A IVG e o PS
Voltando à semana passada, discutiu-se na Assembleia da República a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG).
Na votação da proposta do PS para a realização de um novo Referendo sobre a IVG, houve 4 Deputados do PS que não votaram favoravelmente.
Esta situação é apenas relevante por duas razões:
Primeiro, estes senhores Deputados/as aceitaram ser eleitos nas listas do PS cujo programa eleitoral defenia expressamente a intenção de convocar este Referendo. Porque aceitaram fazer parte das listas?
Depois, porque a hipocrisia formal que conduziu a convocação de um Referendo Nacional em substituição de um processo legislativo normal para o qual a Assembleia da República sempre esteve mandatada, deveu-se exactamente aos problemas de consciência desta franja 'católica-progressista', que António Guterres decidiu no seu tempo incluir nas listas do PS e, vá-se lá saber porquê, ainda hoje se perpetuam. Não deviam, pelo menos, votar favoravelmente esta proposta de Referendo?
Mais grave foi o caso de cerca de 40 Deputados do PS terem votado contra um Projecto-Lei do seu próprio partido sobre a IVG, por nele se defenderem razões sócio-económicas para a mulher poder optar por esta solução dramática.
Ou seja, cerca de um terço do Grupo Parlamentar do PS alinhou na ideia hipócrita de que, com penalização da IVG, não existiraão mulheres que, diariamente, se confrontarão com este drama, recorrendo ao aborto clandestino, fora do Serviço Nacional de Saúde.
Para lamentar.
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