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As ondas de repercussão do livro de Manuel Maria Carrilho têm sido bastante interessantes. Ainda hoje, o DN garante que «Agências tentam, mas jornalistas é que decidem», num artigo em que jornalista e agências de comunicação afirmam a sua candura independência.
Desde que o livro saiu, o 'mainstream' da nossa comunicação social tem utilizado uma táctica muito simples: confundir Carrilho com o conteúdo do livro; discutir Carrilho; dizer que o livro é um auto-elogio desculpabilizante para uma derrota eleitoral, que ataca sem referir nomes.
Ora, por acaso, eu até já li o livro de Carrilho e constatei ser diferente daquele que estes jornalistas (não) leram.
«Sob o Signo da Verdade» é um livro que descreve a candidatura de Carrilho à CMLisboa, desde a sua decisão até à sua derrota. É um livro factual, uma vez que tem como fio condutor as variadas acções de candidatura e campanha, e faz referência a centenas de pessoas, principalmente aquelas que com ele colaboraram no projecto que o PS apresentou para a cidade de Lisboa.
Seguindo o livro pelas acções de campanha, é nas críticas à cobertura da sua campanha que aparece referido o trabalho dos orgãos de comunicação social.
Com referências bem concretas.
Eis um apanhado dos jornalistas referidos por Carrilho:
Isabel Oliveira, Grande Reportagem (p.37)
Luís Osório, A Capital (p.38)
Mario Crespo, (p.38) SIC-N
Ana Henriques, Público (p.61)
Maria João Avilez, SIC-N (p.64)
Miguel Sousa Tavares, TVI (p.72)
Ana Sá Lopes (aka Vanessa), Público (várias citações)
José Manuel Fernandes, Director do Público (várias citações)
Joaquim Vieira, Grande Reportagem (p.77)
Isabel Braga, Grande Reportagem (p.77)
São José Almeida (p.80)
Ângela Silva Expresso (p.91)
José António Saraiva, então Director do Expresso (várias referências)
Maria Flor Pedroso, Antena1 (p.110)
F. Almeida Leite, (p.110) DN
Miguel Coutinho, (p.110) (então Director do DN)
Pedro Rolo Duarte (então sub-Director do DN) 127
Judite de Sousa, (p.127) RTP
Ricardo Costa, SIC-N (várias citações)
Raúl Vaz, SIC-N (p.146)
Fernanda Câncio, DN (p.158)
João Pedro Henriques, Público (p.161)
Teresa Dias Mendes, TSF (p.165)
José Alberto Carvalho, RTP (p.166)
Helena Matos, Público (p.167)
Clara Ferreira Alves, Expresso (p.167)
(E não estão aqui nem as agências de comunicação nem os comentadores de serviço!)
Apesar de até Pacheco Pereira já ter reconhecido publicamente que a cobertura dos media à campanha de Carrilho foi enviesada, nem todas as referência são de crítica negativa.
Mas o leitor atento consegue facilmente perceber quem é quem...
Carrilho comenta a existência de dois casais nesta lista (ler o livro para saber porquê....):
João Pedro Henriques (Público) e Teresa Dias Mendes (TSF)
Raúl Vaz (SIC-N) e Ângela Silva (Expresso)
Mas ligações diagonais entre jornalistas (no activo ou a trabalhar em agências de comunicação) é o que mais há por aí.
Por exemplo, no Blog Glória Fácil escrevem J.P.Henriques, Ana Sá lopes e Fernanda Câncio.
Pois digam mal de Carrilho: vaidoso, arrogante, etc.etc.
Mas a história aqui é outra.
P.S. Aliás, só o facto de já há bastante tempo ter deixado de ler o «Expresso» e o «Público» por os considerar pouco isentos na sua linha editorial, permitiu-me não ler muito das peças jornalísticas referidas...
20 Comentários:
Tretas Garcia, Tretas! A sua mulher pode trabalhar no mesmo que você, você tem toda a liberdade de gostar mais de um cliente que de outro, de um colega que de outro, de um chefe que de outro. As pessoas não são bichos, nem bichas como o Carrilho. As pessoas são livres de escrever e livres de ler. Se as agências fazem isto ou aquilo, falta aquilo que os americanos referem de causa provável. Qual é o ponto em que devemos tomar, a derrota do Carrilho? Então não, as agências não têm qualquer influência porque o Carrilho é uma merda de homem, que devia pagar títulos de emissão para repirar. Perdia as eleições mesmo se fosse contra mim. E se não têm influência, qual é o tema? Gostava que só se publicasse a Acção Socialista e que todos vivessemos sob os seus escritos limpos e imparciais? Como já disse, Garcia, para isso já demos!
Tem outro exemplo para não virem com este tipo de propaganda fascista? Outro exemplo em que possam dizer que nas agências influenciaram de forma determinante alguma coisa?
"Devia pagar títulos de emissão para respirar".
Fica tristemente definido quem escreve estas alarvidades.
Tonibler:
Ou não percebe o q escrevo, ou continua a fazer de conta q não percebe.
Esqueça o Carrilho, pq não foi ele o único prejudicado pelo black-out informativo e pela má imprensa que a candidatura do PS a Lisboa mereceu. Foram centenas de pessoas (nas quais, por acaso, nem me incluo) que trabalharam num projecto. Pessoas insuspeitas, como por exemplo insuspeitas como o Arqº Ribeiro Teles.
Há neste assunto duas teses não conflituantes:
- Carrilho é uma besta etc.etc.etc.
- A comunicação social violou todos os seus deveres de profisionalismo (ética, tsenção, objectividade, independência etc.etc.etc.)
É esta segunda questão q me interessa discutir, pq é estrutural.
Podemos falar de Garcia Pereira ou Manuel Monteiro.
Ou da forma (Reis Soares) como os media levaram ao colo Santana Lopes (durante tantos anos de flopes) para depois o crucificarem quando as coisas deram para o torto.
A liberdade de expressão não pode entrar em conflito com as liberdades individuais nem com a democracia. Deve estar ao seu serviço. Mas existe uma imprensa selectiva - o q talvez seja uma nova forma de censura.
O Tonibler, se tivesse um artigo de opinião relevante, bem escrito, oportuno, acha q o conseguia publicar em algum jornal? Só se lá tiver um amigo seu (ou talvez através duma Agência...)
Você tem alguma dúvida que o actual governo foi lá colocado pelas agencias ?
Camarada Garcia,
Podemos passar a vida a discutir o verde das ervas. Agora, que importância tem o verde das ervas? Não é o carrilho? Então é o quê? A vitória retumbante do Mário Soares nas últimas eleições presidenciais?
Mais uma vez, eu se não confio não pago. Eu não compro jornais. Estou-me nas tintas se os jornalistas passam fome ou não. Se passarem, melhor. Mas é da multiplicidade de jornalistas vendidos que está a democracia. Se é por receberem dinheiro, almoços de borla (isto já fiz, no Tivoli, custou-me os olhos da cara) , porque têm a mania que são espertos ou que a opinião deles vale alguma coisa, é irrelevante. Quanto mais, melhor.
Agora, democracia é isto! Não é andar a controlar se este é completamente isento ou não, porque tem o resultado que todos sabemos. E mais uma vez, se o Carrilho não perdeu as eleições por causa dos jornalistas (só para rir, de certeza...) então é porque apesar de tudo a democracia funciona. E, mais uma vez, qual é o ponto?
O Tonibler confunde Democracia com economia de mercado.
É uma confusão muito típica na nossa direita liberal...
Sim, Garcia. Esta coisa de liberdade, pluralismo, multiplicidade, vontade própria, individualidade faz-vos uma enorme confusão. O melhor é olhar para os seus referenciais outra vez e ver quem é que é de direita de facto. A liberdade já passou por aqui, vocês notaram?...
«A liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade do outro»
Isto diz-lhe alguma coisa?
(lembrei-me tb de uma frase de Brecht, mais complexa, mas q hei-de trazer para aqui)
E a sua está a ser limitada por?... Essa sua passagem para o moralismo fascista começa a ser preocupante. A sua argumentação não está a melhorar nada, se a ideia é mostrar-se de esquerda. Tarda nada está a berrar contra a pouca vergonha...
Por acaso, esta frase pertence ao anarquismo. Aquele q lhe devia ser próximo pois, cumprindo-se esta máxima, o Estado ou qualquer outra macro-estrutura social.
Enfim...
Da próxima vez q o Tonibler criticar os funcionário públicos ou qualquer profissional, lembre-se q está a entrar no campo do «moralismo fascista».
Não acredito q o mercado premeie a boa comunicação social (está á vista...) nem percebo pq razão os jornalistas estão acima de qq crítica...
Ninguém disse que os jornalistas estã acima de crítica. A crítica é uma coisa sã, aquilo que está a fazer é outra coisa, é perseguição moralista. Até há quem seja casado, veja bem...Amanhã passamos para as mini-saias, para a linguagem menos própria ou continuamos na pouca vergonha jornalística???
Boa comunicação social será aquela que sai da sua cabeça ou, pior ainda, da cabeça do Carrilho (hã, sem piada...).
O funcionário público sou eu que o pago. CRitico como quiser, nem sequer tenho que ser justo. Os outros, pago ou não...
Você é q paga aos funcionários públicos????
Nessa lógica, os próprios funcionários públicos pagam-se tb. Serão patrões de si próprios???
(Já agora, seremos tb patrões de toda e qq empresa - e respectivos funcionários- que receba um subsídio ou incentivo do Estado? Nosso?)
Sou, sou eu cidadão que lhes pago. Quer passar a pagar você, dispensando-me dos impostos? Faça-me o favor....
Mais uma vez fugiu à parte da questão que lhe dói...
"Mas é da(na?) multiplicidade de jornalistas vendidos que está a democracia". A relação causal estabelecida é de causar calafrios.
Primeiro porque se são vendidos isso significa que alguém os compra. Aqui pode-se estabelecer o princípio que quem tem poder e dinheiro é que o poderá fazer. De uma e de outra até um zuavo deduz que os jornalistas assim mercantilizados (ou liberalizados à taxa Euribor) passam a ser serventuários fiés de uma classe diminuta e antagónica ao conjunto do Povo. Logo, quem for mandatário dessas vontades expressas por tal poder de compra tem "boa impressa", os outros serão sempre alvos a abater ou então que paguem...
Segundo, se a democracia melhora na razão directa do número de bandalhos armados de megafones comunicacionais, então reduzimos a democracia à sua forma mais caricata de que quanto mais merda, melhor.
Para quem goste de matar a Democracia esta é realmente a sua democracia. A dos bandalhos, das sanguessugas e dos que assobiam para o ar desde que o seu prato de lentilhas seja mantido cheio, mesmo que fiquem com o crânio ermo de Valores (que não os da sacrossanta Bolsa, claro!).
E mai' nada!!
Carlos Franco,
Você entendeu alguma coisa do que escreveu? Então explique-me, porque aquilo que li não faz qualquer sentido....
Vai-me perdoar a franqueza, mas o Sistema Nacional de Ensino não me paga para lhes suprir as falhas passadas e as calinadas presentes. Aliás penso que poderá ter certamente algum amigo que com todo o gosto o poderá elucidar. P.S.: Para o ajudar nessa "árdua" tarefa, permito-me corrigir uma gralha minha; onde escrevi "...impressa" queria obviamente ter escrito "...imprensa".
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