Os Novos Municípios
Parece que vamos passar a ter 312 municípios. Fátima, Esmoriz, Samora Correia e Canas de Senhorim. E talvez Tocha, também.
Curiosamente, nenhum deles nas áreas metropolitanas, onde a necessidade é muito maior. Ermesinde e Rio Tinto na AMP. Queluz, Sacavém, Carnaxide e Costa da Caparica, e eventualmente Alverca e Amora, na AML.
E aproveito a oportunidade para falar de um desses casos, que é liminarmente uma questão de Justiça e de bom senso. Carnaxide foi durante 14 anos a maior freguesia da Europa. Já no início dos anos 80, depois da Amadora ter sido elevada a concelho, muito se falou no assunto, entretanto adormecido nas páginas dos jornais. Porque na vontade das pessoas não morreu.
Os cidadãos residentes em Carnaxide, Linda-a-Velha, Algés, Queijas, Cruz Quebrada, Dafundo, Linda-a-Pastora, Miraflores, Outurela, Portela e Gandarela não têm qualquer ligação a Oeiras. Toda a sua vida é feita entre estas localidades e Lisboa. Aliás, se bem que Queijas e Linda-a-Pastora já se situem a poente do Rio Jamor, este e o Estádio Nacional constituem uma fronteira natural para toda a zona, essa sim, ligada a Oeiras. Quer por razões óbvias, como Caxias e Paço de Arcos, quer por razões históricas, como Barcarena. Ainda que não seja chocante a divisão desta freguesia de modo a que uma nova freguesia de Valejas seja integrada no município de Carnaxide, dada a ligação que sempre existiu entre estas localidades.
Por outro lado, demonstra-se a absoluta descontinuidade que existe entre Alfragide e todo o restante município da Amadora. Em termos urbanísticos, sociológicos, arrisco-me a dizer a todos os níveis. E Alfragide está mais perto de Carnaxide que da Amadora ! Isto sem esquecer que o próprio IC19 serve de fronteira entre Alfragide e a Buraca. A única maior ligação que existe é em termos de rede de transportes públicos ! Nada que a VIMECA não possa resolver.
Mas o mais importante são as pessoas. Não faz qualquer sentido obrigar mais de 100.000 pessoas a ter uma ligação que na realidade não existe. Temos de saber compreender as evoluções ocorridas e agir em nome da população. Criar o novo município de Carnaxide é actuar de modo a possibilitar uma gestão mais aproximada. Para mais quando 18 anos de Câmara PSD têm cada vez mais centrado toda a acção municipal em Oeiras.
Pode-se perguntar: porquê Carnaxide e porque não Algés ou Linda-a-Velha ? Duas ordens de razões. Em primeiro lugar, parece-me que o fundamental é que a toda esta zona corresponda um município. A escolha de Carnaxide deve-se a ser sede de freguesia muito antes das restantes localidades o serem. Sem esquecer que nos últimos censos a freguesia de Carnaxide é já a maior de entre as seis abrangidas. E esta escolha tem em conta também não só evitar disputas sobre qual a localidade sede de concelho.
E um melhor futuro de quem vive nesta área que sem ser suburbana também não é exactamente urbana assim o exige !
Por isso só há uma escolha. CARNAXIDE A CONCELHO !
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