terça-feira, outubro 31, 2006

Surpreendente

João Pedro Freire não deixa de me surpreender.

Relativamente ao texto linkado, há que fazer os seguintes comentários:

1. Chamar norte-coreana à realidade interna de um partido político só porque o líder é eleito por uma margem destas (ainda por cima sendo Primeiro-Ministro) é um disparate enorme. Começa desde logo pelo facto de, muito naturalmente, à partida não haver mais ninguém interessado em disputar a liderança. Depois os militantes expressaram livre e conscientemente a sua escolha. Agora alguém por não ter adversários é kimilsungiano ? No caso concreto, revelador de reais problemas seria a apresentação de outras candidaturas e/ou a eleição de muitos delegados por parte das outras moções globais. Em rigor, de uma delas, já que a moção de Fonseca Ferreira não se apresenta contra nada nem contra ninguém.

2. E facto é que a grande maioria dos militantes do PS se revê na estratégia de governo. Factos são factos. Reeleger-se assim um líder do partido no Governo é isso que significa. Na oposição, ou por ausência de alternativas credíveis ou por concordância com a estratégia seguida.

3. Escusado será dizer que chamar a algo plebiscito só por causa de um resultado democraticamente apurado só prova algo: preconceito. E diga-se, aqueles que muito gostam da discussão e do debate como objectivo nunca chegam a lado nenhum. Não apresentam soluções e, pior, não ganham eleições. Nunca se deve esquecer que sem poder é impossível servir.

4. Só quem não quer ver é que não constata que toda a contestação está a ser absolutamente orquestrada pelo PCP através da CGTP. Sem prejuízo de queixas que alguns tenham, toda esta manipulação é grosseira. O PCP, de facto, aprendeu com Durão Barroso que uma mentira contada muitas vezes pode tornar-se verdade aos olhos do público.

5. Quanto à participação eleitoral, até admira que quem é militante há tantos anos faça um comentário tão ignorante. Já se sabe como é que as coisas funcionam: se há guerra vai muito mais gente votar, por todas as razões que são óbvias.

terça-feira, outubro 24, 2006

Conversa da treta

Isto é mesmo conversa de quem depois vai fazer-se de vítima com a conversa de que não teve condições devido a pressões e medos e etc.

Um grande BAH !

Ao que o liberalismo chega...

A isto.

Dispensa mais comentários. Até a Declaração Universal dos Direitos do Homem é posta em causa.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Para quem não sabe...

Eis aqui a explicação relativa ao aumento das tarifas de electricidade...

Sim e Não

Daniel Oliveira tanto diz um tremendo disparate a propósito da justíssima medida do Governo em colocar portagens nas auto-estradas do Norte Litoral, da Costa de Prata (esta então é que eu nunca percebi mesmo porque é que era uma SCUT) e do Grande Porto, esquecendo que corresponde ao programa do Governo e que as declarações de José Sócrates naquele contexto se referem obviamente à A23, como surpreende pela positiva ao desmarcar-se do patético texto que ontem transcrevi.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Para quem tem dúvidas que a ridícula ocupação do Rivoli vem dos pseudointelectuais do Bloco, eis este "Manifesto"

«Amigo OCUPANTE de fora
Tu que sorris tão-só e passas, desaparecendo noutra multidão
Tu que ficaste a casa a tomar conta das horas que passam
Tu que te quedas a falar como se o mundo parasse à nossa porta
Tu que trazes a família a passear e todos aproveitam para um banho de luta
Tu que passas maçãs pelas grades e de paraíso nos alimentas
Tu que ainda não nos percebeste mas queres a todo o custo perceber
Tu que bebeste à nossa saúde e assim nos embriagaste à distância
Tu que tinhas a barriga maior que os olhos e a ofereceste para nos carregar
Tu a quem o trabalho humilha e nos deste tuas poucas horas de ócio
Tu que trouxeste a bandeira no bolso e a trocaste por duas horas de troca
Tu que nem tanto ao mar nem tanto à terra e agora somente tempestade
Tu que vento semeias e vento colhes para que o ar se respire
Tu que saíste aperaltada e voltaste desfeita como que acabada de nascer
Tu que vieste ao engano e voltaste mais verdadeiro
Tu que trouxeste as tuas sobras de esperança e eram um banquete
Tu que quiseste a noite branca e de manhã choravas por mais
Tu que em vale de lençóis nos concedeste vidas nunca vividasTu e tu e tu e tu e tu e tu e tu e tu e tu e tu e tu e tu
Ocupa a rua como nós ocupámos este nosso teatro
Pinta a manta e a macaca pinta a negro pinta o sete pinta-te a ti e aos outros
Canta para o mal espantar para acordar animar embalar protestar discordar
Toca o sino e a trompete toca tambor clarinete toca a caixa e troca o mundo
Dança a roda dança a salsa dança o tango dança a valsa baila gira salta pula
Faz figas e faz de conta faz a sério ou a brincar faz mais para o mundo mudar
Troca tintas troca passos troca cartas troca abraços troca cromos e heróis
E, pelo meio, vem até trocar umas ideias, impressões, sensações connosco
Até já, até sempre


Pseudo mais pseudo não há. Insuportável.

Tão insuportável como Rui Rio. Se tivesse um mínimo de bom senso já teria mandado a polícia tratar do assunto.

Mais insuportável ainda é a posição de Pedro Bacelar de Vasconcelos. Alguém que me habituei a respeitar pela sua acção enquanto Governador Civil de Braga tem o descaramento de dizer, a propósito das (frouxas) medidas de Rui Rio, que É incompreensível que uma autarquia lide desta forma com pessoas da cultura, com gente civilizada.

Ora, se não fossem pessoas da cultura e/ou gente civilizada já poderia lidar ? Que eu saiba a primeira e mais essencial condição de ser socialista é acreditar e fazer pela igualdade entre todas as pessoas. É de facto insuportável esta pretensa superioridade social dos artistas. Um nojo.

Grécia Antiga

António:

As coisas em Atenas não eram muito diferentes: se havia de facto um direito de participação na coisa pública (ainda que para alguns), não existia liberdade privada como hoje a entendemos. Todos os aspectos da vida privada eram publicamente regulados.

Não é por acaso que Benjamin Constant formulou a distinção que se tornaria clássica entre liberdade dos antigos e liberdade dos modernos...

terça-feira, outubro 17, 2006

Não !

Ao contrário de Medeiros Ferreira, considero o artigo de André Freire ontem no Público verdadeiramente provocatório.

Que haja meia dúzia de criaturas (sempre os mesmos) que se julguem donos da ideologia e da esquerda e que emprenhem pelos ouvidos da cassette de sempre do PCP e da extrema-esquerda de todas as vezes que o PS é Governo, todos sabemos.

Mas o que se passa desta vez, para além da mais elementar irresponsabilidade e dos habituais preconceitos ideológicos, parece ser mais grave. Sente-se uma orquestração montada para querer impedir o Governo de seguir em frente com as justas medidas em prol da igualdade e da racionalização. Tudo porque acham que tirar regalias é por natureza algo que não é de esquerda.

Sócrates que siga em frente e que aproveite o Congresso para fazer umas quantas limpezas...

domingo, outubro 15, 2006

"Respeitinho é muito lindo"


Mandaram-me isto por mail. Ao que parece é um autocolante que se pode ver espalhado pelas ruas de Coimbra.
Tirando o facto de ser excessivo, acaba por traduzir um pouco a raiva que toda a esquerda, ou que pelo menos eu sinto e toda a esquerda deveria sentir, sente sempre que se ouve: "O que era preciso era agora um Salazar!" ou "Antigamente, o Salazar é que tinha mão nisto" ou ainda o meu favorito e muito popular "Respeitinho é muito lindo".

sexta-feira, outubro 13, 2006

Tendencialmente de extrema-direita

Adolfo:

Se Maria José Nogueira Pinto revelou que antes de tomar uma decisão importante vai comprar roupa para a Zara. Disse ainda que uma mulher que não se pinta nem usa um berloque é desmazelada e tendencialmente não terá o jantar pronto a horas...

...tal só prova que de facto tem uma visão do papel da mulher que no mínimo é de extrema-direita. Que para ela o relevante é que faça o jantar e a horas, bem como a futilidade das pinturas e dos berloques.

Já agora, isto prova algo que eu disse logo a seguir a Maria Manuela Augusto ter falado que uma mulher na política era avaliada também pela elegância além da competência. Sem dúvida. Pelas outras mulheres, claro está.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Diversões blogosféricas

Torna-se divertido ler o Blasfémias. Num mesmo blog, a já conhecida lucidez do Gabriel Silva e o descarado racismo do JCD.

Havia de ser comigo...

Partindo do princípio meramente académico que não tinha feito outras destas antes, isto seria motivo mais que suficiente para, pelo menos, o Secretariado Nacional do PS retirar a confiança política a Manuel Alegre.

Aliás. Estranho como é que em democracia há quem dê poder à rua. À tentativa de subversão dos valores mais básicos do regime.

O direito de manifestação é legítimo, e condição essencial da existência da democracia. Mas quem se manifesta não representa mais que quem não o faz.

terça-feira, outubro 10, 2006

A não perder

Este post de Paulo Pedroso. Tem toda a razão.

segunda-feira, outubro 09, 2006

Segurança do povo e efectividade policial

Já sei que me vão chamar de reaccionário e fascista para baixo. Mas António Ribeiro Ferreira tem razão, e Fernanda Câncio não.

Ou isto é uma República das Bananas na qual a polícia nada pode fazer ? Triste é ver a comunicação social em geral a tratar os polícias como vingativos e assassinos quando isto são ossos do ofício, coisas que podem acontecer. Esperemos que o Ministério Público apure rapidamente a verdade, que só pode ser uma: inexistência de culpa.

Irresponsabilidade liberal

Depois de ler isto, só posso ficar espantado com a ingenuidade e a irresponsabilidade financeira do António Costa Amaral.

Ou seja: admitindo como hipótese de raciocínio o pagamento pelo Estado de serviços de saúde no sector privado, muito naturalmente só fará sentido um sistema em que, tendo em conta a contratualização, seja o SNS a determinar onde se faz o serviço, e não onde o doente quiser, por razões óbvias de custos financeiros.

Anarco-capitalismo

Aqui. O António Costa Amaral deve ter enlouquecido. Esta não lembra mesmo a ninguém, tal é a dimensão da irresponsabilidade.

Por exemplo, e falando do sector em que trabalho, havia de ser bonito se houvesse possibilidade de operar completamente fora das faixas concedidas e sem os requisitos de protecção da segurança...

sexta-feira, outubro 06, 2006

Mas é possível ser-se assim ingénuo ?

Pelos vistos há quem o seja. Partindo do princípio que não é desonesto nem mentiroso...

quarta-feira, outubro 04, 2006

TRIIIIIIIM!

Começo o meu primeiro post no DESCREDITO por vos falar de um assunto importante que muitos julgam sobrevalorizado, outros subvalorizado e que eu considero simplesmente esquecido. Fá-lo-vos de ambiente.
Tirando meia dúzia de "personalidades" pagas a peso de ouro para não compreenderem o que é evidente para os demais, confundindo assim uns tantos, há um consenso muito generalizado no sentido de que o ambiente está a ser degradado e de que essa degradação poderá levar a médio prazo a toda uma série de consequências com as quais ninguém quer arcar. O ambiente é assim considerado já um tema importante, muito importante, simplesmente há outras prioridades da mesma forma que na Finlândia o tema das eleições pode ser a globalização, no Japão a privatização dos correios, em Portugal o défice, no Brasil a corrupção e no Burkina Faso ... bem ... nem deve haver eleições porque está tudo demasiado ocupado a sobreviver.
Assim o ambiente pode ser um tema empurrado para debaixo do tapete das nossas mentes (como quem diz: "depois tratamos disso"). Quem segue com algum interesse o que se passa na Justiça sabe que é mais ou menos o mesmo. Toda a gente diz que há um problema na Justiça, que isso é causa de muitos outros problemas e que mais tarde ou mais cedo vamos ter de tratar disso se não o Estado cai no ridículo.
Mas voltando ao ambiente. De vez em quando algum amigo mais esquisto, um documentário, uma notícia no jornal ou na televisão que nos lembram que o problema existe. E nessa altura até juraríamos a pés juntos que eramos capazes de passar a andar sempre de bicicleta, que iamos reciclar tudo, até os óleos, guardar todas as tampinhas, comprar lâmpadas novas, e já agora até entrar para o Yoga ou comer só salsa e aipo até ao fim dos nossos dias. Mas todos sabemos que no dia seguinte vai estar a chover e lá vamos nós no nosso carro.

Desta vez quem me voltou a acordar foi Al Gore e uma vez mais, como qualquer pessoa, estou com vontade de não atirar o despertador contra a parede, enrolar-me nos lençois para voltar a adormece.
Assim, achei que a melhor forma de não adormecer uma vez mais é tentar acordar os outros (nos escuteiros resulta). Por isso aqui vai:

ACORDEM!

P.S.:E podem também ir ver o filme "Uma verdade inconveniente" é divertido, informativo e alarmante ao mesmo tempo.

Aleluia !

Yessssssssssssssss !!!!!

terça-feira, outubro 03, 2006

Novidade no DESCRÉDITO

Pois é, o DESCRÉDITO tem um novo colunista, que vem rejuvenescer a equipa. Em qualquer caso é um elemento de enorme peso. Dispensa qualificações, e verão com os vossos próprios olhos aquilo de que ele é capaz.

Desde o Porto....apreciem os posts do Ary F. Cunha !