sábado, julho 31, 2004

Candidaturas na Net

As candidaturas à liderança do PS começam a chegar à net.

O site de João Soares já vem de longe.
O site de Manuel Alegre já está disponível, contendo integralmente o discurso de apresentação da candidatura.
O site de José Sócrates encontra-se ainda em construção.

Diferenças já se encontram nos endereços:
João Soares é .net
Manuel Alegre é .org
José Socrates é .com

sexta-feira, julho 30, 2004

Geração 2000

«A ditadura democrática substituiu a competência, o 'curriculum', a obra feita. A imagem e a demagogia afastaram a reflexão e a ideologia. A ambição e o oportunismo substituíram a verdade a coragem. Os caciques partidários substituíram as elites, tidas por antidemocráticas porque, ao contrário dos outros, nunca foram a votos. E assim chegámos ao governo dos piores que a nação tem. »

Miguel Sousa Tavares, in Público (hoje)

(http://jornal.publico.pt/2004/07/30/EspacoPublico/O01.html)

Manuel Alegre

A apresentação da candidatura de Manuel Alegre realizada ontem no Largo do Rato é um marco na História do Partido Socialista.

Manuel Alegre lembrou que continuam a existir os valores e causas que identificam o Socialismo. E que o PS deve afirmar primeiro a sua identidade antes de pensar num posicionamento óptimo para ganhar eleições.

O dogma de que 'só se ganham eleições ao centro' é um derivado do princípio de que 'já não existe Esquerda e Direita'.

Querer transformar as Eleições Legislativas num casting para quem deve governar ao centro, por vezes em nome de interesses privados, é também mostrar que o PS não aprendeu nada com 6 anos de Governo Guterres.

A Convicção de Manuel Alegre faz eco no verdadeiro Partido Socialista, e nega a voragem da conquista do Poder pelo Poder.

Uma Alegria finalmente...

quarta-feira, julho 28, 2004

Renovação...

Ficaram-me na memória as palavras de José Socrates, na apresentação da sua candidatura, sobre a necessidade de renovação no PS, exemplificando:

Franscisco Assis, Ascenço Simões, Sérgio Sousa Pinto...

Ficámos a saber que, para Sócrates, renovar o PS será dar protagonismo aos dirigentes mais novos que ele.

Ter-se-ia lembrado também de António José Seguro?

Aí, o PS ficáva 'renovado e seguro'...

sábado, julho 24, 2004

Incontornável...

Incontornável é o artigo semanal de Augusto Santos Silva no Público de sábado.

Augusto Santos Silva mostrou e continua a mostrar ser o mais lúcido da ala mais à esquerda, pertencente ao núcleo duro de Ferro Rodrigues.

Em condições normais, Augusto Santos Silva teria sido porventura o candidato desta ala a Secretário-Geral do PS, mas o inefável mediatismo de Sócrates empurrou Manuel Alegre para este papel, fundamental para demarcar uma herança ideológica que faz parte do PS.

«Demagogia & Negócios, Lda» tem a virtude de rejeitar a voragem autofágica que costuma atingir os partidos políticos em vésperas de eleições internas: descreve a seriedade da situação em que estamos metidos com Santana Lopes em 1º Ministro, sem deixar de defender Sócrates face a comparações demagógicas.

«A estrutura e a composição do Governo motivaram gargalhada geral. Não era caso para menos: o Ambiente entregue ao partido que votou contra a respectiva lei de bases e defendeu, nas eleições legislativas, a extinção do ministério, a Cultura transformada em quadro de excedentes, secretários de Estado que transitam da Saúde para o Turismo ou regressam ao Executivo dois meses depois de terem sido "remodelados", ministros que desconheciam o nome dos ministérios ou ficaram sem instalações e arquivos.

Mas os custos desta farsa são enormes e não têm graça nenhuma. A separação do Trabalho da área social e a sua subordinação à Economia diz tudo da concepção que se tem dos direitos e do Estado social. Cada novo arranjo orgânico significa meses e meses de confusão e paralisia, processos que voltam ao ponto zero, desperdício de recursos e energias: há ministérios criados por Durão Barroso que agora foram extintos, antes sequer da publicação do seu decreto de organização! A vertiginosa rotação de governantes por pastas e a entrega de sectores sensíveis a quem neles não possui nenhuma experiência reconhecida representam descrédito nos serviços, desconhecimento dos assuntos, solavancos na gestão corrente, desresponsabilização geral. Um governo não é um carrossel de feira que um grupo de amigos ocupa como entende. Não é possível aceitar que seja atribuído um ministério a quem nunca anteriormente apresentou uma ideia que fosse de política pública para o respectivo sector.

É preciso, pois, levar a sério os desmandos de Santana e Portas e prevenir as linhas de argumentação que já estão instaladas nos "media" para os proteger. 
 
A primeira é que este governo não é pior nem melhor que qualquer outro e, ao menos, Santana é divertido. A segunda é que Santana Lopes é um "animal político", comparável a Mário Soares, sobrando-lhe em coragem e intuição o que lhe falta em conhecimento técnico e estabilidade emocional. A terceira é que o que aí vem, do lado do PS, é um Santana 2, chamado Sócrates.
 
Não vale a pena perder muito tempo com os dois primeiros argumentos: os custos da animação circense estão à vista nas contas dos municípios da Figueira e de Lisboa, e a comparação de Santana com Mário Soares é simplesmente insultuosa. Mas já me quero demorar na terceira ideia, e com o à-vontade de quem não alinhou nem alinha no coro desafinado que imediatamente se formou, no interior do PS, à volta da candidatura de Sócrates.


Há muito de discutível na prática e na proposta política deste possível futuro secretário-geral do PS. Esse muito é, para mim, tanto que é pública a minha preferência por outro candidato. Mas o facto de José Sócrates gerir cuidadosamente a sua imagem mediática, ter boa presença física e eficácia comunicacional e beneficiar da notoriedade garantida por recente presença sistemática na televisão pública não é, em si mesmo, defeito ou crime, nem o torna imediatamente equiparável - isto é, vulnerável, porque a "cópia" é sempre pior que o "original" - a Santana Lopes.
 
Sabemos quem é, o que fez e o que pretende o ex-ministro de Guterres. Sabemos que se situa ao centro, que acarinha o aparelho do seu partido, que é determinado até ao autismo, que promoveu a candidatura ao Euro 2004, a humanização do combate à toxicodependência e a co-incineração, e de cada uma destas coisas podemos concordar ou discordar (eu discordo irremediavelmente da segunda). O que não podemos dizer é que não tem currículo feito, na defesa do consumidor, na saúde pública e integração social e no ambiente, e em nenhuma dessas áreas encontramos, como seu legado, o vendaval de ilusões e desenganos que Santana Lopes deixou pela Cultura, o Sporting ou a Figueira e Lisboa. Seria muito estúpido que, no calor do debate interno, a "ala esquerda" do PS se encarregasse de dar credibilidade ao argumento que mais favorece a direita na justificação de Santana.

Não se desvie, portanto, a atenção. Ao fim de uma semana de actividade, Santana Lopes mostrou já, em toda a linha, aquilo que é: um grau zero em política substantiva e institucional.»


O Cidadão Três Vezes Enganado. Para Quê Votar?

No Público de hoje, em consonância com o que tenho defendido nestes Blog, destaco dois artigos de opinião:

«Para Quê Votar?
Notas Sobre a Opção Presidencial de Não Dissolver o Parlamento»

André Freire inicia o seu artigo da seguinte forma:

«A opção de Sampaio de não dissolver o Parlamento suscita interrogações quanto à utilidade do voto dos portugueses. Em primeiro lugar, cauciona a opção de Barroso de menosprezar os compromissos que tinha com os eleitores. Em sequência, vem também caucionar que o (antigo) presidente da Câmara de Lisboa não se responsabilize pelos compromissos que assumiu com os eleitores da capital. Não se pode andar a defender a reforma do sistema político, no sentido de reforçar a confiança e a proximidade entre eleitores e eleitos, como tem feito o Presidente, e depois caucionar assim a subalternização dos compromissos eleitorais.
Em segundo lugar, existindo vários argumentos pertinentes contra e a favor da dissolução, o Presidente optou por uma decisão que atende sobretudo às posições defendidas pelas forças políticas e sociais de direita (PSD, PP, banqueiros, empresários, etc.). Alguns consideram adequada a opção, porque supostamente a maioria presidencial se esgota no acto da eleição. Enquanto representante do todo nacional e responsável pelo regular funcionamento das instituições democráticas, o Presidente não pode representar apenas a maioria social e ideológica que o elegeu. Contudo, para além desses domínios de actuação, os Presidentes podem, devem e atendem geralmente às maiorias políticas que os elegeram, sob pena de não serem reeleitos e de os portugueses não perceberem para que serve eleger um Presidente oriundo de determinada área ideológica.
»

Concluiu o seu raciocínio assim:

«Portanto, é de esperar que nas próximas eleições presidenciais os portugueses tenham bastante mais dificuldade em responder à pergunta: "Para que serve eleger um presidente?"»

Por seu turno, Santana Castilho intitula o seu artigo da seguinte forma:

«Três Vezes Enganado»

«Como se sentirá o Presidente da República perante o festim que caucionou em nome da estabilidade? Foi para isto que reflectiu tanto e só lhe faltou ouvir os deuses do Olimpo?»

«Portugal está enredado numa teia de interesses que se reforçou com este Governo de agentes económicos, de amigos e de arranjinhos de última hora. Falta-nos ter a Kapital por cenário das próximas declarações políticas e a "Caras" a substituir o "DR" na publicação dos diplomas governamentais.»

«O peso da soberania do povo, paradigma máximo da democracia, foi substituído pela filosofia do quebra e rasga e está bem retratado na presente mistificação nacional, que me faz sentir três vezes enganado: a Câmara de Lisboa tem um presidente que os eleitores não votaram e não conhecem; quem foi eleito para a câmara acabou em primeiro ministro, sem ter sido escrutinado para tal; e quem era primeiro ministro eleito está agora na presidência da Europa... depois de ter sofrido uma monumental derrota nas eleições europeias. Um só fio condutor: o vale tudo, o despudor de fazer hoje o contrário do que se prometeu ontem, a deserção irresponsável dos cargos confiados pelos eleitores.»

Afinal nós, extra-terrestres, não estamos sós no Universo...

 

sexta-feira, julho 23, 2004

Eu, Ex-Sampaísta, Me Confesso

Quando Mário Soares foi eleito Presidente da República em 1986, numa 2ª volta contra Freitas do Amaral que dividiu ao meio o País, Soares fez questão de entregar o seu cartão de militante ao PS como forma simbólica de reafirmar que iria ser «Presidente de todos os portugueses», mesmo sendo «Socialista, Republicano e Laico».

Quando em 1996 Jorge Sampaio foi eleito Presidente da República contra Cavaco Silva, Sampaio, ao contrário do seu antecessor, quis manter o seu cartão de militante do PS. Foi a sua forma simbólica de dizer que, apesar do cargo que ocupava, não deixava de ser a pessoa que era, com o seu percurso político e os seus valores e princípios.

Faço esta analogia quando já tudo foi escrito e dito sobre a decisão de Jorge Sampaio em não marcar eleições antecipadas e aceitar Santana Lopes como 1º Ministro.

Isto porque julgo que, friamente, há que distinguir as críticas dirigidas ao cidadão Jorge Sampaio, daquelas feitas ao Presidente Jorge Sampaio.

O Presidente da República Jorge Sampaio tomou uma decisão que está em conformidade com a Constituição da República. Ninguém o desrespeitou, ninguém o acusou de qualquer ilegalidade, inconformidade (ou «golpe de estado»).

O problema é que o cidadão Jorge Sampaio tomou uma decisão que trai todo o seu passado político, acervo fundamental que conduziu a que a maioria dos portugueses, em especial de esquerda, o elegessem duas vezes para o mais elevado cargo político da Nação.

A reacção emotiva de Ana Gomes à sua decisão fez eco da perplexidade e indignação de milhares de outros cidadãos, que viram o Jorge Sampaio que julgavam conhecer, explicar à Nação que a estabilidade económica é mais importante que a transparência democrática.

A voracidade com que a Direita dos interesses está a abocanhar esta oportunidade, distribuindo as pastas governamentais como se tratasse da divisão de um saque entre uma horda de bárbaros, talvez traga novamente uma lágrima ao Presidente Sampaio.

Considero-me hoje ex-Sampaísta, porque os valores em que acredito e defendo deixaram de ter Sampaio como uma referência.

Sampaio pode continuar a ter o seu cartão de militante do PS como uma boa recordação do seu passado político.


sexta-feira, julho 16, 2004

E Portugal Segue Dentro de Momentos...

Por Miguel Sousa Tavares no Público.


Isto enquanto tento recuperar dos vários «estados de choque» que se sucedem.

Quando uma pessoa está quase a recuperar do anterior, zás !

E ainda falta conhecer a totalidade dos membros do governo...

quinta-feira, julho 15, 2004

Férias

Pois é. Chegam as férias.

Ainda que se iniciem de uma forma que nada convida ao descanso, com a minha participação no Congresso Nacional da Juventude Socialista, inicio o meu período de férias dentro de alguns minutos.

2ª feira parto para a Roménia, onde estarei até dia 28. Talvez dê notícias desde terras de Ceausescu (ler Tchauchêsscu), assim a internet da pousada onde vou estar em Bucuresti e do ECOSY Summercamp 2004 (detalhes neste site) o permitam.

Quem sabe se entretanto ainda em Portugal não farei um comentário sobre a composição do novo Governo...

Jogada de Mestre

Pedro Santana Lopes acaba de fazer uma jogada brilhante.

Não lhe sendo possível conseguir uma figura de máxima credibilidade para Ministro das Finanças, entregou de mão beijada essa pasta ao PP.

Ora, se Bagão Félix não cumprir os objectivos, está-se mesmo a ver que o PSD romperá a coligação, responsabilizando o PP por todos os males do país, e aparecendo Pedro Santana Lopes como salvador da Pátria.

A sede de poder do PP fez com a que a respectiva Direcção caísse que nem um patinho nesta armadilha...

quarta-feira, julho 14, 2004

Deslocalização dos Ministérios

Ainda que de uma área ideológica diferente, é sempre de saudar a qualidade dos posts do Manuel do De Direita.

E que apresenta uma reflexão interessantíssima sobre a deslocalização dos Ministérios avançada pelo Primeiro-Ministro indigitado.

Reflexão essa que contudo falha num ponto: onde é que há imóveis capazes de, nessas cidades, acolher os serviços centrais de um Ministério ?

E, por outro lado, onde está a contabilização dos custos da transferência ?

O Descrédito continua

Eu bem digo hihihi...

Passo a citar João Pedro Henriques:

Isto bateu no fundo? Não, nunca bate no fundo - é sempre possível o pior.

Exacto...isto é um POÇO SEM FUNDO !

Ou seja, aplicando a situação ao caso concreto, isto pode ainda ser pior do que Durão Barroso ser Presidente da Comissão Europeia e Pedro Santana Lopes ser Primeiro-Ministro...

terça-feira, julho 13, 2004

É por isso que eu vivo

Roubo o título a uma velha canção de Paco Bandeira para exprimir a minha absoluta concordância com as palavras de Maria Manuel Leitão Marques, no seu post E se..., quanto ao complexo de esquerda.

Algo que é totalmente bacoco e que urge erradicar.

segunda-feira, julho 12, 2004

Porque será ?

Ao que parece, Ernâni Lopes terá aceitado o convite de Santana Lopes para ser o próximo Ministro dos Negócios Estrangeiros.

Provavelmente, quando tem sucessivamente recusado propostas para integrar Governos, apenas o fará por considerar que poderá obviar ao descrédito de Portugal na Europa e no Mundo...

sexta-feira, julho 09, 2004

Dúvidas

Sempre defendi a figura da moção de censura construtiva, mas a reflexão de Vital Moreira faz-me ter dúvidas sobre se tal figura é adequada a um regime semipresidencial como o português.

quinta-feira, julho 08, 2004

DESCRÉDITO !

Diz José Castel-Branco sobre Santana Lopes:

"É um homem forte e eu não gosto de coisinhas moles."


Tal frase só merece um mais que óbvio comentário: É O DESCRÉDITO !

20 valores

É a nota que Freitas do Amaral merece por relembrar o óbvio: dizer que a dissolução da Assembleia da República vai contra o espírito da Constituição dá chumbo a Ciência Política e Direito Constitucional, cadeira do 1º ano de Direito.

Aliás, bem me recordo, essencialmente nas aulas práticas desse fantástico professor que se chama Alexandre Sousa Pinheiro (o melhor professor do mundo, digam o que disserem), de aprender que a dissolução da Assembleia da República é algo que o Presidente da República pode fazer quando bem entender, por estranho que pareça.

quarta-feira, julho 07, 2004

O Momento da Verdade

Chegou o momento de vermos de que é que os nossos políticos são feitos.

Esta é verdadeiramente uma oportunidade ímpar para a afirmação de uma classe política agastada e desgastada pelas suas (in)decisões e principalmente pelos seus comportamentos e atitudes, que são muitas vezes decepcionantes e inadequadas às reais necessidades de Portugal. [Veja-se, a título de (triste) exemplo, o recente comportamento de Paulo Portas em relação a Sua Excelência o Presidente da República].

De um Primeiro Ministro (PM) que se demitiu por princípios, após uma derrota nas autárquicas, passamos a um outro que se demite por um "tacho", perdão, por uma alternativa de prestígio e oportunidade de fazer (ainda) mais (e melhor) por Portugal...

Daqui ressalva-se já uma pergunta que apenas no tempo encontrará uma tendência de resposta: "O que José Barroso pode e vai fazer por Portugal?"

Outra pergunta, que tem em consideração que Portugal nos próximos 2 anos vai ter uma série de diferentes eleições é a seguinte: ?Durante quanto tempo vamos ter Governo em Portugal??

Mas antes desta questão, outra se impõe, que é aquela onde a ?fibra? da Presidência da República vai transparecer: ?Vamos ou não ter dissolução do parlamento e consequentes eleições antecipadas??

Brevemente o saberemos.

Ainda assim, sinto-me na obrigação de expressar um parecer (por menos válido que possa ser) com relação à atitude de Durão Barroso.

Tirando o facto de ser o ?timoneiro? de um país, o homem do leme (aquele que é conhecido nos mares como sendo sempre o último a abandonar o navio), toma verdadeiramente uma atitude de RATO, fugindo após 2 anos de implementação de políticas impopulares e pejorativas da nossa carteira, ainda que necessárias à consolidação orçamental. Assim, num golpe mais de sorte do que de génio, aproveita José Barroso uma oportunidade caída de bandeja das estrelas, por consequência da não aceitação de candidatos por parte de uns e de outros no seio da (des)União Europeia.

Fica portanto o REFUGO (ou refúgio - para José Barroso), onde pode agora exercer em pleno e livremente políticas infrutíferas e hastear bandeiras de causas "superiores", a bem da referida (des)União Europeia, onde cada vez menos temos menos voto, peso e medida. Portanto, Durão Barroso mudou de empregador, de 10 milhões de Portugueses que o elegeram e que o legitimaram para conduzir os destinos da nação, para se subjugar aos interesses da (des)União Europeia, que se traduzirá em subserviência aos principais estados europeus como a Alemanha, França, Inglaterra, Itália, Espanha e até mesmo Polónia, que no fundo lá colocaram alguém que lhes faça a vontade.

Mais curioso é o facto de José Barroso preferir aceitar um cargo por nomeação do que um cargo por eleição. Sim, porque ele impôs como condição para se candidatar ao cargo para onde vai concorrer, a aceitação, ou seja, nunca houve dúvidas nem incertezas. Tão pouco espírito democrático.

Por Paulo Faria

terça-feira, julho 06, 2004

Pampilhosa da Serra

Fora do mainstream das discussões políticas em torno da crise política, Vital Moreira escreve hoje, também no Público, um interessante artigo a lembrar as origens do conceito de «serviço público» que, desde as suas origens napoleónicas, «ganhou um significado muito preciso, como responsabilidade dos poderes públicos (Estado, municípios) pela prestação de certos bens ou serviços básicos a todos os cidadãos, a título gratuito ou oneroso, como condição essencial do bem-estar colectivo.»

A política de privatizações galopantes assente no pressuposto de que o que é privado é que é bom, tem passado o conceito de eficiência dos serviços da esfera do cidadão para a esfera económica.

Isto tudo a propósito de mais uma daquelas notícias aparentemente insignificantes, em que a empresa concessionária do serviço público de transportes rodoviários que serve a Pampilhosa da Serra anunciou ao município que cessará brevemente as carreiras para esse destino, a não ser que o município lhe passe a pagar uma avultada compensação pelas perdas que aquela alega ter com tal serviço.

Será serviço público assegurar que as empresas privadas terão sempre lucro?



«Balanço de um Governo Deixado a Meio»

É feito pelo hoje pelo jornal Público

Merece um atalho neste Blog porque... é o Descrédito !

segunda-feira, julho 05, 2004

Benvindos de novo à Realidade!

O Euro2004 acabou!
Benvindos de novo à Realidade!

Para quem tem andado mais distraído, eis o resumo dos últimos capítulos:

O 1º Ministro de Portugal apresenta a sua demissão hoje, e não é por Portugal ter falhado o Título de Campeão Europeu (não se sabe ainda quem terá ficado com a sua gravata da sorte).

José Manuel Barroso vai para a Presidência da Comissão Europeia, situação que honra todos os portugueses (a começar pelo próprio), sem que ninguém ainda tenha explicado o que o País tem a ganhar com isso.

Santana Lopes é o novo Presidente do PSD, eleito em Conselho Nacional por 98 companheiros (contra 3). Desta forma, arrisca-se a ser o próximo 1º Ministro.
Quer dizer, arriscamo-nos todos a que santana Lopes seja o próximo 1º Ministro

Luís Delgado, Administrador da Agência Lusa, continua a ser o comentador para todo o serviço.

E nos diferentes artigos que têm sido escritos sobre a actual situação política, a palavra mais corrente é o... Descrédito !

Acordámos de um sonho. Benvindos ao pesadelo.



sexta-feira, julho 02, 2004

Convicções

Domingo saberemos se somos ou não campeões europeus de futebol, ambição máxima nacional.

Domingo será também o dia, ao que parece, que Durão Barroso formalizará o seu pedido de demissão de 1º Ministro deste pequeno Estado-Membro a que já pertenceu.

Nos dias seguintes, enquanto a Nação estiver a «ressacar» da vítoria (esperemos) ou eventualmente da derrota, Jorge Sampaio recebe os partidos políticos em Belém para os ouvir sobre a crise governativa.

Lá para o final da semana teremos fumo branco: ou Pedro Santana Lopes como 1º Ministro de Portugal, ou eleições antecipadas.

Difícil dilema este, para Jorge Sampaio.

Entre a escolha de 98 «Homens Bons», e as convicções de uma vida inteira...