terça-feira, agosto 23, 2005

Sabedoria Inflamável



Num País em que, durante o Verão, todos são especialistas em prevenção de fogos, combate aos incêndios (com meios terrestres e aéreos), coordenação de bombeiros, actuação da protecção civil (para além de tudo sobre futebol), por que razão o País arde ano após ano?

Onde fica guardada toda esta sabedoria colectiva o resto do ano?

16 Comentários:

Às 23 agosto, 2005 13:58 , Anonymous Anónimo disse...

Caro Mário, isto não te nada de sabedoria. das duas uma, ou se pegava nos incendiários e se mandavam para dentro do fogo (hipótese claramente não aceitável, mesmo que às vezes apeteça fazer isso!!), ou então altera-se a moldura penal para este tipo de crimes, passando os mesmos a ser considerados como muito gravosos, podendo ser sentenciados com a nossa pena máxima, 25 anos. Se calhar o "negócio da madeira" passaria por dias menos felizes.
agora deixa-me dizer que a ideia luminosa, inovadora, actual do ministro antónio costa (a da construção do super-avião)...por amor de deus...mais valia estar calado...mas são estes os governantes que temos.

 
Às 23 agosto, 2005 14:02 , Blogger Pedro Sá disse...

Por muito que possa e deva ser agravada a pena para estes crimes, equipará-la ao homicídio (qualificado, ainda por cima) seria algo de uma gravidade jurídica impossível de qualificar.

 
Às 23 agosto, 2005 14:12 , Anonymous Anónimo disse...

e não morreram já pessoas? e não se destruiram histórias de vida completamente? e bens arrecadados durante uma vida de trabalho? posso até concordar que a equiparação a homicido é, se calhar exagerado, no entanto, investigar, prender, indiciar, julgar e soltar criminosos...também não me parece razoável. crie-se uma nova moldura penal para este tipo de crimes (...e atenção que estou a colocar de lado situações de psicopatologia manifesta...esses também devem ser analisados). não podemos é assistir a esta vergonha ano após ano. não podemos mais assistir à aparente falta de vontade política em investigar...então não há dezenas de provas (foguetes, bombas...)? então não podem ser efectuadas investigações exaustivas? para além do triste cheiro a queimado, há por aí muita coisa que também não cheira bem.

 
Às 23 agosto, 2005 14:14 , Blogger Pedro Sá disse...

Vontade POLÍTICA ? Meu caro amigo, Portugal é um Estado de Direito e a investigação cabe ao MP e à PJ...

 
Às 23 agosto, 2005 14:18 , Anonymous Anónimo disse...

calma...se calhar não temporalizei "vontade política"!! não estou a falar só deste governo. estou a falar também dos que o antecederam.
mas vontade política sim!
"Portugal é um Estado de Direito e a investigação cabe ao MP e à PJ..."...pois cabe. mas não sejamos utópicos! se não existir essa vontade, a investigação faz-se com menos rigor, com menos meios, com menos recursos...esta é a realidade, quer se goste ou não...

 
Às 23 agosto, 2005 14:38 , Blogger Pedro Sá disse...

Isso não é verdade. Pensar o contrário é teoria da conspiração.

 
Às 23 agosto, 2005 14:49 , Anonymous Anónimo disse...

pois é, você é que tudo sabe, que tudo conhece, que tem razão, que detem a verdade...todos os outros ou estão enganados, ou dizem inverdades...ainda não percebi porque continuo a trocar comentários consigo. tinha dito que não mais fazia comentários aos seus comentários. mas parece que tal situação não é possível!!pois fique então com a SUA verdade, que eu fico com a minha teoria da conspiração!

 
Às 23 agosto, 2005 15:16 , Blogger Mario Garcia disse...

Infelizmente, pensar q todos os nossos incêndios têm mão criminosa é a forma mais fácil da desresponsabilização total.

As causas que tornam a nossa floresta inflamável à mais pequena beata mal apagada estão bem identificadas.

E a principal tem a ver com o ordenamento do território, área onde as esferas pública e privada têm interesses conflituais (a começar pelo conceito de propriedade).

Dentro desta 'sabedoria' que referi, para cada incêndio há sempre n teorias de incendiários que, ou passaram de automóvel, ou de avião, ou foram vistos algures.

E assim, os verdadeiros incêndiários e os casos de polícia são misturados com as situações de incúria, desmazelo, irresponsabilidade ou simples desatre natural.

 
Às 23 agosto, 2005 15:30 , Anonymous Anónimo disse...

Mário,
é óbvio que o problema é mais estrutural do que de contexto. é óbvio que as condições climatéricas condicionam o surgimento de alguns incêndios. é óbvio que os meios muitas vezes não são os necessários e não estão coordenados (ainda ontém vi na tv bombeiros, presumo que de cascais, a actuar em coimbra!). mas o problema está no ordenamento do território (ou a total ausência do mesmo). não é possível que a lei seja sistematicamente ultrapassada sem qualquer tipo de consequências - o desrespeito no cumprimento da distância entre as habitações e a mata, a falta de limpeza das propriedades, a especulação que gira à volta da área ardida (constrói-se mesmo em zona vedada para o efeito), a moldura penal leve para estes casos.
há situações de incúria, desmazelo e de irresponsabilidade que são "criminosas". quanto aos criminosos (mandantes e executantes), descubram-se e prendam-se por muitos e muitos anos. pode ser que assim a área ardida e a vontade de a fazer arder diminua e desapareça.

 
Às 23 agosto, 2005 15:32 , Anonymous Anónimo disse...

...e já agora, gostava de saber por que é que os nossos militares continuam nas casernas. porque não actuam eles na prevenção, no combate e no rescaldo dos incêndios. Tanta engenharia, tantos meios que podiam estar ao serviço do combate e não estão!!!

 
Às 23 agosto, 2005 15:46 , Blogger Mario Garcia disse...

Lembra-te q a pirâmide militar está cada vez mais invertida.
Qq dia há mais generais q soldados rasos...

 
Às 23 agosto, 2005 15:52 , Anonymous Anónimo disse...

aí sou obrigado a concordar consigo!! mas é uma pool de recursos desprezada e que podia dar muito jeito...principalmente na época antes do perigo!!recursos quer humanos quer de material. ao menos sempre ganhavam uma função social de utilidade em tempo de paz!!

 
Às 23 agosto, 2005 16:24 , Anonymous Anónimo disse...

Boa! É isso mesmo que eu penso. Neste país toda a gente acha que sabe falar de tudo.

 
Às 23 agosto, 2005 18:48 , Blogger Tonibler disse...

Oh pga...Essa ideia dos militares é no mínimo exótica. Pensar meter uma carrada de putos sem treino, sem seguro, a combater incêndios só porque são pagos pelo estado e estão sem fazer nenhum?
Que tal mandar também os professores? Era maravilha, como as escolas não funcionam nos meses de Verão, mantinha-se os professores ocupados. Para eles também era bom porque assim já podiam participar nas greves da função pública marcadas para estes meses....

Alguém já pensou que aquilo que se faz pelo combate aos incêndios é aquilo que devia ser feito? Há bombeiros e meios que cheguem para proteger as casas. Floresta e pomar são culturas agrícolas, quem deve cobrir prejuízos são os seguros. E, de facto, aquilo que arde não é floresta, são monoculturas.

Agora que seja o contribuinte a cobrir perdas esperadas de culturas agrícolas, é completamente estúpido. E é mais barato cobrir as perdas inesperadas que sustentar um corpo de combate a incêndios capaz de apagar um país inteiro siimultaneamente. Se, em vez de andarem preocupados em agradar os voluntários de Brejenjas gastassem o dinheiro em guardas para os parques nacionais (esses sim, não podem arder) faziam melhor....

 
Às 23 agosto, 2005 19:22 , Blogger mfc disse...

É o reflexo da indigência do poder!

 
Às 24 agosto, 2005 12:13 , Anonymous Anónimo disse...

A dos bombeiros franceses que se tornam voluntários , chegam a Portugal e esbarram na nossa Protecçao civil é doloroso. Par que quremos entao a Uniao Europeia sem fronteiras?!

Temos de mudar o SNBPC. Nao presta, nao nos serve.

 

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