quinta-feira, dezembro 11, 2003

Espantoso

É espantoso como é que com 26 anos Pedro Lomba é capaz de defender posições tão atrasadas, no seu post "Campanha Alegre".

Senão vejamos.

1. "Brincar à democracia é um desperdício"

Ora:

a) para PL, umas eleições para uma associação académica são brincar à democracia. Logo, as eleições para o Automóvel Clube de Portugal também serão brincar à democracia, consequentemente. E a democracia apenas se refere aos órgãos do Estado.

Isto implica uma de duas consequências:

OU por serem estudantes é logo brincadeira, e PL, que não saiu dessa condição há tão pouco tempo como isso, portanto há pouco mais de 3 anos, considera que aqueles não podem por natureza levar seja o que for a sério, o que é de gravidade assinalável,

OU considera que a democracia é algo que não pode nem deve existir nas estruturas sociais, o que é manifestamente estranho para quem lecciona Direito Constitucional.

Mas enfim. Como contemporâneo de PL na Faculdade de Direito de Lisboa, entre 1995 e 1998, não me recordo não só da sua cara (num estabelecimento de ensino onde quase toda a gente conhece quase toda a gente de vista) como também creio que nunca dele ouvi falar. No respectivo curso 1995/2000, conhecido à direita era um Ricardo Chaves. E nenhum Lomba.

2. Mas parece que a resposta fica dada, quando PL nos diz que "Antes dos 35 anos, não devia ser permitido entrar em campanhas eleitorais. Até essa razoável idade, uma pessoa tem metade de uma vida para provar se se consegue safar sem a política. Só depois, e se nada correr bem, é que temos o Bloco Central à nossa disposição. Só depois devemos escolher a nossa bancada.

O que prova um profundo desprezo por tudo o que seja participação política, incluindo a sua própria (até me espanta, sendo assim, como é que larga bitaites uns atrás dos outros sobre o assunto nos jornais), pior, uma absoluta falta de respeito pelos partidos fora do bloco central, tão respeitáveis como o PS e o PSD, diga-se.

Ainda pior, um total desconhecimento do que é a política na realidade. Pouco ou nada me interessa se o detentor de algum cargo político se consiga safar sem a política ou não, desde que cumpra a sua missão com qualidade e respeite as normas legais aplicáveis. Nem a mim nem a seja quem for com um mínimo de bom senso. Sem prejuízo de que depender da política para viver seja das ÚLTIMAS coisas que eu gostaria que me acontecesse. Mas isso já é opção de vida.

Mas o mais grave é a pública e notória declaração de tachismo. PL está preto no branco a dizer que espera, pelas suas supostas capacidades intelectuais e, acrescente-se, absoluta ausência de trabalho político, vir do nada para a bancada de um dos partidos do arco do poder. E quem sabe se mais não ambiciona.

Mas numa pura e gratuita vontade de tacho pelo tacho.





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