

Veremos pois qual vai ser a mobilização dos militantes socialistas para estas eleições directas e o significado político do seu resultado final, mas também dos resultados parciais. Porque, perante o esmagador e diligente apoio dos dirigentes locais do PS a Sócrates, estará aqui uma boa medida para a auto-avaliação da sua sintonia com as bases que representam.

Seja como for, e apesar da especial aptidão da comunicação social para realçar as pequenas picardias entre os candidatos, está desde já lançado o mais interessante Congresso do PS desde a contenda Guterres/Sampaio.


quinta-feira, setembro 09, 2004

Estranhas coincidências...

O Bloco de Esquerda sempre se afirmou a favor da alteração da lei do aborto pela via referendária, e contra a simples aprovação de uma nova lei pela Assembleia da República. Ao contrário do PCP.


Curiosamente, quando João Soares e principalmente Manuel Alegre vêm defender a mudança legislativa por via não referendária, aí vem o BE, ao que parece, seguir o mesmo caminho...

A propósito dessa discussão: de facto, seria eventualmente desejável que a Constituição incluísse uma cláusula que impedisse que uma matéria sujeita a referendo pudesse ser objecto de alteração legislativa por via não referendária. Mas o que é verdade é que essa norma não existe, bem pelo contrário.

Fundamentalismo Cristão

É a qualificação que me vejo obrigado a dar às palavras do comissário europeu neerlandês Frits Bolkenstein.

Diz ele que a Turquia para aderir à UE teria que alterar a sua identidade (?!?!), pois a Europa implodiria com a integração de um país de 70 milhões de habitantes muçulmanos. E que essa integração faria com que o romper do cerco de Wien de 1683 teria sido em vão !!!!!!!!!!!!!!!!!

Já chega. Estou farto destas declarações pelas quais a Europa tem ser um clube supostamente cristão.

Proibido Fumar

Espera-se que a proibição de fumar em locais públicos que aí vem atenda às mais elementares regras do bom senso, designadamente não abrangendo bares e discotecas.

E mesmo quanto aos cafés...

A desfaçatez do Delgado

Dizer, como o faz aqui, que os Países Baixos são um santuário de ilegalidades é levar a desonestidade e o reaccionarismo mais bacoco às últimas consequências.

quarta-feira, setembro 08, 2004

Sócrates na SIC Notícias

A prestação de José Sócrates na sua entrevista à SIC Notícias não trouxe grandes novidades.

Sócrates desenrolou todo um conjunto de lugares comuns, alguns de uma inconsequência aflitiva, valendo-lhe o profissionalismo de João Adelino Faria que, encostando-o às cordas diversas vezes, resistiu à tentação de ir mais longe.

Limito-me a comentar 4 pontos recorrentes na entrevista.

Apostar na Modernidade.
O Grande-Chavão. Quem não concordará?
No entanto, continua a ser tabu por em causa o limite dos 3% no Défice, que a Alemanha bem tem mostrado o que vale.

O Inter-Classismo
Pelo que percebi, o PS representa para Sócrates um vasto conjunto de exemplos históricos de modernidade, que farão um excelente museu no Largo do Rato (chegou mesmo a elencar as figuras de seda que lá constarão).
Sócrates quer no fundo aplicar no PS a receita do New Labour de Tony Blair, embora sem o querer citar.
Será a promessa do Guterrismo revisitado, com mais ou menos Guterres e sem querer perceber e assumir o que correu de negativo nesses 6 anos de Poder, ou a ocupação pragmática e assumida do espaço do Bloco Central, aquele dos interesses inter-classistas?

Abrir o Partido à Sociedade. Os Novos Estados Gerais.
Continuarão os dirigentes do PS a assumir que não têm no seu interior quadros com valor nem capacidade para os atrair? Ou pelo contrário, terão os quadros do PS que devolver o cartão ao remetente para reintegrarem a Sociedade e participarem nos debates mais importantes?

O Modelo Social-Democrata Nórdico.
Terá sido esta a grande contribuição de Sérgio Sousa Pinto?

Problemas Intestinais

Verifico que a «prisão de ventre» que andava a afectar o Pedro Sá na sua escolha de candidato a líder do PS teve finalmente o seu momento de alívio:
Saiu Sócrates.

No fundo, quando estas coisas acontecem, o que interessa mesmo é que saia alguma coisa.

Pelo sim pelo não, Pedro Sá, e atendendo à entrevista de ontem na SIC Notícias, verifica se puxaste bem o autoclismo.

Cuidado com a alimentação e as melhoras...

terça-feira, setembro 07, 2004

Reflexão concluída - a minha decisão

Dou por findo o período de reflexão a que me propus.

Ainda que não concorde em 100% com nenhuma das propostas políticas dos candidatos a Secretário-Geral, parece-me fundamental neste momento a questão do posicionamento estratégico do Partido Socialista.

Eu quero um Governo PS de maioria absoluta. Eu não quero acordos de Governo com o BE em circunstância alguma. Mais: um Governo de maioria absoluta do PS é, ele e só ele, uma maioria de esquerda.

Eu sinto o PS como o Partido do Povo. Não como um partido de classe. E povo são todos os cidadãos portugueses e outros residentes no País.

É público e notório que a eleição para Secretário-Geral se decidirá entre José Sócrates e Manuel Alegre. João Soares bem tenta puxar o seu discurso mais para a esquerda tentando não perder força, quando é autoevidente que nunca poderá aspirar a ter mais do que 15% dos votos, na melhor das hipóteses. E também parece claro que numa eventual segunda volta dará o seu apoio a Manuel Alegre.

Decide-se entre um PS de acordo com o seu espaço ideológico e uma viragem radical à extrema-esquerda. Entre um partido de todos e um partido marcado por um horrível igualitarismo. Entre a credibilidade política e a cedência às mais reles demagogias anti-partidos.

Não tenho assim, agora, dúvidas quanto ao que devo fazer. Acima de tudo contra Manuel Alegre e tudo aquilo que representa, tomei a decisão de apoiar José Sócrates.

Nem pode ser de outra forma

Se a Ministra da Educação assume que não cumpriu uma ordem judicial, que outro caminho lhe resta senão demitir-se ?

A Grande Mentira

Ao que parece, Manuel Alegre veio dizer que O PS nasceu historicamente dos trabalhadores.

É espantoso como é que um fundador do PS está tão esquecido ou mente deliberadamente.

Manuel Alegre deveria saber que essa não é a génese dos partidos socialistas do Sul da Europa. Nunca foram partidos de classe e, no caso português, o PS provém essencialmente da tradição republicana e da oposição democrática ao regime salazarista, qualquer delas muito longe das classes trabalhadoras.

Que Alegre estivesse sedento que o PS fosse um partido de classe (curiosamente, de uma classe que não era a sua, em tempos em que as classes sociais existiam) é um problema que é exclusivamente seu. E que o coloca na pré-História ideológica. Não tem é o direito de faltar à verdade.

Nota extra-política

Esta sexta-feira desloquei-me até ao Alandroal, para uma festa de anos que se realizou numa habitação agora também destinada ao turismo rural, a Quinta da Tapadinha.

O gosto em receber e a simpatia do Zé e da Ju merecem toda a referência !

E não se pode interná-lo ?

Definitivamente inimputável.

Nem pensar

Aprender inglês desde a pré-primária ?

Luís Campos e Cunha só pode estar louco.

Daí até quererem substituir o português pelo inglês como língua oficial no espaço de duas gerações era um pequeno passo. E para que se começasse a falar inglês e não português.

Completamente fora de questão.

Impensável

Leiam o artigo Notas após alguns dias blog-free, e vejam ao que chega o facciosismo.

Ou seja, mais importante do que a posição que defende, é não querer estar do mesmo lado que outras pessoas de que se detesta.

É triste.

Ah, no mesmo blog, muito interessante o artigo Antes que Anoiteça. Concordo com quase tudo o que lá está escrito, com duas excepções:

- dispensavam-se certas referências à esquerda, quando se quer de facto falar da extrema-esquerda, embora fazê-lo seja ideologicamenet conveniente para JCD;

- dizer que Fidel assassinou muito mais gente do que Pinochet só se pode justificar por ignorância ou por puro ódio...JCD, não vai defender Augusto Pinochet pois não ?

quinta-feira, setembro 02, 2004

Obviamente

Daqui se retira a conclusão óbvia: que Santana Lopes quer ver-se livre da questão da IVG antes das legislativas de Outubro de 2006.

quarta-feira, setembro 01, 2004

Dentro das previsões

Aqui está alguém que se deita na cama feita por ele próprio.

E que com isso faz uma figura profundamente patética.