terça-feira, agosto 31, 2004

Em Reflexão

Li este disparate, que posso qualificar como não sei quem deve ser o Presidente do Partido, mas vai ser alguém por ser mulher e este artigo, sobre o qual, para além de outros pontos, não posso aceitar de forma alguma o princípio da publicidade das declarações de rendimentos dos titulares dos cargos partidários, ainda pior que a relativa a cargos públicos, da qual sempre discordei, nem uma lógica de opção declarada por um frentismo com a extrema-esquerda...

Como eu já calculava que acontecesse desde o início, a candidatura de Manuel Alegre enveredou pelo pior caminho possível. Enfim, benefício da dúvida para quê ?

Encontro-me assim em reflexão sobre se não apoiar qualquer dos candidatos a Secretário-Geral do PS será mesmo a melhor atitude. Dar-vos-ei conta do resultado desta minha ponderação.



Choque de Civilizações

Não tenho quaisquer dúvidas de que o rapto do jornalista francês, com o pretexto da lei do véu islâmico, tem por objectivo fazer com que a França envie tropas para o Iraque, abrindo caminho para os líderes radicais islâmicos pedirem a guerra santa total.

sexta-feira, agosto 27, 2004

Assim sim

Palmas para João Soares, por defender a despenalização da IVG através de lei aprovada na Assembleia da República.

O que não posso deixar de notar é que mais uma vez João Soares faz sua a opinião de Jamila Madeira...

Em qualquer caso, há que deixar claro que João Soares não tem qualquer credibilidade externa para ser Secretário-Geral do PS, isto sem excluir a lógica de grupelho por que sempre se regeu. Eu até conheço várias pessoas que sempre votam PS que se recusariam a votar nele para Primeiro-Ministro...

quinta-feira, agosto 26, 2004

Começou a campanha eleitoral

À atenção do OeirasPolitik.

Hoje no Jornal do Imobiliário, distribuído com o Público, somos mimoseados com um editorial do respectivo Director, no qual se defende expressamente o regresso de Isaltino de Morais à Presidência da Câmara de Oeiras.

Mais, uma entrevista com o mesmo no qual este critica despudoradamente a sua sucessora (por si escolhida) Teresa Zambujo.

Conclui-se que:

1. Isaltino quer voltar à Câmara de Oeiras, independentemente dos escândalos que recaem sobre a sua pessoa.

2. Tudo fará para impedir Teresa Zambujo de se candidatar pelo PSD.

3. É de todo o interesse do sector imobiliário que Isaltino regresse.

4. É tempo de o PS apresentar nos próximos meses, enquanto o PSD se digladia intermanente, o seu candidato à Câmara, forte e credível, e que lidere um projecto mobilizador do eleitorado.

A desilusão continua

Pois é. José Sócrates apresentou a sua Moção Global de Estratégia.

Ainda não a li, mas do que vi nos jornais tenho desde já dois comentários a fazer:

- infelizmente, segue o caminho de defender um novo referendo para despenalizar a IVG, em lugar de assumir claramente que a opção correcta é a apresentação de um projecto de lei na Assembleia da República;

- vem defender a realização de novos Estados Gerais, tendo em vista a captação de independentes que ajudem o PS na preparação das propostas a apresentar ao eleitorado...e aproveitar a quantidade enorme de quadros desaproveitados que o Partido tem, não ? Não restam quaisquer dúvidas de que seria bem mais produtivo...

Cada vez pior

João Teixeira Lopes fala de higiene pública, mas quem faz acusações deste calibre, dos pior populismo e da pior demagogia, merece sem dúvida desaparecer do mapa político a bem da higiene pública...

Então agora teria que haver eleições antecipadas por nenhuma das habitações de um bairro social ser concedida a desempregados ou a beneficiários do RSI ?

Obviamente, ser demagogo é tão fácil...basta pensar menos de um segundo para lembrar quem reside em habitações degradadas e barracas...

quarta-feira, agosto 25, 2004

Mais Igualdade, Melhor Democracia

Estando 95% da estrutura do PS com Sócrates, mesmo antes da apresentação da sua moção de estratégia global, será concerteza politicamente inócuo e descomprometedor dar uma olhadela à moção proposta pela Candidatura de Manuel Alegre.


E no entanto...

Muito interessante, o artigo Reciclar/Reutilizar, de Rui Tavares.

Contudo....

1. Se as propostas que faz relativamente ao sistema de ensino interessam pela ideia geral que transmitem, o que é um facto é que antes de mais teriam de ser exequíveis, em termos logísticos e financeiros.

2. Quase toda a gente concorda com a ideia de que uma profissão não é para toda a vida...então porque é que alguns continuam a, na prática, considerar que os professores têm necessariamente de ser uma excepção a essa regra ?

Inteligência ?

O treinador de Rui Silva, Bernardo Manuel, afirmou que a medalha de bronze conquistada pelo atleta que treina se deveu a uma enorme inteligência táctica.

Eu diria: a uma enorme inteligência táctica para quem apenas pensou na medalha de bronze. Toda a gente que viu a prova percebeu que se Rui Silva estivesse bem colocado e não na cauda do pelotão muito possivelmente poderia ter ganho a corrida.

A falta de ambição de Bernardo Manuel é verdadeiramente assustadora. Na linha dos piores problemas do país.

terça-feira, agosto 24, 2004

Estupefacção

É o meu sentimento depois de ler o memorando que o Departamento Nacional de Mulheres Socialistas entregou aos 3 candidatos a Secretário-Geral.

Tenho em Sónia Fertuzinhos a ideia de uma socialista com os pés bem assentes no chão, e de acordo com os desafios da modernidade.

Por isso fico absolutamente espantado quando vejo nesse memorando as reivindicações de:

a) promessa de Governo paritário;

b) extensão da lógica paritária na indicação de responsáveis em todos os níveis.


O que merece os seguintes comentários:

1. Em que medida um Governo por ser paritário é melhor que um não paritário ? Em que medida o País fica a ganhar com isso em relação a um Governo exclusivamente composto por homens ou por mulheres ? Se responderem com a cassette das perspectivas diferentes da vida (o que em política é absolutamente inaceitável e, mais, corresponde a uma MENTIRA), direi que seria muito mais coerente pedir que para cada Ministério existisse um Ministro homem e uma Ministra mulher...

2. E, mais, estar a promover um critério desses seria colocar totalmente em causa os critérios-base de escolha pela qualidade. "Ela era a pessoa mais indicada, mas tenho que meter um homem para ter paridade"...profundamente ridículo.

3. Quanto à tal extensão, das duas uma. Ou há pelo DNMS uma série de gente sem a mínima noção do que é a indicação de responsáveis, ou pelo contrário a procura de tacho atingiu níveis nunca vistos...




Enfim...

Aqui e aqui estão duas demonstrações claras de quem está totalmente desadaptado às realidades actuais. Senão vejamos:

1. Pensar que alguém por ter um mestrado e estar no topo de uma carreira universitária tem que ganhar mais do que o assessor de imagem do Primeiro-Ministro é a materialização de uma mentalidade infelizmente não desaparecida: "Como estudou mais, tem que ganhar mais do que quem não estudou", como se, p.ex., por natureza um professor catedrático tivesse mais mérito e mais trabalho do que um artista pop ou do que um proprietário de uma empresa não licenciado...que o visado se queixe do seu salário é uma coisa, agora considerar revoltante um ordenado na ordem dos ? 3000 para a assessora de imprensa do Primeiro-Ministro é inacreditável.

2. Qual é o problema de os jornais de maior tiragem serem os desportivos ? Será que Rui Silvares de Carvalho (RSC) não tem qualquer respeito pelas preferências de cada um ? Será que não põe sequer a hipótese de muita gente ficar satisfeita com a informação que recebe na televisão e na rádio ? Ou, mesmo, de optar livremente pelo direito a não estar informada ?

3. Os programas de televisão mais vistos são os mais cretinos ? É a sua opinião, e poderá eventualmente ser a minha, mas cada um vê o que quer. Por mim, limito-me a não os ver e se vejo televisão é, exceptuando futebol e notícias, com raras excepções, basicamente o que passa nos meus 3 canais preferidos: People & Arts, História e Odisseia. Mas não condeno ninguém pelo gosto que tem.

4. Qual é o mal de se produzirem espectáculos leves e divertidos no teatro ? Ah, claro, o teatro só poderia servir para produzir espectáculos da mais alta intelectualidade que só meia dúzia compreendesse...

5. Em que é que a vida de RSC muda se mais ou menos gente souber referir os nomes de 3 artistas plásticos contemporâneos ? Definitivamente fora do mundo. Em tempo de sociedade da informação, mais importante do que saber é saber procurar quando precisar.

6. Isto para não falar no facto de RSC achar que é um problema as pessoas preferirem ocupar o seu fim de semana nos centros comerciais, opção tão legítima como outra qualquer que não ofenda a lei. Grave, grave, é RSC de seguida fazer a analogia que isto se deve a "falta de cultura e educação", ainda que indirectamente.

Até porque se esquece que tendo em conta o ritmo da vida quotidiana actual, o que as pessoas menos querem nos seus tempos livres é cansar a cabeça...



sexta-feira, agosto 20, 2004

Definitivamente de extrema-direita

Maria de Fátima Bonifácio.

sexta-feira, agosto 13, 2004

A não perder

O artigo Provocação ao Valete, no qual Carlos Abreu Amorim expõe algo já demonstrado à exaustão por Giddens e que é uma verdade autoevidente:

Como é que é possível defender uma economia liberal e seguir os preceitos da Igreja Católica, com o seu desdém pelo lucro e a sua exaltação da pobreza ?

Inacreditável

É inacreditável a alegria com que Daniel Oliveira comemora a derrota da selecção olímpica frente ao Iraque.

Aliás, nunca comemora as nossas vitórias. Como já aqui escrevi, o seu ódio às ideias de País e de Nação é tal que toma sempre essas atitudes.

E, claro, particularmente feliz por considerar o resultado uma vingança da atitude extremamente infeliz do anterior Primeiro-Ministro Durão Barroso.

É triste. A extrema-esquerda não sabe distinguir o importante do acessório.

Mais uma razão pela qual NUNCA deve fazer parte de qualquer Governo. A juntar à arrogância de quem acha que sabe mais que os outros o que deve ser da vida destes, etc.

Lotaria

Pois parece que um condenado a prisão perpétua no Reino Unido ganhou o primeiro prémio da lotaria.

Vários energúmenos apressaram-se a dizer que ele não deveria poder jogar, e (pior), que o dinheiro deveria ir para as vítimas.

Ora...não comprou ele o bilhete da lotaria como outro qualquer cidadão ? Há igualdade ou não ?

Justiça

Não me agradou mesmo nada ler o artigo O Pato da Justiça. Sobre o mesmo, tenho a tecer as seguintes considerações:

1. Era o que mais faltava dar prioridade orçamental para as condições de quem infringiu normas de tal forma importantes que a consequência é estar preso; qualquer consideração básica e justa dá absoluta prioridade às condições de quem cumpre as leis e vive normalmente, sem prejuízo dos direitos humanos básicos, que por muito que os bés berrem existem nas prisões portuguesas;

2. Só quem seja de extrema-esquerda ou viva no mundo dos sonhos é que ainda acredita na função reintegradora das penas; essa é mais uma das construções bonitinhas típicas do pós-II Guerra Mundial, e que não tem qualquer razão de ser; mais, não só as penas têm apenas funções punitivas e de prevenção, como não faz qualquer sentido que o Estado invista dinheiro que é de todos em pessoas que cometeram infracções particularmente graves;

3. Penas alternativas ? Mas para que casos ? Não é preciso ser bruxo para saber que Daniel Oliveira concorda por inteiro com os lamentáveis versos de Sérgio Godinho na canção "Na Prisão", pela qual os presos são sempre uns coitadinhos...basta ter dois palmos de testa para saber que se há algum coitadinho, são as vítimas.

4. Instâncias alternativas de resolução dos conflitos ? Caro Daniel, o Dr. Pedro Arroja não diria melhor...em qualquer caso o avisado leitor percebe que é esta a ideologia de um partido que aspira a fazer parte de um Governo. Para o qual os tribunais são algo de horrível. E é isso que está a pensar Daniel, eu considero os tribunais arbitrais uma total aberração, e o uso da equidade em vez da justiça pior ainda.

5. Quanto aos tribunais serem os cobradores das empresas, só não me calo porque é demasiado revoltante. Se um cidadão pode (e deve) recorrer aos tribunais se outrem lhe dever dinheiro, porque é que as empresas não o poderiam fazer ? Ah, claro, coitadinho é quem não pagou...já com o Terceiro Mundo é a mesma coisa, etc., etc., quem não paga ou comete um crime é sempre um coitadinho que não tem culpa nenhuma.

6. Aumentar as garantias de defesa para quem tenha menos acesso aos instrumentos de defesa ? Que eu saiba a lei é geral e abstracta, e pensar que pode haver diferenciações nas garantias de defesa consoante seja lá que critério for é das ideias mais aberrantes que alguma vez já vi, contrária a todos os princípios básicos da igualdade, da democracia e da República. Ah, pois é, nos países comunistas os operários eram mais que os outros...



quinta-feira, agosto 12, 2004

Enquanto Vou de Férias...

Peço desculpa aos leitores habituais do Descrédito por deixar o hiperactivo Pedro Sá completamente à solta no Blog, o que se verificará até Setembro.

Contudo, tentarei aparecer de vez em quando, pelo lado esquerdo do ecran.

Pelo que me apercebo, a acção política de Manuel Alegre tem deixado muita gente nervosa.

A começar por José Socrates que, após as jantaradas com Jorge Coelho, julgaria porventura poder estar agora calmamente em férias, há espera de um plebiscito, pontuado pela presença simbólica de João Soares (a quem desde já desejo votos de rápida recuperação pelo recente braço partido).

Mas a imprensa é que já não estava habituada a um mês de Agosto onde se discutisse política fora do Gigi e da Casa do Castelo.

Mais ainda: querer discutir conceitos como o Socialismo e o posicionamento do PS face a sua base política de suporte (e não face a uma base eleitoral mítica), vai obrigar muitos jornalistas a pegar nos manuais de ciência política (ou a tentar roubar as fichas de leitura de Sócrates).

Eu, das minhas férias, lanço um desafio aos três candidatos à liderança do PS:

Que argumentos apresentariam para convencer um cidadão português, daqueles que ainda se interessa por política e na área Socialista, a tornar-se Militante do PS?




Inqualificável

Não quis até ao momento comentar a polémica sobre a Carta aos Bispos da Igreja Católica sobre a colaboração do homem e da mulher na Igreja e no Mundo.

Contudo, este artigo do Ministro Morais Sarmento suscita a minha mais profunda perplexidade, tendo em conta as seguintes afirmações:

- a maternidade marca tudo o que às mulheres diz respeito, e ela é tal forma determinante que condiciona tudo o mais à sua volta;

- a hora agora é outra, é a das mulheres capazes de conciliarem a vida familiar e a vida profissional.

Sobre isto tenho a dizer que:

- é verdadeiramente inqualificável como é que em pleno século XXI, um Ministro oriundo de um dos dois maiores partidos portugueses reduz e condiciona a mulher a tudo o que tenha a ver com a maternidade; a falta de respeito por todas as mulheres que por opção não desejam ter filhos é gritante...claro que daqui podemos ir mais longe e concluir que, apesar do que diz em contrário, NMS considera que o cerne das funções parentais relativas aos filhos pertence única e exclusivamente à mãe;

- toda essa mentalidade machista do Ministro revela-se na segunda passagem que escolhi: e onde é que está a hora dos HOMENS capazes de fazer essa mesma conciliação ? Essa barreira imposta aos homens quanto ao espaço privado é ultrapassada e não faz qualquer sentido ! A mentalidade do Ministro é facilmente visível: enquanto as mulheres devem conciliar ambos os espaços, não cabe aos homens qualquer compromisso nessa matéria, pois o seu lugar é na vida profissional e não na familiar.

Faça o que tem a fazer, Sr. Ministro. Em nome do respeito que as mulheres e os homens portugueses merecem, renuncie às suas funções de Ministro da tutela destas áreas.





Uma Estranha Visão do Socialismo

Pois é. João Pedro Freire não pára de me surpreender e pela negativa.

O seu último artigo pode ser resumido nas seguintes frases, que passo a citar:
- uma alternativa de esquerda não é representada só por um partido, mesmo que esse partido obtenha a maioria absoluta;
- a maioria absoluta no PS (...), no actual contexto de maioria de direita, representa a concentração de votos diversos das esquerdas no partido de esquerda com mais probabilidades de vencer, só por si, a coligação de direita;
- um Governo PS sozinho não traduz a vontade dessa maioria social; embora (...) seja importante que sozinho o PS consiga maioria absoluta;
- organização de um Fórum das Esquerdas, onde participariam todos os partidos, movimentos e grupos sociais e políticos que quisessem, em condições de igualdade, transparência, respeito mútuo e democraticidade.

O que motiva estes breves comentários:

- a consequência da implementação desta estratégia seria a situação RIDÍCULA e CRETINA de um partido com maioria absoluta chamar outros partidos para o Governo;

- um projecto político de esquerda de um só Partido e que obtenha uma maioria absoluta não pode ser por natureza um projecto político de esquerda PORQUÊ ?

- será que JPF não consegue perceber que existem tantas diferenças entre o PS e o BE como entre o PS e o PSD, ou entre o PS e o PCP, embora neste caso, em meu entender, sejam menos insustentáveis ?

- como é que poderia ser admissível ao PS reduzir-se dentro de um pseudofórum onde os instintos soviéticos do PCP e do BE rapidamente conduziriam ao domínio pelos mesmos daqueles ? E como é que é possível comparar um Partido que vale milhões de votos nas urnas a outros que valem dezenas de milhar e a associações reivindicativas que valem o que valem ?

E seria possível ?

Aqui está bem explícita mais uma razão pela qual NUNCA poderia apoiar Manuel Alegre para Secretário-Geral do PS.

Mais. Sugerir discriminação positiva às empresas que cumpram a contratação colectiva é estar a dizer que o normal é isso não ser cumprido, e desvalorizar totalmente o papel do contrato individual de trabalho. Monumentalmente anacrónico.

Como anacrónico é insistir numa ligação entre partidos e sindicatos. FELIZMENTE, essa ligação estreita e umbilical nunca existiu nos partidos socialistas do Sul da Europa. Era o que mais faltava ter sindicatos dentro do Partido...

E ela entretanto existe...

Então agora por se ser de esquerda e Primeiro-Ministro não se pode ter amizade com alguém lá por ser de direita e por o seu "projecto" político ser algo de ridículo ?

E mais. Não posso aceitar a lógica pela qual cada pessoa passa férias com quem lhe aprouver; com um primeiro-ministro é diferente.

Não aceito a lógica de que por se exercer um cargo público se tenha que sacrificar tudo e mais alguma coisa, inclusivamente relações pessoais.

Não aceito essa moralzinha que só ajuda a descredibilizar a política.

Muito mal, Pedro Adão e Silva, muito muito mal !

!!!!

Leiam o site de A Capital antes que mude.

A notícia é clara: Jorge Sampaio não terá convocado eleições com receio de que o processo Casa Pia voltasse à tona atingindo Ferro Rodrigues...

Desta vez tem razão

Excelente, o post de Daniel Oliveira que passo a transcrever:

Se um problema for difícil e não souber o que dizer, faça como Santana Lopes: proponha um pacto de regime.

Isto, evidentemente, sem prejuízo do que já aqui escrevi sobre essa proposta.

quarta-feira, agosto 11, 2004

Eles não sabem o que é o poder...

De facto, é preciso ser absolutamente demagogo e/ou ignorante para escrever um artigo como o Arranja-me um Emprego.

De facto, só quem não conhece a vida interna dos dois maiores partidos portugueses julga que o número de pessoas que se filia num deles aquando da sua permanência no poder são sempre os mesmos, e que saltam de Partido para Partido.

Independentemente de aparecerem mais ou menos nas alturas X e Y, na sua grande maioria são pessoas que ficam no Partido. O exercício ou a perspectiva do poder por esse Partido são apenas a alavanca que motiva o impulso. E Daniel Oliveira esquece-se, evidentemente, dos simpatizantes que depois de exercerem um lugar mais ou menos político se sentem com a motivação ou com o sentido do dever de se inscreverem.

Por estas e por outras é que farei sempre TUDO para que o BE nunca faça parte do Governo Português.

Polícia Judiciária

Algumas notas:

1 - Por que razão Adelino Salvado estaria tão interessado em destruir politicamente Ferro Rodrigues ? E seria essa razão efectivamente sua ou estaria a actuar tendo em conta a vontade de outrem ?

Considerando que a então Ministra da Justiça era conhecida por cumprir toda e qualquer vontade do então Director da PJ, todas as especulações são possíveis.

2 - É de realçar a atitude do Governo nesta matéria. Perante a situação, vem-se falar num pacto de regime para a Justiça. O Primeiro-Ministro chegou à mais que óbvia conclusão de que, nesta altura, quanto mais se falar do processo Casa Pia mais os partidos do Governo serão prejudicados, uma vez que a tese da cabala acabou por vingar junto do povo.
Ou isto será apenas a consequência da substituição de Celeste Cardona por Aguiar Branco ?

terça-feira, agosto 10, 2004

Muito interessante...

...este artigo de Nicolau Santos.

Ainda que:

- o já famoso artigo do Público se limite à definição de vários objectivos efectivamente pouco mobilizadores da sociedade, e que poderiam ser enunciados por alguém de qualquer quadrante político;

- em meu entender, perante a assustadora teimosia e indisciplina dos Deputados pelo Círculo de Coimbra e nada ter sido feito pelos órgãos do Partido para impedir essa tomada de posição, e tendo em conta a importância da co-incineração na agenda política, José Sócrates devesse ter apresentado a sua demissão ao Primeiro-Ministro.

Aqui está ela !

Já no exercício das suas novas funções de eurodeputada, aqui pode-se ler mais uma manifestação de qualidade daquela que é sem dúvida uma grande política.

quarta-feira, agosto 04, 2004

Já agora...

Na Roménia provei um refrigerante que só agora entra no mercado europeu, mas ainda não chegou a Portugal.

Uma vez que a sua comercialização cabe ao Grupo Pepsi, o mesmo que o traga para Portugal o mais rapidamente possível, porque é DEMASIADO bom !

É como que um intermediário entre um sumo de limão com gás e a Seven-Up, e inclui cafeína.

O seu nome é MOUNTAIN DEW. Fixem este nome !

segunda-feira, agosto 02, 2004

Reflexões

I

De volta da Roménia, deparei-me com um país onde pelo menos as aparências não são tão pobres como as pintam. Claro que o nível de vida deles é muito inferior ao nosso...tudo é muito barato, até porque o leu não chega a valer metade do que valia em 1999...

Ainda assim, há muitos que vivem de esquemas...é preciso uma enorme dose de paciência para sobreviver ao inferno que se chama Gara de Nord, a principal estação de comboios da cidade.

Quanto ao Summercamp....AO MAIS ALTO NÍVEL, obviamente.

II

Antes de férias, ainda decorreu o Congresso Nacional da JS. Subscrevo por inteiro o que o Bruno Veloso escreveu no excelente blog Decido

Em qualquer caso, mais uma vez o meu abraço de enorme solidariedade àquele que protagonizou o que, apesar de tudo, é uma vitória política, o meu camarada Luís Filipe Pereira.

III

Congresso do PS. Três candidatos e uma decisão tomada.

José Sócrates é demasiado adepto das teses de Giddens e da Terceira Via, que como sabem rejeito:
- por essa visão dos serviços públicos, designadamente da segurança social, partir do mesmo prisma que qualquer político de direita poderia ter, i.e, não como um direito de todos, mas como algo que há apenas que assegurar aos mais desfavorecidos;
- por partir de uma visão da sociedade que em pouco se afasta do conservadorismo, o que é totalmente inadmissível.

João Soares perdeu uma eleição impossível de perder. PS + PCP perderem uma eleição coligados, em Lisboa, contra o PSD sozinho era algo que se julgava apenas do domínio da especulação.

Por fim, Manuel Alegre. É pena que do grupo de onde saiu esta candidatura não tenha surgido outro nome que eu em consciência poderia apoiar. Posto que não viesse para a rua defender as ridículas teses da democracia paritária (mais uma vez, como se fizesse alguma diferença e fosse algum problema termos um Governo só com homens ou só com mulheres...aliás sobre o assunto, de ver as afirmações profundamente ridículas de Zapatero na sua entrevista ao Le Monde...).
Em qualquer caso, não posso apoiar para Secretário-Geral quem tem uma visão romântica da política. E quem está demasiado à esquerda para aquilo que entendo que deve ser o PS.
Muito menos quem, no último Congresso, se indignou por todos os militantes terem o mesmo tempo para falar na discussão das Moções Globais de Estratégia, por entender que "as grandes figuras do Partido deveriam ter mais tempo para falar". O que não é atitude de um democrata, muito menos de um socialista.


Ainda assim, considero que qualquer um dos candidatos tem os seus méritos. A minha posição de não apoiar qualquer deles não implica a hostilização de qualquer dos projectos, se bem que, como muitos, sinta que existiria espaço político para um projecto que representasse as preocupações e ambições daqueles que são socialistas de ala nenhuma que não a mais profundamente socialista, e da avassaladora maioria dos simpatizantes do Partido.

Enfim, fica para a próxima. Já que desta vez não temos Seguro...