A propósito de escutas
Comentadores e uma certa direita autoelevados em moralistas criticam as já famosas afirmações de Ferro Rodrigues "São uns merdas" e "Os gajos que estão a ouvir que vão à merda"....
Ora:
1. "São uns merdas", numa conversa particular que, acima de tudo, não tinha nada que andar a ser escutada (o que é revelador do poder que o Ministério Público conseguiu graças às sucessivas mudanças legais exigidas por Cunha Rodrigues e sancionadas pelo PSD e pelo PS, diga-se), é algo sem relevância nenhuma....ou agora alguém lá por ser figura pública não pode usar certas expressões nem dizer palavrões em conversas particulares ?
Aliás, é de relembrar o ex-Primeiro-Ministro belga, Jean-Luc Dehaene, fanático adepto do Brugge, que nem na tribuna VIP se coibia de incentivar os seus jogadores, insultar árbitros, etc., sem que tal fosse considerado um problema.
2. Quanto a mandar à merda quem o estaria a ouvir, não tenho a menor dúvida que toda a gente que já teve a suspeita de o seu telefone andar a ser escutado já o fez.
E não sei porquê, veio-me à cabeça um famoso cartaz das manifestações de estudantes de 1992/93: "SIS ESTOU AQUI", que me parece ter algum paralelismo com esta situação...
Portanto, voltemos ao essencial:
a) a demissão de Souto Moura e a instauração de um processo disciplinar a João Guerra por existirem fundadas suspeitas de violação de segredo de justiça são absolutamente indispensáveis, sob pena de a Justiça perder toda a credibilidade;
b) Ferro Rodrigues necessita urgentemente de subir a parada e pedir publicamente a demissão de Souto Moura, sob pena de ver a sua imagem desgastada dia após dia; dê por onde der, se quer sobreviver politicamente, e recordo o que ontem escrevi, que para ele só há destruição ou glória, não há meio-termo actualmente, tem que subir a parada até ao ponto onde não seja possível aos seus anónimos e cobardes adversários contra-atacar.
Como homem íntegro que é, fá-lo-á certamente. Já lhe chega certamente ter meia dúzia de agentes judiciais e a comunicação social em peso a tentarem assassiná-lo politicamente.
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