quarta-feira, junho 08, 2005

Música Portuguesa por Decreto

Da discussão relativa ao post com o mesmo nome n'O Insurgente apenas se podem concluir duas coisas:

- ainda há muito quem ache que o gosto das pessoas pode e deve ser educado;

- quem lamente alto e bom som que as pessoas não procurem música fora do mainstream.

Daqui retira-se o seguinte:

- continua a existir a perspectiva pela qual nem todos os gostos são igualmente legítimos, o que é profundamente anti-democrático;

- que "fora do mainstream" significa aquilo a que em Portugal usualmente se chama "música alternativa"...fora do mainstream estão as canções do Festival da Eurovisão e das respectivas finais nacionais e a maioria das pessoas considera-as abaixo de cão (não se dão ao trabalho de as ouvir, sequer, e estão desde logo catalogadas...como igualmente catalogadas estão, em sentido contrário, todas as consideradas como alternativas).

Continua a mesma tristeza. E SIM, é consequência da influência que a cultura francesa ainda por cá tem.

Para além do mais, cada um procura música se e onde quiser. O que é que alguém, e o Estado em particular, têm a ver com isso ?

1 Comentários:

Às 08 junho, 2005 15:30 , Anonymous Anónimo disse...

1º- De facto os gostos não se discutem, educam-se. O que não quer dizer que as pessoas com educação artística tenham todos os mesmos gostos. Acho que é dispensável exemplos, mas se for preciso arranjam-se.

2º- Infelizmente a maior parte dos pais que pensa Eu-quero-que-o-meu-filho-seja-médico-não-poeta, não percebe que a educação artistica é fundamental no crescimento do indivíduo, e não os torna forçosamente bêbados, miseráveis ou coisas piores...Se querem um exemplo, basta pegar no pré-primário onde a única forma de expressão gráfica é o desenho, e o que dão às crianças são livros já desenhados e de preferência para pintar igual...

3º A fuga ao "mainstream" tem, precisamente a ver com a falta de horizontes que esta educação produz. Quantas pessoas foram a museus, concertos, teatro, etc, e sobretudo com que frequência...

4º Obviamente o mercado também não ajuda, a própria FNAC de início tinha muita coisa diferente, agora é um bocadinho mais do mesmo...

 

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