terça-feira, janeiro 13, 2004

Que maravilha polemizar com Eduardo Prado Coelho!

Não resisto à tentação de referir o artigo de Eduardo Cintra Torres no Público de ontem, «A Penúltima Palavra», notando as afinidades que mostra com o Pedro Sá, sobre o Eduardo Prado Coelho.

Cito apenas os três primeiros parágrafos, tecidos especificamente sobre EPC, pois os restantes são sobre a substância da polémica, o que hoje em dia é irrelevante:

«Que maravilha polemizar com Eduardo Prado Coelho! É o nosso melhor polemista. Mas são debates com problemas graves para "o outro". Primeiro, EPC tem sempre a última palavra. O que quer que se debata, ele vence o diálogo não pela técnica do "knock out" mas pela dos "rounds" sucessivos.

O segundo problema é que, dominando as técnicas da escrita e da argumentação com uma facilidade extraordinária, ele dá a volta da retórica a qualquer facto indesmentível. O texto em que respondeu ao meu artigo da semana passada era tão eficaz que eu mesmo me convenci de que escrevi o que não escrevi, defendo o que não defendo e sou o que não sou.

O texto pôs-me a reflectir sobre o lugar de EPC no mundo do comentário jornalístico: não corre ele o risco de os leitores entenderem que sob o estilo tremendamente cativante há um percurso ziguezagueante de ideias e fugas aos factos? E que ele sacrifica o conteúdo ao seu prazer da escrita? Quer dizer, por vezes lemos EPC não tanto pelas ideias mas apenas pelo prazer da leitura. Ler é bom, mas o espaço público é mais que isso



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