quinta-feira, abril 28, 2005

A IVG e o PS

Voltando à semana passada, discutiu-se na Assembleia da República a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG).

Na votação da proposta do PS para a realização de um novo Referendo sobre a IVG, houve 4 Deputados do PS que não votaram favoravelmente.
Esta situação é apenas relevante por duas razões:
Primeiro, estes senhores Deputados/as aceitaram ser eleitos nas listas do PS cujo programa eleitoral defenia expressamente a intenção de convocar este Referendo. Porque aceitaram fazer parte das listas?
Depois, porque a hipocrisia formal que conduziu a convocação de um Referendo Nacional em substituição de um processo legislativo normal para o qual a Assembleia da República sempre esteve mandatada, deveu-se exactamente aos problemas de consciência desta franja 'católica-progressista', que António Guterres decidiu no seu tempo incluir nas listas do PS e, vá-se lá saber porquê, ainda hoje se perpetuam. Não deviam, pelo menos, votar favoravelmente esta proposta de Referendo?

Mais grave foi o caso de cerca de 40 Deputados do PS terem votado contra um Projecto-Lei do seu próprio partido sobre a IVG, por nele se defenderem razões sócio-económicas para a mulher poder optar por esta solução dramática.
Ou seja, cerca de um terço do Grupo Parlamentar do PS alinhou na ideia hipócrita de que, com penalização da IVG, não existiraão mulheres que, diariamente, se confrontarão com este drama, recorrendo ao aborto clandestino, fora do Serviço Nacional de Saúde.

Para lamentar.

O Mundo PT


Por cortesia da NetCabo, fiquei sem Internet durante uma semana.

E, consequentemente, sem possibilidade de escrever no Descrédito (e de receber os e-mails dos leitores).

Durante este período, contactei diariamente com os serviços técnicos da NetCabo para deslindar o problema, ora verificando o modem, ora as ligações, o sinal da área, etc.

Marcaram-me a visita de uma equipa técnica, desmarcaram-na, voltaram-na a marcar e, finalmente, descobriram que o problema era mesmo do sinal da zona.

Uma semana depois!

Como estamos numa economia de mercado, pensei em mudar o meu fornecedor de internet.

Numa consulta à concorrência, verifico de imediato que necessito previamente de uma linha fixa activa da PT Comunicações (algo que não disponho).

Curiosamente, a NetCabo pertence ao Grupo PT, via PT Multimédia.

Como se não bastasse, o número 707 de acesso à assistência técnica da NetCabo, quando acedida por telemóvel, é facturado pela PT Comunicações como uma chamada móvel normal e não como uma chamada local.

Em resumo:

1 - Para que a empresa da PT NetCabo me resolvesse um problema que não criei, tive que ligar insistentemente para um número da PT, cuja factura telefónica no final do mês vai fazer parecer ridícula a conta da NetCabo.

2 - Para mudar de fornecedor de internet, tenho que ser cliente da PT.


Que saudades das Empresas Públicas.

Não podemos retomar o processo de nacionalizações?


Falta de vergonha

De facto, está tudo dito. Isaltino de Morais apenas e só quer poder pessoal e fazer o jeito a alguns outros.

Em qualquer caso, não estou minimamente preocupado. Admitindo como certo (o que é extremamente duvidoso em todos os ângulos) que terá metade dos 48% que teria o PSD nessa sondagem, isso dá 24%.

E de agora para a frente será sempre a descer. Verão.

Antevê-se assim uma luta disputada entre o PSD e o PS, com o candidato independente a afundar-se cada vez mais com o decorrer da pré-campanha e campanha.

terça-feira, abril 26, 2005

Correcção constitucional

António:

A Constituição não se propõe abrir caminho para uma sociedade socialista, porque o preâmbulo não tem qualquer valor jurídico.

E, claro, há variadíssimas interpretações do que será uma sociedade socialista. A começar pela interpretação de que sociedade socialista não inclui economia socialista. Etc. Etc.

segunda-feira, abril 25, 2005

Uma Vergonha

Os caros leitores ficam a saber que se telefonarem para a ANAFRE a pedir uma informação, ser-vos-á recusada.

A ANAFRE apenas presta informações aos seus associados, i.e., às freguesias.

Na total antítese do que deveria ser uma organização que prestasse serviço público.

terça-feira, abril 19, 2005

Habemus Papam



Acabou a novela!
O novo Papa é Josep Ratzinger.

Sim, aquele que já tinha o apoio de 50 Cardeais à entrada do Conclave, por obra e graça do Espírito Santo.

A Igreja Católica, uma das Instituições mais conservadoras dos nossos tempos (temos também a Casa Branca), volta a marcar pontos.

Gestão política

Paulo Gorjão diz que o PS tem tido uma gestão política desastrada do dossier dos referendos.

Não espanta. Quando se deixa a liderança parlamentar nas mãos de uma nulidade política chamada Alberto Martins o contrário é que seria de surpreender.

Aliás, nem sei o que passou pela cabeça de José Sócrates para ter desejado essa solução. Alberto Martins é mesmo muito, muito fraco, provavelmente o pior dos 121 Deputados do PS.

Cultura

Mário:

Este artigo do João Miranda exprime, noutra linguagem, aquilo que eu tenho repetidamente dito.

Águas

António:

1 - A água é um bem económico.

2 - É lamentável que existam municípios onde a água está artificialmente barata, com preços políticos.

3 - É igualmente lamentável que numa série de municípios a água seja excessivamente cara, sem necessidade.

4 - Infelizmente há quem use as questões da água para efeitos políticos. Mas a estrutura das coisas permite-o.

5 - Estas questões autárquicas resolver-se-iam eventualmente com a fixação de um preço por perequação. Contudo, para além da forma como funciona o sistema de distribuição "em baixa", qualquer especialista no sector considera que tal não se justificaria e seria mesmo contraproducente.

6 - Não deveríamos falar da situação concreta de Vila Nova de Gaia sem conhecermos o quadro real. Não me parece que se deva correr esse risco.

segunda-feira, abril 18, 2005

Surpresa

Fico admirado como é que a Grande Loja do Queijo Limiano, sempre tão atenta e informada, não percebeu que a razão da oposição do PCP aos executivos camarários monocolores se deve a razões de auto-financiamento e de vontade de exercer quaisquer migalhas de poder a qualquer preço...

Medicamentos de Venda Livre

Vital Moreira: a exigência de um técnico de farmácia é, também ela, excessiva. Assim se impedirá, por exemplo, que os medicamentos sejam vendidos nas bombas de gasolina.

E, se os medicamentos são de venda livre, qual é a necessidade da presença desse técnico ? Quem quiser conselhos pode sempre comprá-los na farmácia...

Doutrina Jurídica

Pedro Sales: de facto existem normas constitucionais inconstitucionais.

Até existe, e está traduzido em português, um livro de Otto Bachof com esse nome.

Claro que tal não é a situação das normas alegadas pelo PSD/Madeira...

Até depois, liberalismo

Na sua entrevista ao Diga Lá Excelência, Luís Nobre Guedes vem criticar asperamente as opções mais liberais do Governo.

Parece que, de facto, à direita se percebeu o resultado eleitoral. Portugal dispensa liberalismos.

Ignorante

A ignorância da Rititi é assustadora:

1 - Curiosamente, desde 2001 que todos os vencedores do Festival da Eurovisão foram-no pela primeira vez: Estónia, Letónia, Turquia e Ucrânia.

2 - Os intérpretes, mais ou menos jovens, estão lá por muitas razões, das quais unir a Europa não é certamente uma delas (OK, dando de barato o Festival de 1990...).

3 - Estar a defender a retirada de Portugal do Festival é um rotundo disparate. Nem que fosse para ficarmos sempre em último (o que apenas aconteceu duas vezes, diga-se)

4 - Como sempre, quem critica está a exigir letras da mais fina qualidade literária, como se isso interessasse para alguma coisa. Duas coisas interessam: a canção e o espectáculo de televisão.

5 - A canção portuguesa "Amar", melhor ou pior...pirosa ? Bem, de facto aos olhos de quem queria para nosso representante um prémio de poesia artística, talvez. Mas só desses.

6 - Ainda por cima a ignorância é tanta que não percebe que é perfeitamente retirável da letra a ideia geral que se quer dar. Eu captei. Qualquer um capta. A Rititi é que não.

"AMAR"

O céu às vezes foge
Procura outro lugar
Onde o sol não cabe
E a lua não quer ficar

De mar em mar, hey!
Ver e vencer, hey
Amar, amar, sempre, sempre anyway,
De mar em mar, hey!
Ver e vencer, hey
Amar, amar, always day by day.
Só quem não quer amar
Olha sem ver

Happy pretty way
Happy shiny day
Happy place to stay
We can hold it together
Happy pretty way ref.
Happy shiny day
Happy place to stay
We can hold it forever

Pretty people shining
A pretty place to stay
Brand new kind of face
I love u anyway

Fight for the love i miss
Ask me to stay

domingo, abril 17, 2005

Lisboa-Dakar



Parece que a candidatura portuguesa para o arranque do próximo Rally Paris-Dakar é a favorita, apesar da concorrência de Roma e Barcelona.

A concretizar-se o Rally Lisboa-Dakar 2006, Portugal volta a estar na moda.

A Responsabilidade Civil do Juiz



O livro «A Responsabilidade Civil do Juiz» serviu de tema para a entrevista de Sofia Pinto Coelho com Nélia Daniel Dias na SIC Notícias.

O caso de um cidadão a quem foi recentemente restituída a liberdade, um ano depois de ter sido indevidamente condenado pelo crime de violação, foi um bom ponto de partida da conversa.
De quem é a responsabilidade?
Quanto vale um ano de liberdade?
E os danos morais daí resultantes?

No final, a comprovar-se o direito a uma indemnização, somos todos nós responsáveis na figura do Estado Português.

Os juízes em Portugal, para além de independentes, são irresponsáveis.
É assim que os juízes são enquadrados no sistema jurídico português.
Se erram quando julgam, é o Estado que assume as suas responsabilidades, ressarcindo os lesados com o dinheiro de todos os contribuintes.

Este estatuto de irresponsabilidade faz com que os juízes sejam a única corporação profissional que pode cometer erros.
Claro que há a avaliação dos juízes pelos seus pares.
Mas, para o cidadão comum, este corporativismo não será muito transparente.

Quando um Juiz demora 8 anos (!) para pronunciar uma sentença, quem é o responsável?

Somos todos nós?

sexta-feira, abril 15, 2005

Leitura para o Fim-de-Semana (2)



O livro que Dan Brown escreveu em 2000, «Anjos e Demónios», agora publicado em Portugal, não poderia ser mais oportuno.
Para além de ter já o estilo narrativo que viria a fazer de «O Código Da Vinci» um best-seller mundial, a estória passa-se exactamente no momento em que o Vaticano se prepara para eleger um novo Papa.

«Como era tradição do Vaticano, a seguir à morte do Papa confirmara pessoalmente o óbito poussando os dedos na carótida do falecido, encostando-lhe o ouvido à boca em busca de sinais de respiração e chamando-o três vezes pelo nome. Por lei, não havia autópsia. Então, selara o quarto do Pontífice, destruíra o anel do pescador, quebrara o molde usado para fazer sinetes de chumbo e tratara do funeral. Feito isto, iniciara os preparativos para o Conclave.»
(p.205)

quinta-feira, abril 14, 2005

PÚBLICO Off-line

Como todos já devem ter conhecimento, o jornal «Público» passou a disponibilizar a sua versão on-line apenas para assinantes.

Confesso que não percebo a lógica desta decisão.

Daqueles que liam diariamente a versão on-line do «Público», quantos estarão dispostos a passar a assinantes?
Muito provavelmente aquelas empresas que já assinavam a versão tradicional.

Com esta decisão, o «Público» auto-exclui-se em grande medida da net e, muito em particular, da blogosfera.

Para a blogosfera, o mais interessante das versões on-line dos jornais consiste na discussão e profusão de diferentes artigos de opinião, com os seus indispensáveis links.
Por exemplo, para discutir os artigos de Vasco Pulido Valente sem o respectivo link, seria necessário proceder à sua transcrição, parcial ou total, sem a qual não haveria a conveniente contextualização do assunto.

Pessoalmente, vou continuar a ser leitor da versão tradicional do «Público».

Contudo, deixarei de citar este jornal no blog (salvo em casos muito excepcionais, como eventuais crónicas de Vasco Pulido Valente, a que me darei o trabalho de transcrever).

Tenho curiosidade em saber, no futuro, quais serão os resultados práticos deste «acto de gestão» do «Público».

Para já, o «Público» congratulava-se recentemente que já tinha 700 assinantes !

Cultura...

Eis uma opinião interessante, «Arte e Liberalismo», do Blog liberal A Mão Invisível:

«Para um liberal, o preocupante não é a amplitude da oferta, mas a sua ausência. Que a maioria só possa escolher entre Michael Moore e Roger Moore. E que o preço do gosto minoritário acabe por torná-lo um luxo. Nada disso preocupa a esquerda que, politicamente igualitária, acaba por ser culturalmente elitista, subsidiando os seus caprichos. Nem a direita que, politicamente nacionalista, acaba por desprezar o melhor de uma cultura nacional: a criatividade das suas vanguardas.»

À consideração do Pedro Sá...

Extremismo

Ao contrário do Pedro Sales, não me espanta rigorosamente nada que o MDV e afins venham defender a proibição do aborto em casos de violação.

Aliás, é precisamente isso que me deixa preocupado. Estou certo que se o que estivesse em jogo tivesse sido uma alteração no sentido da vontade do MDV o resultado do último referendo teria sido, pelo menos, muito semelhante.

As aulas e as turbocriancinhas

Leiam as cartas de professores indignados com o último texto de Miguel Sousa Tavares hoje no PÚBLICO. E a resposta.

Não tenham dúvidas. O que quer MST é ver as crianças e jovens deste país atafulhadíssimos com aulas 12 meses por ano ou quase. Mais um defensor de um estoicismo ultrapassado...é triste.

O Futuro da Europa

Mário Soares entende que a não promulgação da Constituição Europeia será o fim da União.

Não exageremos. Não será certamente nada de positivo - aliás, lembre-se que, em rigor, o projecto de Tratado não traz nada de realmente novo -, mas daí não virá nenhum drama.

A única questão realmente complicada será qual o caminho a seguir para se ter um texto único e acessível. Qual o método. Não me parece que, numa situação destas, poderemos escapar a um longo processo de formação de uma Assembleia Constituinte europeia que formule um texto sujeito a ratificação do Conselho.

E, em qualquer caso, seremos obrigados a um compasso de espera.

Esperemos, entretanto, que os cidadãos franceses tenham consciência da importância do momento e sejam responsáveis, ignorando populismos de esquerda e de direita que são única e exclusivamente manipuladores.

quarta-feira, abril 13, 2005

Esclarecedor

As manifestações marcadas para hoje de estudantes do ensino secundário redundaram num fracasso monstruoso.

Era previsível. Como contestar a política do Governo que tomou posse há um mês ? Quando é mais que provável que o Governo venha a concretizar uma das reivindicações, que é mexer na Lei de Bases da Educação ?

Obviamente, isto foi uma manobra da JCP e/ou do BE. Na tentativa de pressionar o Governo e tentar gerar desde já alguma insatisfação.

É assim que querem coligações ? Não me parece.

terça-feira, abril 12, 2005

Fiquei curioso...

Paulo Gorjão: por que razão diz o que diz sobre António Borges ?

segunda-feira, abril 11, 2005

Fria Verdade

100% de acordo com o post Surpreendente, ou talvez não, naGrande Loja do Queijo Limiano.

Um Fim-de-Semana no Pombal




Depois de uma semana e meia a acompanhar em directo a «paixão» do Papa João Paulo II, tivemos este fim-de-semana o Casamento do Príncipe Carlos com Camila Parker-Bowles e algumas cenas do Congresso do PSD em Pombal (Distrito de Leiria, claro).

O essencial sobre este Congresso escreveu-o Vasco Pulido Valente no jornal «Público» de domingo, cujo link não posso fazer uma vez que este jornal passou a ter a sua edição on-line para assinantes.

Quanto à parte mais lúdica, os personagens que nele desfilaram, parece que, depois de Santana Lopes ter criado no Congresso anterior o «Planeta PSD», os nossos sociais-democratas mostraram este fim-de-semana continuar ainda algures numa galáxia distante, sem saber muito bem como regressar à terra.
Senão vejamos:

Santana Lopes falou ao Congresso ainda como Presidente do PSD, no seu estilo «deixa-lá-ver-o-que-eu-digo-agora-para-acabar-esta-frase-que-já-me-esqueci-do-que-estava-a-dizer-no-início-já-sei-Sá-Carneiro».
Foi muito aplaudido.

Alberto João Jardim berrou ao Congresso, contra a República, contra a Constituição, etc..
Foi muito aplaudido.

Manuela Ferreira Leite não conseguiu que António Borges fosse candidato e apoiou Marques Mendes. No final teve mais votos do que ele.
Foi muito aplaudida.

António Borges leu com alguma dificuldade um discurso em que procurou defender a sua moção que, basicamente, pretende explicar porque razão ele deveria ser nomeado 1º Ministro, sem estas chatices de congressos e eleições. Depois de saltar algumas páginas (o que já começa a ser um hábito) conseguiu ter mais votos para a sua moção que Luís Filipe Menezes.
Foi muito aplaudido.

Luís Filipe Menezes, que outrora fora contra os «sulistas, elitistas e liberais», fez juras de apoio a Cavaco Silva para PR.
Foi muito aplaudido.

Marques Mendes tentou explicar a diferença entre falar com o coração sem razão e falar com razão sem coração. Ninguém percebeu.
Foi muito aplaudido.

Santana Lopes voltou a falar ao Congresso, agora como militante que «anda por aí», no seu estilo «deixa-lá-ver-o-que-eu-digo-agora-para-acabar-esta-frase-que-já-me-esqueci-do-que-estava-a-dizer-no-início-os -meus-filhos-a-carrinha-do-colégio-já-sei-Sá-Carneiro».
Foi muito aplaudido.

Marques Mendes apresentou uma lista de exigências ao PS em que, sem a sua aceitação, o PSD recusar-se-à a prestar a sua colaboração ao Governo. Mais. É o PS que terá de vir «pedir batatinhas ao PSD» se quiser qualquer entendimento sobre qualquer coisa.
Marques Mendes esqueceu-se que agora é o PS que tem a sua maioria absoluta.
Foi muito aplaudido.

Foram todos a votos.

Resultado:
Marques Mendes, apesar dos apoios de peso como os de Manuela Ferreira-Balls e do Príncipe herdeiro Borges (será Cavaco Silva a Rainha desta história?), conseguiu sair de Pombal com menos votos do que aqueles com que entrou.

Obviamente, foi e continuará a ser muito aplaudido.
Até à primeira oportunidade

sexta-feira, abril 08, 2005

Leitura para o Fim-de-Semana



O mais recente livro de Gabriel Garcia Márquez.

«Memória das Minhas Putas Tristes»

A nossa 'crítica literária' parece que não gostou muito mas, como o livro vem de quem vem, teve de ser moderada.

Nesta última semana em que tanto se falou de saber envelhecer, o livro vem a propósito.

Political Compass

Meu Caro António:

No PÚBLICO de hoje faz-se a avaliação dos candidatos à liderança do PSD e ainda de António Borges de acordo com o Political Compass.

Curiosamente ou não, os três aparecem como sendo de esquerda. Parece-me que isto retira todas as dúvidas quanto ao que anteriormente referi.

Ainda o mau jornalismo

Inacreditável. Quatro pessoas dispuseram-se a pagar os ? 135 que quem os devia pagar não pagou, e por isso será muito provavelmente preso.

Joaquim Seco teve a possibilidade, conferida pelo tribunal, de pagar a multa em prestações. Quando não se paga uma prestação, nos termos da lei, vencem as restantes. Não pagou o dinheiro em falta. Nesses casos, a multa é convertida em prisão.

Mais. Tudo isto tem por base uma acusação por crime de desobediência. Não se encontrava em casa quando a PSP ia proceder à efectivação da penhora de dois armários. Aquando da notificação, poderia ter informado o tribunal notificante de que não poderia estar presente e nem isso fez. Poderia ter passado uma procuração a alguém. Poderia, se gravemente doente, algum seu familiar ter estado presente, em sede de gestão de negócios.

E ainda há quem fique indignado ?????? Quase tão mau como isto só continuarem a chamar solidariedade ao que é a mais repugnante caridadezinha.

O cidadão Acácio Inácio diz "tocou-me demais". Pois a mim o que me toca - pela negativa, claro está - é ver pessoas sensibilizadas pela situação de quem apenas merece a consideração mínima que é devida a toda e qualquer pessoa, e que consciente e deliberadamente desrespeitou a lei. As pessoas têm que ser responsabilizadas pelos seus actos, e não pode haver excepções com base em supostos motivos humanitários. Joaquim Seco não merece um único cêntimo que lhe seja oferecido.

Limitação de mandatos

Até o Primeiro-Ministro e os presidentes dos Governos Regionais vão estar sujeitos a apenas poderem cumprir um máximo de 3 mandatos.

A parte má da coisa é que nunca concordei com limitações de mandatos, excepto para o Presidente da República.

A parte boa da coisa é que do mal o menos: há o bom senso de que os cargos objecto das limitações de mandatos sejam apenas os presidentes, e não os restantes membros dos executivos.

SIM à Constituição Europeia, obviamente

Ainda estou para perceber porque é que há pessoas que consideram o projecto de Tratado Constitucional neoliberal e regressivo nos direitos sociais. João Pedro Freire, estou à espera de exemplos concretos, para mais quando Guilherme de Oliveira Martins tem repetidamente demonstrado o contrário.

Para além disso, um texto constitucional teria que ser necessariamente compromissório, para além de na realidade não trazer nada de substancialmente novo.

Toda esta conversa faz-me pensar que toda essa argumentação é uma clara desculpa de quem não tem coragem de se afirmar contra a Europa.

Advogados e Decisão Nacional

João Miranda: obviamente que as palavras de Júdice são apenas uma provocação, destinada a aumentar a visibilidade dos advogados em geral, e da sua sociedade em particular, agora que está de volta à advocacia a tempo inteiro...

Selva

Concordo totalmente com Luís Osório: António Borges é, sem dúvida, um liberal selvagem.

Ainda os yuppies

Adolfo: melhor que te responder é citar o último post do Paulo Gorjão sobre o assunto.

Sem prejuízo de esses de que se fala serem a primeira geração de verdadeiros yuppies...ainda que o yuppismo já tenha passado de moda.

quinta-feira, abril 07, 2005

Mau Jornalismo

O PÚBLICO apresenta uma notícia claramente criticando a Justiça por um indivíduo inválido ter sido condenado a prisão por não ter pago uma multa.

Quer se goste quer não, quem não paga multas (o mesmo não acontece com as coimas relativas às contra-ordenações) é preso. E a lei é assim. Criticar isto com base em supostos motivos humanitários é um disparate.

Programas Escolares

Adolfo:

Quanto aos exemplos que deste, parecem-me corresponder a situações distintas:

- é normal que se dê maior relevância à Revolução Francesa que à Norte-Americana, tendo em conta as proximidades históricas e geográficas e a maior influência dela em Portugal;
- com todos os defeitos que a I República teve, parece-me perfeitamente normal que esse contraponto seja feito, embora muito possivelmente não da maneira que o é;
- parece-me óbvio que seja mais fácil criticar os descobrimentos que a descolonização, não só por questões de tempo como também porque (pelo menos no meu tempo era assim) não se chega a dar esta última matéria;
- quanto ao fascismo-nazismo e comunismo, concordo por inteiro;
- relativamente à Inquisição e ao sr. Dzugashvili, já agora também o massacre dos arménios, sempre esquecido :(

Ainda os supostos furos

Que eu tenho razão relativamente à mentalidade subjacente à questão das faltas dos professores (não confundir com os furos nos horários) prova-se pelo depoimento sobre o assunto de uma médica de 35 anos consultada sobre o assunto na área local do PÚBLICO.

Pois diz ela que os furos dão azo a que saiam da escola e que os miúdos já têm intervalos suficientes para conviver.

Para além de isto demonstrar à exaustão que tal lógica tem por base achar-se um grave problema que os estudantes estejam fora do estabelecimento de ensino, acaba por demonstrar algo ainda pior.

Eu com 12/13 anos (já agora, tenho 30 para quem não sabe) já considerava a minha geração estranhamente conservadora. Não me parecia (e não me parece) normal que qualquer jovem no seu perfeito juízo estando impedido pelos pais de fazer uma coisa não a faça às escondidas destes quando estão a trabalhar. Contudo, conheci um caso destes, sim eu sei que é só um mas conheci também outras situações que denotavam uma mesma mentalidade.

Aos 35 anos, as mesmas pessoas que ficavam felizes por não terem aulas e que usufruíram desses momentos de prazer e de convívio, nos quais não acontecia nada de mal nem faziam mal a ninguém, são os mesmos que querem impedir as gerações mais novas do mesmo.

Que acham que estar fora da escola é mau por natureza, como se nunca tivessem saído dela quando faltou um professor e como se tivesse acontecido alguma calamidade quando o fizeram.

Que acham que o convívio é "suficiente", como se conviver devesse ter limites e tivesse que ser submetido a critérios de razoabilidade. Enfim, que são os apóstolos das turbocriancinhas e que ficarão felizes da vida se tiverem filhos que não saem de casa e não têm amigos mas têm notas altíssimas.

Aliás, actualmente isso já se vê. Conheço um caloiro de Medicina que me diz que para seja lá que tipo de diversão for só tem um colega disposto a fazê-lo. Os restantes só estudam, estudam, estudam. Temo pela qualidade dos médicos que vamos ter, que só sabem de livros e nada na vida.

E, por este andar, isto é só o começo. Tenham medo. Tenham muito medo.

Transformar Portugal

Estou 100% de acordo com o Paulo Gorjão.

E, Adolfo Mesquita Nunes, os problemas são dois:

- a perspectiva tecnocrata, completamente insensível a tudo e todos em geral e aos direitos e problemas das pessoas em particular;
- a lógica anti-políticos e a perspectiva de "nós somos os puros e os políticos uma coisa horrível", que é perniciosa para a democracia e, pior, tresanda a PRD.

Contudo, devo dizer que não me importaria nada, bem pelo contrário, de ter vários quadros desses - desde que escolhidos por confiança política - como Directores-Gerais e em cargos afins...

quarta-feira, abril 06, 2005

Ainda os exames

Vital Moreira: continuamos em desacordo.

Não são necessários exames, muito menos no 9º ano, para incentivar a preparação e a responsabilidade individual. Até me arrisco a dizer que bem pelo contrário, tendo em conta a subsequente desvalorização da avaliação contínua.

Estou igualmente certo que eles em nada contribuem para motivar os professores e as escolas.

E, por outro lado, cultura de emulação é algo que me faz imediatamente lembrar os kolkhozes e sovkhozes...não me parece que seja isso que qualquer um de nós quer.

Isto para além de que os resultados por escola não servem de real comparação...

terça-feira, abril 05, 2005

Eurovisão - Parte 3

Na sequência do comentário do Mário Garcia, devo lembrar que a Eurovisão é dos eventos onde claramente quem mais ordena é o mercado. Que neste caso é sinónimo de povo. Antes de mais, porque, salvo falha técnica, a votação é 100% televoto.

É evidente que na maioria dos casos há dinheiros públicos envolvidos...mas afinal a Eurovisão é acima de tudo um concurso entre estações de televisão.

E, já agora, aqui vai a forma de escolha das canções:

Escolha directa da canção e artistas - Portugal, Mónaco, Bielorrússia, Islândia, Suíça

Escolha directa do artista, e escolha da canção por misto televoto/júri - Chipre, Grécia

Festival, por televoto - Áustria, Lituânia, Letónia, Bélgica, Estónia, Noruega, Bulgária, Irlanda, Eslovénia, Dinamarca, Reino Unido, Malta, Espanha, Ucrânia, Alemanha, Rússia

Festival, por misto televoto/júri - Moldávia, Países Baixos, Roménia, Hungria, Finlândia, Andorra, Croácia, Albânia, Sérvia e Montenegro, Suécia, Bósnia-Herzegovina, França

Festival, por júri - Turquia

Júri sem festival - Polónia

Ainda a Eurovisão - curiosidades

Países representados por estrangeiros:

Mónaco - Lise Darly é francesa (como aconteceu quase sempre com os representantes monegascos e luxemburgueses);
Bélgica - Nuno Resende é português;
Finlândia - Geir Rönning é norueguês;
Andorra - Mariann van de Wal é holandesa, embora resida naquele país;
Suíça - as Vanilla Ninja são estonianas;
Rússia - Natalya Podolskaya é bielorrussa;
França - Ortal é israelita.

e agora a minha descrição das músicas:

Áustria - música cubana com yodelling tirolês...uma história de amor entre uma bailarina cubana e um cantor austríaco
Lituânia - rock do final dos anos 80
Portugal - música pop com um toque étnico...faz lembrar "Força" e "Beautiful Day"
Moldávia - punk-ska (o título é "A avó bate tambor")
Letónia - tipo Extreme, embora mais lento ainda...a letra é uma crítica duríssima à política externa norte-americana
Mónaco - balada orquestrada
Israel - balada
Bielorrússia - uma mistura de Britney Spears e de ABBA
Países Baixos - balada Whitney Houston
Islândia - pop-disco
Bélgica - balada
Estónia - pop com letra tipo "Just the Girls" das Amarguinhas
Noruega - glam rock
Roménia - martelos comerciais
Hungria - pop trovador
Finlândia - balada (chatíssima, diga-se)
Macedónia - pop greco-latino
Andorra - étnico
Suíça - rock
Croácia - étnico tipicamente balcânico ("Os Lobos Morrem Sozinhos")
Bulgária - música de piano-bar (a mais chata de todas)
Irlanda - pop do pior e mais barato que há
Eslovénia - balada que acelera com sons tipo Nightwish
Dinamarca - midtempo, nem carne nem peixe
Polónia - polka

Reino Unido - pop árabe
Malta - balada
Turquia - música tipicamente turca
Albânia - pop cigano
Chipre - pop greco-latino
Espanha - lembram-se das Ketchup ?
Sérvia e Montenegro - midtempo com violinos...chato como tudo
Suécia - pop-disco
Ucrânia - o rap da revolução, embora com a letra alterada e partes em inglês substituindo as referências ao Presidente Yushchenko
Alemanha - rock tipicamente germânico
Grécia - pop greco-latino
Rússia - rock, numa crítica mordaz à sociedade norte-americana com os seus problemas relativos às armas
Bósnia-Herzegovina - pop ABBA
França - pop


Querem ver as músicas ? Sabem onde ir:

Ao site da televisão israelita.
Ou ao site oficial.


Podem ainda fazer o download dos videos neste site, basta clickarem no link relativo a 26 de Março.

Espero as vossas opiniões :P

Festival da Eurovisão 2005

Já é mais que altura de vos informar de quais as canções concorrentes. Lembro que há 14 países directamente qualificados para a final: os big 4 e os 10 primeiros restantes classificados na final do ano passado, a que se juntarão os 10 mais votados na meia-final. Aqui vão eles:

MEIA-FINAL

Áustria - Global Kryner - Y Así (inglês/castelhano)
Lituânia - Laura & The Lovers - Little by Little (inglês)
Portugal - 2B - Amar (português/inglês)
Moldávia - Zdob si Zdub - Bunica Bate Toba (inglês/romeno)
Letónia - Valters & Kaza - The War is Not Over (inglês)
Mónaco - Lise Darly - Tout de Moi (francês)
Israel - Shiri Maimon - Hasheket shenish'ar (hebraico)
Bielorrússia - Anzhelika Agurbash - Love me Tonight (inglês)
Países Baixos - Glennis Grace - My Impossible Dream (inglês)
Islândia - Selma Björnsdóttir - If I Had Your Love (inglês)
Bélgica - Nuno Resende - Le Grand Soir (francês)
Estónia - Suntribe - Let's Get Loud (inglês)
Noruega - Wig Wam - In My Dreams (inglês)
Roménia - Luminita Anghel & Sistem - Let Me Try (inglês)
Hungria - NOX - Forogj Világ (húngaro)
Finlândia - Geir Rönning - Why ? (inglês)
Macedónia - Martin Vucic' - Make My Day (inglês)
Andorra - Mariann van de Wal - La Mirada Interior (catalão)
Suíça - Vanilla Ninja - Cool Vibes (inglês)
Croácia - Boris Novkovic' & Lado Members - Vukovi umiru sami (croata)
Bulgária - Kaffe - Lorraine (inglês)
Irlanda - Donna & Josephy - Love ? (inglês)
Eslovénia - Omar Naber - Stop (esloveno)
Dinamarca - Jakob Sveistrup - Talking to You (inglês)
Polónia - Ivan & Delfin - Czarna Dziewczyna (polaco/russo)

DIRECTAMENTE QUALIFICADOS

Reino Unido - Javine - Touch my Fire (inglês)
Malta - Chiara - Angel (inglês)
Turquia - Gülseren - Rimi Rimi Ley (turco)
Albânia - Lejdina Çelo - Tomorrow I Go (inglês)
Chipre - Kostandinos Hristoforou - Ela Ela (inglês)
Espanha - Son de Sol - Brujería (castelhano)
Sérvia e Montenegro - No Name - Zauvijek moja (montenegrino)
Suécia - Martin Stenmarck - Las Vegas (inglês)
Ucrânia - Greenjolly - Razom nas bahato (ucraniano/inglês)
Alemanha - Gracia Baur - Run and Hide (inglês)
Grécia - Elena Paparizou - My Number One (inglês)
Rússia - Natalya Podolskaya - Nobody Hurt No One (inglês)
Bósnia-Herzegovina - Feminnem - Call Me (inglês)
França - Ortal - Chacun Pense à Soi (francês)

Programas Escolares

Adolfo Mesquita Nunes: por que razão consideras que grande parte dos programas escolares de História e de Português condicionam a livre formação das convicções políticas individuais ?

Podes dar exemplos, já agora ?

Nota de Humor

Já me esquecia. Em plena transmissão do Eslováquia-Portugal, Gabriel Alves brindou-nos com mais uma das suas pérolas:

A força aérea portuguesa contra a anti-aérea eslovaca. Se não foi isto foi algo muito semelhante.

Exames do 9º Ano

Vital Moreira: cultura de exigência, rigor e avaliação de desempenho individual não é sinónimo de exames, muito menos no 9º Ano...

Infelizmente essa ideia estóica da escola vai ganhando adeptos...se não subscrevo os disparates que Louçã que repetidamente diz sobre o assunto, também não posso concordar com uma lógica de dificuldade desnecessária "porque assim é que é bom"...aliás, se vamos por esse caminho cada vez mais vamos ter cidadãos que já vão chegar cansados ao mercado de trabalho...

Aliás, como eu há anos li num graffiti provavelmente anarquista, mas que para o caso tem toda a razão de ser: estudar para viver sim, viver para estudar não.

PS - Infelizmente os meus receios do post anterior confirmam-se. O superproteccionismo vem aí ao nível do Estado. Teme-se pelos próximos capítulos.

segunda-feira, abril 04, 2005

Esclareça-se...

Aqui diz-se que é plano do Governo acabar com os furos nos horários dos estudantes do Ensino Básico e Secundário.

Fiquei, contudo, sem perceber se a preocupação de José Sócrates e de Maria de Lurdes Rodrigues é a elaboração de horários com furos, ou a ocupação dos estudantes em caso de faltas dos professores.

Parece-me que são duas situações claramente distintas.

Os furos nos horários são algo de extremamente aborrecido e a que urge pôr fim. Deve pois o Governo dar as necessárias recomendações e indicações às escolas para que eles desapareçam.

Outra coisa é querer tornar as faltas dos professores substituíveis por outras actividades orientadas. Não me parece que tal seja correcto. Uma falta é uma falta, e insistir nesse sentido aponta para um modelo superprotector (como se já não houvessem demasiadas coisas nesse sentido), pelo qual os jovens estudantes não podem estar sem ter a vigilância de um professor.

Não se vá assim por esse caminho. Avançar por aí é enveredar por um caminho algo paranóico e longe do modelo de liberdade que deve ser adoptado. Seria um péssimo exemplo de cidadania.

sexta-feira, abril 01, 2005

A extrema-esquerda e a Igreja contra a liberdade e a modernidade

Ao contrário de João MacDonald, não me revejo nas palavras do padre Januário Torgal Ferreira, pelas seguintes razões:

1. A prática da prostituição não implica a perda da dignidade e da liberdade. Sem prejuízo de situações onde a perda da liberdade possa existir. Quanto à dignidade, parece-me que, com excepções relativas ao mínimo de sobrevivência, ela não pode ser generalizada. O que é digno para uns não é para outros. Claro que não considerar que os prostitutos e as prostitutas perdem a dignidade não é coisa que agrade quer aos conservadores tradicionalistas quer à extrema-esquerda e às feministas, mas é da vida.

2. Onde vão parar os lucros das casas de alterne é algo que, se dentro da legalidade, apenas tem interesse público caso se relacione com matéria fiscal. Por exemplo, supondo que as prostitutas presentes pagam uma quantia ao proprietário do bar pela utilização do espaço, recebendo uma percentagem das bebidas consumidas pelos clientes, e a partir do momento que não existe lenocínio (que é crime, e que deverá continuar a sê-lo), não há nada de ilegal...

3. Cada um gasta o seu dinheiro da forma como entende. E ninguém tem nada a ver com isso. Já aqui o disse e repito: irritam-me profundamente estas palavras a julgar outras pessoas pela forma como gastam aquilo que é seu, como se tivessem que o gastar de acordo com determinados parâmetros, num inqualificável desrespeito pela singularidade de cada pessoa humana.

4. Para obter a nossa subsistência, desde que dentro da legalidade, é irrelevante que o trabalho seja sentido e que exista nobreza do consentimento ou consciência do esforço. Não posso aceitar uma lógica de que só se poderá ir a algum lado através do trabalho. A sorte também faz parte da vida. E, se dentro da legalidade, dinheiro é dinheiro.

Um Falcão no Banco Mundial




Paul Wolfowitz foi aprovado unanimemente para ser o novo Presidente do Banco Mundial, após indicação de George W. Bush.

O conhecido Neo-Conservador (para os amigos neo-con, designação que em francês não deixa de ser curiosa), tido como um dos mentores da política externa Norte-Americana que esteve na origem da invasão do Iraque, obteve inclusivé o apoio da União Europeia.

Paul Wolfowitz declarou acreditar profundamente na missão do Banco Mundial de ajudar a reduzir a pobreza no mundo.

Está cada vez mais actual o livro do ex-Vice Presidente do Banco Mundial (entre 1997-2000) Joseph Stiglitz, «Globalization and its Discontents», onde se descreve o verdadeiro papel do Banco Mundial no mundo e em particular nos países em desenvolvimento.

Aliás, já nem se tenta disfarçar...