Ainda é pior do que eu pensava
Ontem expressei a uma professora os pontos de vista que já aqui manifestei sobre o Big Brother no Manual de Português. Ou seja, que:
a) se o regulamento apresentado no Manual fosse por exemplo o de O Preço Certo ninguém teria dito nada;
b) o estudo dos textos regulamentares faz parte do programa da disciplina, e as autoras do manual entenderam que com o regulamento daquele conhecido concurso seria mais fácil aos estudantes apreender as bases do que é um texto de carácter regulamentar; o que me parece absolutamente louvável, até numa lógica de cidadania;
c) logo, esta é uma tempestade num copo vazio e sem qualquer razã de ser.
Pois, pasme-se, a resposta que tive foi pior do que aquela que teria nos meus piores pesadelos. Foi-me dito, basicamente, que em nenhum caso deveria ser feita referência a um concurso como o BB, que (ACREDITEM QUE É VERDADE) se fosse o regulamento de um outro concurso como o acima referido ninguém teria dito nada, que o BB em si é que é o problema.
E mais, que toda a educação deveria ser orientada no sentido de levar as pessoas a assistirem a programas televisivos culturais. E, acrescento eu, a mais nenhum outro.
Depois disto, quem tem dúvidas sobre o carácter absolutamente ESTALINISTA das críticas ? Se temos um assumir descarado de que a democracia de nada interessa, porque o gosto das pessoas tem de ser condicionado e educado, sem qualquer respeito por aquilo que é estritamente individual ?
Porque, claro, preferir Bach a Monteverdi é legítimo. Mas já é criminoso preferir os Brainstorm a Miles Davis. Ou os Trinta e Um a Mozart.
Ou Miguel Sousa Tavares a James Joyce. Etc.
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