segunda-feira, abril 11, 2005

Um Fim-de-Semana no Pombal




Depois de uma semana e meia a acompanhar em directo a «paixão» do Papa João Paulo II, tivemos este fim-de-semana o Casamento do Príncipe Carlos com Camila Parker-Bowles e algumas cenas do Congresso do PSD em Pombal (Distrito de Leiria, claro).

O essencial sobre este Congresso escreveu-o Vasco Pulido Valente no jornal «Público» de domingo, cujo link não posso fazer uma vez que este jornal passou a ter a sua edição on-line para assinantes.

Quanto à parte mais lúdica, os personagens que nele desfilaram, parece que, depois de Santana Lopes ter criado no Congresso anterior o «Planeta PSD», os nossos sociais-democratas mostraram este fim-de-semana continuar ainda algures numa galáxia distante, sem saber muito bem como regressar à terra.
Senão vejamos:

Santana Lopes falou ao Congresso ainda como Presidente do PSD, no seu estilo «deixa-lá-ver-o-que-eu-digo-agora-para-acabar-esta-frase-que-já-me-esqueci-do-que-estava-a-dizer-no-início-já-sei-Sá-Carneiro».
Foi muito aplaudido.

Alberto João Jardim berrou ao Congresso, contra a República, contra a Constituição, etc..
Foi muito aplaudido.

Manuela Ferreira Leite não conseguiu que António Borges fosse candidato e apoiou Marques Mendes. No final teve mais votos do que ele.
Foi muito aplaudida.

António Borges leu com alguma dificuldade um discurso em que procurou defender a sua moção que, basicamente, pretende explicar porque razão ele deveria ser nomeado 1º Ministro, sem estas chatices de congressos e eleições. Depois de saltar algumas páginas (o que já começa a ser um hábito) conseguiu ter mais votos para a sua moção que Luís Filipe Menezes.
Foi muito aplaudido.

Luís Filipe Menezes, que outrora fora contra os «sulistas, elitistas e liberais», fez juras de apoio a Cavaco Silva para PR.
Foi muito aplaudido.

Marques Mendes tentou explicar a diferença entre falar com o coração sem razão e falar com razão sem coração. Ninguém percebeu.
Foi muito aplaudido.

Santana Lopes voltou a falar ao Congresso, agora como militante que «anda por aí», no seu estilo «deixa-lá-ver-o-que-eu-digo-agora-para-acabar-esta-frase-que-já-me-esqueci-do-que-estava-a-dizer-no-início-os -meus-filhos-a-carrinha-do-colégio-já-sei-Sá-Carneiro».
Foi muito aplaudido.

Marques Mendes apresentou uma lista de exigências ao PS em que, sem a sua aceitação, o PSD recusar-se-à a prestar a sua colaboração ao Governo. Mais. É o PS que terá de vir «pedir batatinhas ao PSD» se quiser qualquer entendimento sobre qualquer coisa.
Marques Mendes esqueceu-se que agora é o PS que tem a sua maioria absoluta.
Foi muito aplaudido.

Foram todos a votos.

Resultado:
Marques Mendes, apesar dos apoios de peso como os de Manuela Ferreira-Balls e do Príncipe herdeiro Borges (será Cavaco Silva a Rainha desta história?), conseguiu sair de Pombal com menos votos do que aqueles com que entrou.

Obviamente, foi e continuará a ser muito aplaudido.
Até à primeira oportunidade

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