A VELHA EXTREMA-ESQUERDA
O documento aprovado este fim-de-semana pelo inefável Bloco de Esquerda não engana ninguém.
De facto, começam por insistir num referendo sobre a IVG. E as suas justificações não deixam margem para dúvidas. Mais do que a aprovação de uma lei que termine com a chaga do aborto clandestino e permita às mulheres que desejem abortar fazê-lo em verdadeiras condições de saúde, naquilo que é acima de tudo uma questão de direitos e de saúde pública, interessa-lhes é abrir caminho para "convergências de esquerda".
Ora, o que é defendido, na prática, é o condicionamento do PS e do PCP às suas estratégias. À sua política e postura de raiz elitista, em nada preocupada com os assuntos com que os Portugueses se deparam todos os dias, e que são realmente importantes.
Só se vê o BE aparecer para estas questões polémicas, que deseja fracturantes. Quanto à economia, ao emprego, à educação, nada de minimamente relevante.
Obviamente, convergências com a extrema-esquerda é algo com que o PS não pode sequer pensar. E muito menos com essa extrema-esquerda elitista, em tudo oposta àquilo que sempre foi o PS, um partido do povo. Não é por acaso que as freguesias onde o BE tem melhores votações são maioritariamente habitadas por aquilo a que se convencionou chamar classes alta e média-alta.
Mas continua. O BE considera que a "refundação do sindicalismo de classe como representação democrática" é o caminho. Mas alguém ainda acredita nessa de que há classes sociais ? É mesmo de quem não sai do bunker marxista-leninista !
Quando o que é necessário para refundar o sindicalismo é precisamente o abandono das concepções de classe e uma visão moderna e abrangente, mais uma vez é defendido um regresso ao passado, um regresso a tempos já algo distantes. A algo que redundaria no COMA do sindicalismo.
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