segunda-feira, julho 23, 2007

Discordo...

...de Vital Moreira quando qualifica como sendo de esquerda políticas de natalidade.

Pelo contrário. Trata-se de uma medida profundamente reaccionária, embora de há uns anos para cá essas medidas beatas andem a fazer escola nos socialistas europeus como demonstração de sensibilidade social.

Para além de ser uma intromissão inadmissível na vida privada das pessoas, tem como triste consequência um reforçar da visão da mulher como mãe acima de tudo. O que é totalmente inaceitável.

5 Comentários:

Às 23 julho, 2007 14:32 , Blogger Filipe Gil disse...

Discordo Sá. Nos países nórdicos, de esquerda, essa política é seguida, e muito bem. Temos de ter mais população, temos de ter mais jovens, mais crianças. Estamos a definhar com esta população velha.

Mas, não te esqueças que ninguém vai obrigar ninguém a ter filhos. Agora com o aborto, só os tem quem quer mesmo.

A possibilidade não é obrigatoriedade. Percebes?

 
Às 23 julho, 2007 21:53 , Blogger Pedro Sá disse...

Desculpa ? Países nórdicos, de quê ?

Ora Dinamarca governo de direita, Suécia direita, Finlândia centro-direita, Noruega agora voltou a ser de esquerda que foi de direita vários anos...

Eu sei que ninguém vai obrigar. Só que isto é o Estado a qualificar coisas que são única e exclusivamente da vida privada das pessoas.

E isto tem consequências ao nível da visão social da mulher, as quais entendo serem gravíssimas. Por isso sempre serei contra incentivos ao trabalho a tempo parcial, pois é fonte de desigualdades gravíssimas de género.

Preocupação com natalidade é historicamente algo que sempre foi apenas e só defendido pelos reaccionários e ultramontanos. É com muita tristeza que vejo a minha área política a fazer sua esta medida beata e reaccionária.

Mais. Não partilho dessa visão de que temos que ter mais população. Não temos que ter mais, nem temos que deixar de ter.
E as tuas palavras revelam um tão europeu e contemporâneo exaltar da juventude como fonte de todas as coisas boas (só falta o exaltar da beleza física) e um profundo desprezo e negativismo associado às pessoas mais velhas, o que é em absoluto inaceitável, pois toda a vida humana tem a mesma dignidade.

 
Às 24 julho, 2007 22:24 , Anonymous Anónimo disse...

Creio que não há um enfoque particular na mulher. Creio que os homens podem até gozar a totalidade da licença de parto(?).
É mais uma questão de apoiar com um pouco mais de firmeza uma altura que é, tipicamente, mais difícil para os casais. Daí também creio ter ouvido algo sobre apoios a creches e similares.

Mas o mais importante é a natalidade. A Terra no global, tem de reduzir a sua população a um terço da actual talvez. No entanto isto tem custos económicos no curto prazo e por isso todos estão preocupados com uma taxa de 1,3 (?) filhos por casal.
É o que se chama empurrar com a barriga para afrente e deixar que os outros resolvam o problema (tomem a iniciativa).

Osvaldo Lucas

 
Às 24 julho, 2007 23:15 , Blogger Pedro Sá disse...

1. Não há na lei, é verdade, mas bem sabemos qual a realidade.

2. Uma coisa teria sido defender essas medidas noutro contexto. À luz de políticas de natalidade, são inaceitáveis.

3. Não sei se a Terra tem de reduzir a sua população. Sei que certamente isso não acontecerá.

 
Às 30 julho, 2007 05:46 , Anonymous Anónimo disse...

Concordo em absoluto com este post. Além desta política me parecer bastante ineficaz no que se traduza em benefícios reais para pais e filhos, a sua finaldade não corresponde aos interesses individuais das pessoas, mas às exigêncis de uma economia capitalista. Viste acentar esta no crescimento populacional.
Esta é uma política dirigista do Estado, que interfere na autonomia individual, condicionando/direccionando a sociedade para um modelo de mais forte unidade failiar.

É uma política absurda, numa acção governamental que não tem par na história da III República!

 

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