Rapsódia à Portuguesa
Só recentemente estive a por a minha leitura em dia dos jornais que tinha acumulado.
Se os jornais on-line permitem viver e reagir no dia-a-dia aos acontecimentos noticiados (àquela amostra mediática da realidade), a leitura da imprensa relativa a um determinado espaço de tempo, confirma o País e o momento surreal em que vivemos.
Para além da proposta de Revisão Constitucional do PSD/PP de eliminar como limites materiais da revisão constitucional a forma republicana do regime (Artº288º), que obviamente dispensa comentários, vou citar alguns excertos interessantes daquilo que li:
António Lobo Antunes em Entrevista ao DN 18/11/03
«Não me interessa este Partido Socialista, acho trágico este Partido Comunista. O drama para as pessoas verdadeiramente de esquerda é que são apátridas, a gente vai votar em quem?»
(...) «Digamos que sou um órfão da esquerda. Também sou muito indisciplinado. Teria dificuldade com qualquer disciplina partidária. O problema dos partidos é que se tornam reaccionários porque têm que funcionar com o aparelho, como qualquer igreja.»
Euniçe Lourenço escreveu no Público de 22/11/03, acerca da discussão do OE04:
«Mas o momento mais patético foi o discurso de Guilherme Silva, líder parlamentar do PSD. 'Aí estão os sinais da retoma e de viragem da economia', 'este é também um Orçamento de elevada preocupação social', 'importa também salientar o objectivo da redução de impostos', 'este é um bom Orçamento, um Orçamento de verdade de desagravamento fiscal e de credibilidade', foram algumas das 'pérolas' de um discurso de Guilherme Silva que, para além de não perceber muito de economia, nitidamente não vive neste País»
«Passados um ano e meio de Governação e três Orçamentos, o Governo ainda se desculpa com a herança socialista e insiste na diabolização do investimento público»
Rui Teixeira Público em entrevista ao Público de 23/11/03
«É meu entendimento que os juizes não devem assumir um protagonismo excessivo. Devem ser de alguma forma recatados.»
É caso para dizer: Importa-se de repetir?
Helena Roseta comentou na Visão de 30/10/03 algumas situações como a de Fernando Lima no DN, Maria Elisa na Embaixada de Londres, Carlos Andrade afastado da TSF, o que 'aconteceu' a Carlos Pinto Coelho, ou à de Fernanda Mestrinho na prateleira da RTP:
«Uns levam o 'pontapé pela escada acima', saindo de cargos de chefia para outros lugares, superiores na hierarquia mas sem intervenção na produção noticiosa. Outros levam um o 'pontapé pela escada abaixo' e têm de se socorrer do tribunal para fazer prevalecer o seu direito ao trabalho. Tudo isto contribui para criar um clima irrespirável, sobre o qual recai sem contemplações a lógica da reconfiguração geral do poder mediático.»
Dezembro está a ser muito mais interessante...
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