quinta-feira, agosto 18, 2005

A Reforma do Sistema Político

Faz agora pouco mais de dois anos que reuniu pela última vez o grupo de trabalho do Gabinete de Estudos do PS dedicado à Reforma do Sistema Político.

Numa conjuntura significativamente, uma vez que o PS era na altura oposição, Alberto Martins, o coordenador desta área, reuniu-se com quatro militantes (uma deles tinha-se deslocado propositamente de Vila Real de Santo António!).

Alberto Martins esclareceu desde logo que tinha falado aos Deputados e restantes dirigentes do PS que não valeria a pena comparecer a esta reunião, pois tratar-se-ia apenas de fazer o balanço da sessão legislativa que acabava de terminar, e das propostas que o PS minoritário tentou apresentar, sem sucesso.
Sendo um dos presentes nessa reunião, lembro-me perfeitamente de o questionar sobre dois temas: a introdução de círculos eleitorais uninominais e a reforma interna do funcionamento do próprio PS.
Alberto Martins, visivelmente enfadado com o tempo que estava a desperdiçar com aquela reunião, explicou que, a seu ver, nenhum dos temas era relevante para a «agenda política», pelo que, no futuro, seria definida qual a «agenda» para o grupo de trabalho Reforma do Sistema Político.

A conjuntura mudou, o PS venceu as eleições, Alberto Martins foi designado Presidente da Bancada Parlamentar do PS.

Não tenho conhecimento que o grupo de trabalho do Gabinete de Estudos do PS dedicado à Reforma do Sistema Político tenha voltado a reunir.

Assim, foi com perplexidade mas sem qualquer espanto ou admiração, que li no «Público» de 15 de Agosto que a «Criação de círculos uninominais poderá avançar na próxima legislatura», por iniciativa do PS, anunciada por Guilherme D'Oliveira Martins, Vice-Presidente da Bancada Parlamentar do PS.

Conclusão:

Para uma boa Reforma do Sistema Político, em vez de pensar o que reformar, talvez seja preferível começar a decidir quem reformar...

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