ORDEM DOS ADVOGADOS
José Miguel Júdice gaba-se de instituir um exame nacional na Ordem dos Advogados, defendendo brutais critérios de exigência.
Antes de mais, saúde-se que a prova escrita que finaliza a 1ª fase do estágio passe a ser igual para todo o país, deixando de haver a grosseira variedade de critérios que prejudicava grandemente, em termos relativos, os estagiários incorporados no Conselho Distrital de Lisboa.
Contudo, toda a exigência e elitismo defendidos são uma pura manifestação corporativa, uma pura vontade de excluir interessados do exercício da advocacia, apenas para defender interesses instalados.
Aliás, nenhuma profissão deve ser elitista. Todas devem ser honradamente exercidas, e todas têm a mesma dignidade.
Sublinhe-se o absoluto silêncio de TODOS os partidos políticos relativamente ao que se passa quanto ao direito ao exercício da profissão de advogado. A Ordem faz e acontece, e ninguém põe termo ao que se passa, para mais quando o estágio vai sendo cada vez mais reformulado de modo a ser cada vez mais caro.
Junte-se isso às dificuldades sentidas por qualquer advogado nos primeiros anos de profissão, e conclui-se que ou o poder político de uma vez por todas decide intervir (e retirar os poderes públicos a todas as Ordens ou mesmo extingui-las não seria nada má ideia, dependendo o acesso às profissões apenas da titularidade da licenciatura respectiva) ou qualquer dia apenas os filhos dos ricos poderão ser advogados.
Ou, pior, no limite qualquer dia todas as profissões têm a sua Ordem e lá voltamos nós à Baixa Idade Média.
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