MINISTRA E JUVENTUDE
O Quarta Vaga vem criticar o Mata-Mouros por este ter escrito que...
"Maria da Graça Carvalho, a indigitada Ministra da Ciência e Ensino Superior é docente universitária (o que é mau) e vice-presidente da Ordem dos Engenheiros (o que é péssimo). Mas o que se pode revelar catastrófico, a acreditar nesta, é passarmos a ter um boy oriundo da Jota como Secretário de Estado Adjunto. Ou seja, corre-se o sério risco de ficarem três odiosas corporações (bem) representadas no Ministério.
Há que lhes conceder o benefício da dúvida, mas que fico muito apreensivo, lá isso fico... "
Fica a Quarta Vaga indignada, por considerar que assim estão os Engenheiros a ser insultados. Nada mais errado. O alvo da crítica é claramente a Ordem dos Engenheiros em particular, e muito provavelmente todas as Ordens em geral. Não os engenheiros.
Mas critico eu outro facto: é inadmissível que se chame a alguém boy apenas por ter desenvolvido carreira numa organização partidária de juventude.
O problema é que o Henrique da Quarta Vaga ainda diz pior: "corporação de interesses miseráveis, de carreirismos sem base no valor demonstrado na vida activa e que descambam em casos como o de Guterres ou do novel secretário de estado".
Tal frase extremamente infeliz merece alguns comentários:
1. Em primeiro lugar, António Guterres nunca exerceu funções de dirigente da JS, e tenho sérias dúvidas se alguma vez terá sido militante da organização.
2. Quem desenvolve um percurso numa organização partidária de juventude fá-lo por interesse político e na política, ao contrário do que pensam. Mais, é logicamente absurdo e profundamente ridículo vilipendiar os militantes das mesmas. Pensar que quem está fora, e provavelmente fora da política, é que está preocupado com o país, é um total contrasenso.
3. As organizações partidárias de juventude são tão corporações de interesses miseráveis como qualquer outra instituição, sem excepção. Nem mais nem menos.
4. Reduzir a capacidade política de cada um ao "valor demonstrado na vida activa" é das maiores enormidades que já alguma vez li:
a) porque quem tem a possibilidade de fazer política a tempo inteiro tem a disponibilidade para se poder realmente debruçar sobre os problemas na mais ampla extensão, e de acordo com o interesse público;
b) porque isto levaria necessariamente ao domínio da política por empresários e yuppies;
c) e, mais grave ainda, porque o objectivo não confessado dessas atoardas é destruir os partidos políticos e defender um sistema totalmente tecnocrático, regido pelos "especialistas" de cada área, e sem qualquer visão global para o país; e claro, por consequência, um ultraliberalismo económico e social porque só ele o possibilitaria.
Para esquecer, portanto.
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