Assim é muito mais fácil, não é Pacheco Pereira?
Em primeiro lugar, há que fazer justiça a Pacheco Pereira. Não é pela falta de um Telejornal para comentar, que as suas opiniões não são amplamente discutidas. E de todos os actuais «opinion makers», Pacheco Pereira tem o mérito de ser o único a quem não é dado um palco privilegiado, e no entanto consegue fazer-se ouvir.
Até conseguiu por as Televisões a ler o seu Blog, e criarem notícias a partir daí (veja-se o caso do seu comentário às declarações de Portas sobre a imigração).
Em relação ao artigo de hoje do Público, a análise ao PS-Porto é apenas o aperitivo para o prato principal:
A «ausência de qualquer outra actividade significativa dos socialistas, o imenso vazio de causas que vai da base ao topo» e a «a hipoteca completamente insensata em que a direcção de Ferro Rodrigues se colocou face ao processo da pedofilia» («Ferro Rodrigues cometeu aí o erro que, mais cedo ou mais tarde, o afastará da direcção do PS. Fê-lo por desprendimento, mas a verdade é que não cumpriu com as suas responsabilidades, nem com o PS, nem com Pedroso»)
Tal como Pacheco Pereira bem sabe, as notícias sobre os acontecimentos ou movimentações nas estruturas locais ou regionais tanto no PS como no PSD servem apenas para consumo interno. Não é por aí que se mede a actividade partidária. Ou então podíamos analisar a actividade política dos sociais democratas de Lisboa em conter a Vereadora Ana Sofia Bettencourt (que parece que anda a decidir se é militante ou não), e a distribuição de jobs, sempre de impacto normal quando o Governo é de direita.
Pelo que a utilização do artigo de José Saraiva serviu de ardil estilístico para o comentário a Ferro Rodrigues e ao PS em geral, e a sua «ambiguidade estratégica». O PS ainda pode pois ainda orgulhar-se que se espere dele uma clarificação estratégica ideológica. Se é mais à esquerda, mais ao centro, Terceira Via, etc.
Neste aspecto, ao PSD sempre se lhe exigiu uma estratégia muito mais objectiva: a tomada pura e simples do poder. Ou na sua vertente mais complexa: Um Governo, Uma Maioria e Um Presidente.
Assim é muito mais fácil, não é Pacheco Pereira?
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