sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Freaks


Ok. O livro é um best-seller nos Estados Unidos, pelo que não é de admirar a forma como já está a vender cá em Portugal.

Apesar disso, «Freakonomics» é um livro extremamente interessante de ler, principalmente para aqueles que não costumam ligar muito às questões de Economia (os gestores, por exemplo).

Quando Gary Becker ganhou o Nobel da Economia, estava aberto o mainstream para uma abordagem mais sociológica na economia. Mas o recurso a complexos modelos econométricos acaba por tornar assépticas quaisquer conclusões sobre, por exemplo, «Evolutionary Efficiency and Mean Reversion in Happines» («We model happiness as a measurement tool used to rank alternative actions. The quality of the measurement is enhanced by a happiness function that adapts to the available opportunities, a property favored by evolution. The optimal function is based on a time-varying reference point -or performance benchmark- that is updated in a statistically optimal way»...).

O trabalho de Steven Levitt, passado agora a livro com a parceria de Stephen Dubner, é mais pragmático. É o de um professor universitário que desce à terra e olha para os mais diversos fenómenos com a visão de um economista, procurando as explicações atrás explicações (eliminando as correlações espúrias...).
«"I just don't know very much about the field of economics," he told Dubner at one point, swiping the hair from his eyes. "I'm not good at math, I don't know a lot of econometrics, and I also don't know how to do theory. If you ask me about whether the stock market's going to go up or down, if you ask me whether the economy's going to grow or shrink, if you ask me whether deflation's good or bad, if you ask me about taxes-I mean, it would be total fakery if I said I knew anything about any of those things.

Por exemplo, gostava de ver os economistas da nossa praça (muito em particular o João César das Neves) a comentar a principal explicação que Steven Levitt utiliza para explicar a diminuição da taxa de criminalidade durante a década de 90 nos Estados Unidos: nada mais que a legalização do aborto na década de 70!


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