O PCP deseja
agora proibir totalmente o comércio aos domingos. Uma medida totalmente disparatada, pelas razões que se passam a enumerar:
1. Trata-se de uma proposta de ideia claramente ultramontana, assente na ideia do domingo como dia essencial de descanso, sim, a ideia de "dia do Senhor".
2. O direito ao descanso não é minimamente prejudicado pelo facto de as folgas serem num qualquer dia da semana.
3. Mais: tal proposta só prejudica em última instância os direitos dos trabalhadores, considerando a exigência de remuneração suplementar pelo trabalho aos sábados e domingos.
4. A ideia proteccionista de defesa do comércio tradicional é totalmente absurda. E premiadora da baixa qualidade e dos altos preços. A merceariazinha pertence ao passado. Ponto. Aliás, não vejo diferença nenhuma entre esta tomada de posição e a patética tentativa de Santana Lopes em ressuscitar o teatro de revista.
5. A ideia das "zonas turísticas" era o princípio do fim. Aliás, como definir o que é zona turística ? Para mais, feiras existem em todo o lado. A isto chama-se manifesta e clara hipocrisia.
6. As críticas às grandes superfícies só demonstram o ódio mortal do PCP a tudo a que cheire a dinheiro. Isto ou é inveja ou é fundamentalismo cristão mascarado de comunismo.
7. Dizer que a proibição a partir de X área é contornada pela existência de espaços com área X-1 é atentar contra a inteligência geral. É evidente que existindo um limite X há uma tendência para a criação de áreas pouco menores.
8. Querer estabelecer limites horários ao funcionamento das lojas é igualmente patético. O PCP defenderia os interesses dos trabalhadores se viesse defender a liberalização dos horários do comércio, e procurando garantir que as remunerações suplementares pelo trabalho nocturno e aos fins-de-semana sejam auferidas. Pouco ou nada interessa quanto tempo a loja está aberta desde que os interesses de todos estejam assegurados.
9. Obrigar as discotecas a um horário de funcionamento é de uma atroz irresponsabilidade, e demonstra até que ponto o PCP é reaccionário. Aliás, estabelecer horários de fecho de discotecas, para além de não fazer sentido, constituiria um problema de segurança e de qualidade de vida: toda a gente a sair ao mesmo tempo de uma discoteca pode dar problemas e confusão, e provoca uma muito maior quantidade de ruído.
O caminho, aliás, tem necessariamente de ser o oposto: liberalização integral de todos os horários de comércio, JÁ !