O PEC está morto! Viva o PEC!
Desta vez, não houve tabus para Cavaco Silva.
Perante uma União Europeia que aceitou os défices orçamentais da Alemanha e da França, Cavaco disse no seu já conhecido tom de quem nunca se engana e raramente tem dúvidas que:
«O Pacto de Estabilidade e Crescimento está neste momento morto, pelo menos no que diz respeito à parte sancionatória». «Esperamos que agora tenham a coragem de liquidar de vez o PE.»
O «Público» intitulou a este propósito que «Constâncio recusa-se a fazer o funeral do pacto de estabilidade», avisando o Bartoon que «já vai sendo tempo de [ele] se mentalizar», pois «daqui a pouco temos a missa do sétimo dia».
De facto, se dúvidas ainda restassem, a França e Alemanha (as duas maiores economias da zona Euro) obtiveram o aval para a sua política orçamental em pleno ECOFIN, apenas com os votos contra da Espanha, Holanda, Finlândia e Áustria.
O Comissário Pedro Solbes, lamenta.
Manuela Ferreira Leite apoia, solidariamente.
E Hans Eichel, o Ministro das Finanças da Alemanha, explica:
«O melhor exemplo de que o PEC imposto na União Europeia não funciona em tempos de crise é a recessão que está a atravessar Portugal»,(...) «que terá no próximo ano um défice superior a 5%».
Diogo Madeira, na revista Prémio, questiona pertinentemente:
«Como é que, a partir de agora, pode o Governo continuar ?firme e hirto? nos 3%, quando votou favoravelmente a permissão do prazo para a França e a Alemanha manterem o seu défice acima daquele patamar?»
Num casting de perfeito coveiro, Cavaco Silva anuncia que o PEC está morto e enterrado.
E começa a perceber que o «Monstro das Finanças Públicas» a que se referia profeticamente, está aí em força: chama-se Manuela Ferreira Leite.
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