É fascista pois
A propósito ´deste disparatadíssimo texto de Francisco José Viegas, que consiste literalmente no aproveitamento de uma situação de facto para fins de propaganda ideológica, não posso deixar de demonstrar a minha mais profunda indignação por ver alguém defender preto no branco que não existisse qualquer estatuto do aluno e que o mesmo estivesse submetido a uma autoridade arbitrária de professores.
Para além disso, as três palavras que defende deverem ser importantes na escola correspondem a um ideário que no mínimo é de extrema-direita:
- Disciplina ? Não é isso que está em causa. Antes de mais, estar a dizer tal coisa é estar literalmente a ofender uns 99% dos estudantes portugueses a quem não lhes passa pela cabeça entrar em actos de violência. Ah, claro, estava a esquecer-me que para esta direita conservadora qualquer conversa com o colega do lado é uma ofensa a tudo e mais alguma coisa, e que como tal deveria ser seriamente punida pelo menos com reguadas.
- Autoridade ? Autoridade é do Estado. Do que aqui se trata são de poderes de coordenação do espaço lectivo e da existência de condições para leccionar. Já agora: essa ideia que se teve em Espanha de querer considerar agressões e ofensas a professores e médicos como agressões e ofensas à autoridade pública é das coisas mais disparatadas que já ouvi - em primeiro lugar seria inconstitucional, tendo em conta a existência de escolas e estabelecimentos de saúde públicos e privados, e ser totalmente absurdo considerar professores e médicos privados como autoridade pública, logo, haveria uma violação do princípio da igualdade; em segundo lugar, porque conduziria à mais absoluta banalização do conceito de autoridade pública, com vários perigos ao virar da esquina.
- Recompensa ? Esta então é de ir às lágrimas. A escola é um meio, não é um fim. Mas quais recompensas ? A única recompensa possível é a satisfação pelos resultados e por aprender. Toda e qualquer outra forma de recompensa redunda na mais irresponsável desvalorização daquilo para que serve a escola.
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