Críticas sem sentido

Por toda a blogosfera se levantam vozes a elogiar a atitude de Santana Lopes por ter abandonado os estúdios da SIC após a decisão editorial de interromper a sua entrevista para mostrar imagens da chegada a Portugal de José Mourinho.

Por mim, não alinho nesse coro. Considerar que a SIC tomou uma atitude inadmissível é estar arrogantemente a considerar que tudo o que é política é o mais importante em qualquer circunstância, e designadamente, em concreto, que a política é por natureza mais importante do que o futebol, independentemente do que possam as pessoas em concreto considerar. A SIC limitou-se a tomar uma decisão de acordo com as prioridades editoriais de uma televisão.

Para ajudar à festa, José Mourinho já fez muito mais por Portugal do que Santana Lopes alguma vez poderia ter alguma capacidade de fazer.

Directas do PSD - a questão estatutária

A propósito da decisão do Conselho de Jurisdição Nacional do PSD sobre as quotas, aqui vão as minhas considerações sobre o assunto, embora dizendo desde já, ao contrário do Paulo Gorjão, que a decisão não é juridicamente inatacável:

1. Nos termos do nº 3 do art. 6º dos Estatutos do PSD, "o exercício dos direitos de eleger e de ser eleito depende do pagamento actualizado das quotas, nos termos de Regulamento aprovado pela Comissão Política Nacional".

2. O art. 34º dos mesmos Estatutos estipula que "as estruturas do Partido nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira regem-se por estatutos próprios aprovados pelos Congressos Regionais, em conformidade com os princípios gerais definidos nos presentes Estatutos, podendo ser diversa a orgânica neles estabelecida, em função da especificidade do meio".

Ou seja, o pagamento actualizado das quotas (que pelos vistos tendo em conta o tal Regulamento teria que ser feito até à data X) é indubitavelmente uma obrigação de todos os militantes do PSD, incluindo os dos Açores. As normas dos Estatutos do PSD/Açores que disponham em contrário, são evidentemente contrárias aos Estatutos nacionais.

Como é mais que óbvio...

...não assino esta petição.

Não é da conta do Estado se existem as revistas A, B ou C, ponto final parágrafo. E muito menos cabe ao Estado achar que deve existir uma revista sobre História e ser-lhe indiferente existirem publicações sobre qualquer outro assunto.

Decididamente

Independentemente do que eu possa concordar relativamente a algum conteúdo deste post, não há paciência para gente que só pensa em dinheiro e em economia, como se tudo o mais fosse acessório e não houvesse coisas mais importantes.

Também aqui se pode ver como o culto do dinheiro e da actividade económica se sobrepõe à garantia até das condições de higiene...

Falar, falar...

De facto a reflexão de Manuel Maria Carrilho é de todo pertinente.

Pena que não apresente qualquer tipo de soluções.

Politicamente incorrecto

Várias pessoas me perguntavam ontem por que razão Aquilino Ribeiro ficaria no Panteão. De facto, é apenas um escritor de relevo entre muitos outros.

A resposta é simples, se bem sei como as coisas funcionam. Alguém teve a ideia, e como sempre ninguém teve coragem de dizer que não com receio de ser chamado ignorante e contra a cultura.

Para quem tenha dúvidas

Ontem parece que um amigo que vota BE estava a ver a enorme seca que é o Prós e Contras, e veio-me dizer que estava a ver "a puta da tua ministra".

Antes de pouco depois mudarmos os dois rapidamente de assunto que a coisa já se estava a tornar numa discussão muito desagradável, não pude deixar de constatar que para ele toda a política de educação devia ser exclusivamente decidida pelos professores, "porque eles é que sabem" (E já agora, "que trabalham muito mais que todos os médicos e advogados juntos").

Isto para quem tenha dúvidas da ideologia que está por trás dessa gente, e que é entregar corporativamente aos profissionais de cada sector a definição das políticas dessa área. Ao pé destas criaturas, o Salazar era um anjinho do corporativismo.

Não há paciência

Depois das muito desagradáveis declarações de Maria José Nogueira Pinto (sim, a que acha que uma mulher não tem nível se deixar atrasar o jantar ou se não se "souber arranjar"), Miguel Sousa Tavares ainda veio dizer pior.

Não há paciência para estes tiques autocráticos de que tudo o que exista deva ser bonito e de acordo com determinados parâmetros (e caro, já agora, para só ser para alguns), à revelia dos mais elementares princípios relativos à liberdade e à propriedade.

Então agora não pode um proprietário ter direito a organizar o seu espaço como bem entender ? Era o que mais faltava...

Estado laico

Algumas notas sobre este post:

1. De facto Portugal não é um Estado confessional. Se em representação do Estado, nenhum titular de cargos públicos deve fazer qualquer tipo de manifestações religiosas. O que obviamente não se aplica à sua vida particular.

2. Ainda me lembro do absolutamente inaceitável comportamento do actual Presidente da República quando era Primeiro-Ministro e em representação oficial, tendo ido ao Vaticano e ajoelhando-se perante o respectivo Chefe de Estado. Não há qualquer tipo de diferença entre a genuflexão face ao Papa e face, p.ex., ao Rei do Malawi, ou ao Presidente de Samoa.

3. Evidentemente que qualquer representante do Vaticano deve ser recebido nos termos gerais.

4. Na realidade não sei o que será pior. Se uma ocupação estrangeira se uma autocracia teocrática.

Lembrei-me

Lendo este post, não posso deixar de pensar como a base por trás dele é a clássica distinção entre quem acredita em normas eternas e universais e quem não acredita.

Designadamente, em regra os primeiros sempre estiveram do lado do status quo e os segundos do lado da modernidade e do avanço científico.

Actualmente até se nota o patético da coisa, com a direita ultraliberal e anarcocapitalista a citar disparatadamente autores dos séculos XVIII e XIX que estão totalmente ultrapassados...

Apenas duas palavrinhas

SCOLARI RUA !

Presidência

Paulo:

Escusado será dizer que se isso acontecer é uma birra ridícula do Presidente da República. Porque é óbvio para toda a gente que se o Governo fosse do PSD não diria semelhante coisa. E que tendo dito o que disse o que se pretendeu foi obrigar o Governo a fazer acordos com o PSD nessa matéria, e não qualquer questão material.

Preconceito

Aqui podemos ver o BE com os seus disparates e preconceitos habituais, qualificando directamente a defesa da diminuição da idade para responsabilidade penal e o endurecimento da lei para a imigração como propostas de extrema-direita.

1. Quanto à responsabilidade penal, é uma proposta que estupidamente a esquerda tem deixado que alguma direita se queira apropriar da paternidade da proposta. É uma esquerda cheia de preconceitos e de manias de que as pessoas são boazinhas e de que se fazem as coisas não é por culpa própria.
Ora, para além de isso não ser verdade, coloca totalmente em causa os fundamentos do que é a inimputabilidade. E não me venham dizer que um miúdo de 12 anos não sabe que matar e roubar constituem crime.
Para além do mais, quem comete crimes deve ser devidamente castigado por isso. O que merece é castigo, e não compreensão, por ter atentado contra valores tão fundamentais que a violação dos mesmos constitui crime.

2. Quanto à lei para a imigração, outra vez o politicamente correcto. É verdade que Paulo Portas e o CDS são os responsáveis mais directos por uma lei já felizmente revogada que era de tal maneira estúpida que só vinha ajudar à imigração ilegal. Mas o endurecimento em abstracto pode corresponder a várias necessidades, e tudo depende de tudo.
Não há pachorra é para os humanismozinhos da treta com a mania que toda a gente tem que poder entrar.

O PSD e o QREN

Paulo:

Se eu bem sei como as coisas acontecem, cá para mim o que se passa são as duas coisas: atrasos no QREN e irresponsabilidade total de Marques Mendes.

Note-se que o PSD já tem antecedentes nessa matéria, ou esqueceram-se de antes das eleições de 2002 Durão Barroso ir fazer queixinhas do próprio país à Comissão Europeia, numa atitude que só prova o seu mau carácter ?