domingo, dezembro 11, 2005

Um Homem de Paixões



Mário Soares é um homem de paixões, que gera paixões.
É difícil alguém ser-lhe indiferente.
A pré-campanha que tem levado a cabo não poderia portanto deixar de despertar paixões, novas e antigas.

Mas as paixões, por muito irracionais que sejam, têm necessariamente de ter limites.
Limites impostos pelo bom senso, pela tolerância e pela inteligência.
Limites que o anti-soarismo primário desconhece, surgindo como um espumar raivoso, irracional, injustificável e injustificado sob qualquer base lógica.

O pequeno episódio de Barcelos
não é uma nova Marinha Grande, não é sequer politicamente relevante.
Não é uma nova Marinha Grande porque, também graças a Mário Soares, a democracia está consolidada em Portugal.


(PS: Porque razão há a distinção entre os militares de Abril e os antigos-combatentes, se todos eles combateram no Ultramar, na guerra colonial?)

8 Comentários:

Às 12 dezembro, 2005 00:16 , Blogger Tonibler disse...

Porque os militares de abril eram de carreira e os ex-combatentes eram milicianos. E este espisódio tem todo o aspecto de ter sido 'criado'.

 
Às 12 dezembro, 2005 01:17 , Blogger Mario Garcia disse...

Os ex-combatentes eram milicianos?
Deve estar a fazer alguma confusão...

Mas não combateram todos na mesma guerra? O Capitão Otelo não estava na Guiné às ordens do General Spínola?

Continuo a recomendar-lhe algumas leituras e revisões históricas...

 
Às 12 dezembro, 2005 10:44 , Blogger Elisiário Figueiredo disse...

Prometi não escrever mais neste blog até as eleições Presidenciais,
faço-o agora porque quero aqui deixar expressa a minha opinião em relação aos acontecimentos de Barcelos, e que muito simplesmente eu não aceito nem tolero, num estado que já atingiu a sua maturidade democrática e politica acontecimentos destes não podem ter lugar.

 
Às 12 dezembro, 2005 11:39 , Blogger Tonibler disse...

Sim, sim. E o Major Otelo estava onde??? Das leituras, Garcia, talvez consiga entender quem morria de facto no fim da guerra. Basta uma visita ao monumento dos combatentes, que está organizado por datas, e veja quem morria na guerra.

 
Às 12 dezembro, 2005 15:36 , Blogger Mario Garcia disse...

Caro Tonibler,

Voltamos ao ponto fundamental:
O responsável por uma guerra não é quem acaba com ela. É quem a começa:
AOS (aquele-cujo-nome-nem-deve-ser-pronunciado)

Era a guerra necessária?
Para Portugal?
Para os portugueses, independenemente da sua diáspora?

A resposta é NÃO!
E esta resposta era do conhecimento de muitos do Antigo Regime que, até 1961, tentaram convencer o Sr. Professor para começar um processo de descolonização negociado, por forma a defender os interesses de Portugal e dos portugueses no Ultramar.

 
Às 12 dezembro, 2005 19:52 , Blogger Tonibler disse...

Mário,

Continuo sem perceber no que é que isso isenta, quem quer que seja, da defesa dos superiores interesses da nação, da protecção de vidas e bens dos cidadãos portugueses. Não o isenta a si ou a mim ,enquanto cidadãos. Talvez a ministros de Negócios Estrangeiros e a Ministros Sem Pasta...

 
Às 12 dezembro, 2005 23:47 , Blogger Mario Garcia disse...

Tonibler,

Desde que começámos a trocar bloguisticamente opiniões sobre este assunto, ou seja, sobre a 'monumental responsabilidade de Mário Soares no que aconteceu em Portugal nos últimos 30 anos e em especial na descolonização', eu tenho procurado substanciar as minhas posições.

Mas o meu caro Tonibler limita-se a fazer acusações no ar, que não encaixam na História de Portugal.

Com tantas pessoas envolvidas no processo da descolonização, nas mãos do Presidente da República General Spínola até à sua demissão nos finais de 74, e depois passando por tantos outros, porque razão escolhe Mário Soares como bode espiatório?

Dir-me-à (pq já o fez) que é Mário Soares q se candidata a PR e não qq outro. Isto significa q qq pessoa com responsabilidades governativas entre 74/75 q hoje se candidatasse a PR teria o previlégio de obter da sua parte o chorrilho de insultos q diariamente pratica?
Parece-me q não.

E as responsabilidades da defesa dos superiores interesses da Nação de quem nada fez, de quem virou a cara para o lado, de quem podia ter evitado a guerra?

Terá sempre da minha parte uma resposta pronta sempre que enveredar por este caminho torpe que tem escolhido. Não pelos seus argumentos (q na verdade, não existem).
Mas porque a mentira não pode passar em claro e ser ignorada.

E constato, com tristeza, que continua a não reconhecer as responsabilidades (gravíssimas) na matéria de António de Oliveira Salazar.
Dos seus Ministros.
Da sua Polícia política.
De todos aqueles que pactuaram com uma guerra colonial imbecil, perdida desde o primeiro dia.

Ou, utilizando uma linguagem mais simplista, o meu caro ignora quem andou a atear fogos durante décadas, para culpar quem teve de apagar o fogo de um dia para o outro.

 
Às 13 dezembro, 2005 00:17 , Blogger Tonibler disse...

Caro Garcia,

Folgo por entender que as consequências que se tiraram aos responsáveis pela guerra colonial não foram suficientes. Então concordará, certamente, que aquelas que se tiraram pelos responsáveis pela descolonização também não foram. Os primeiros morreram no exílio, vamos fazer dos segundos heróis?

Eu não pratico qualquer chorrilho de insultos diariamente.

Reconheço todas as responsabilidades do Oliveira Salazar, do Marcelo Caetano, de quem quiser na continuidade da guerra. Mas, repito, não vejo no que é que isso desculpa Mário Soares no desprezo do superior interesse da nação que, na altura, passava pela defesa da vida e bens dos cidadãos nacionais e, não, da luta dos povos colonizados.

Não ignoro que ateou o fogo, não ignoro que o alimentou, como não ignoro quem o foi apagar com alcool. Se há aqui quem esteja a ignorar alguma coisa, não sou eu.

 

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