segunda-feira, março 15, 2004

Pior é quase impossível

A inenarrável Ana Gomes veio reinvidicar quotas de 40% para mulheres nas listas do PS. E, não contente com esse disparate que seria conferir à partida a cerca de 25% dos militantes 40% dos lugares "porque sim", veio dizer algo extremamente grave, e que passo a citar.

"Se existissem mais mulheres na política o problema israelo-palestiniano talvez já estivesse resolvido, porque as mulheres percebem que a resolução dos conflitos passa pelo diálogo e ir ao fundo das questões".

O que merece alguns comentários:

1. Tal afirmação é digna do feminismo mais bacoco e extremista, que está absolutamente ausente das mulheres portuguesas. Não conheço uma única mulher que não as activistas pelas quotas que se considere inferior a qualquer homem. Aliás, dizem os antropólogos que as sociedades mediterrânicas são, na realidade, matriarcais. E com razão. Daí que tentativas de impor direitos especiais choquem a comum das mulheres.

2. Essa afirmação permite-me ponderar se Ana Gomes está bem colocada no PS. Cada vez mais me parece que o seu lugar na política seria no pseudointelectual BE ou, voltando atrás no tempo, queimando soutiens no Parque Eduardo VII.

3. As mulheres que se oferecem para a função de bombistas suicidas estão totalmente certas de que a resolução dos conflitos não passa pelo diálogo...

4. Quer fazer do diálogo monopólio do sexo feminino. Absolutamente inqualificável. Pior, com esse discurso reedita a ideologia salazarista no seu pior..."O homem a lutar, a mulher a compreender"...

Se o seu problema são os direitos das mulheres, por que motivo Ana Gomes não barafusta contra a inacreditável discriminação de que elas são alvo nas Forças Armadas, ao não lhes ser possível servir em submarinos nem exercer funções de mergulhadoras e fuzileiras ?

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