segunda-feira, fevereiro 13, 2006

«As Sondagens de Opinião»

Luís Queirós, Director-Geral da Marktest, escreve hoje no DN um artigo de opinião dedicado a «revisitar desapaixonadamente o tema» de «As Sondagens de Opinião».

«Em particular, as sondagens realizadas diariamente ao longo da campanha pela Marktest para o DN e a TSF», que « foram um facto novo e tiveram um eco que ultrapassou em muito os meios que as divulgaram.»

«O que aprendemos nesta última campanha?», questiona Luís Queirós.

«Sabe-se mais e discute-se mais sobre sondagens; esse fenómeno novo que são os blogues permite fazer circular rapidamente a informação, produz feed-back sobre os resultados publicados e condiciona, em tempo real, os próprios produtores da informação e os jornalistas. As sondagens diárias da Marktest para o DN e a TSF, logo baptizadas de Tracking Polls, à moda americana, criticadas ou aplaudidas, ampliaram grandemente o interesse pelo tema. Elas vieram mostrar de uma forma dinâmica as movimentações do eleitorado, revelaram tendências e permitiram detectar fenómenos que doutro modo apenas seriam suspeitados.»

Luís Queirós parece rejeitar aqui a denominação de Tracking-Polls às «sondagens diárias» (cujas amostras, na primeira semana, eram de 150 entrevistas (0,0015-20% do universo?).

«Até que ponto as sondagens, sobretudos estas diárias, lidas de forma dinâmica, influenciaram o eleitorado? Até que ponto os fenómenos expressos nestas sondagens, a queda progressiva de Cavaco e a ultrapassagem de Soares por Alegre, eles próprios, terão tido um efeito reflexivo sobre os eleitores?
Esta deveria ser a verdadeira questão a debater, mais que contabilizar diferenças de um ou dois pontos percentuais ou lançar suspeitas sobre quem faz as sondagens. »

Ora, foi essa a questão várias vezes levantada no Martinho d'Arcada, desde o início da publicação do tracking-pool, em especial através da análise das fichas técnicas disponibilizadas pela Marktest. Aliás, houve vários pontos relacionados com as variações da composição diária da amostra que, até agora, não obtiveram esclarecimento (nem do guru das sondagens na blogosfera).

Outro facto curioso, não referido por Luí Queirós, foi que o Tracking-Pool esteve sozinho no plateau mediático durante os 15 dias da campanha eleitoral: não foram publicados quaisquer estudos até à ante-véspera das aleições. Foram título diário da 1ª página do DN, com múltiplas referências descontextualizadas nos restantes orgãos de comunicação social.

Neste seu artigo de opinião, Luís Queirós não deixa de escapar uma frase enigmática:
«Os resultados eleitorais foram o corolário do trabalho realizado.»

5 Comentários:

Às 14 fevereiro, 2006 22:25 , Blogger Tonibler disse...

Como eu sempre disse, o tracking nunca existiu. E é falso que tenha sido a única sondagem nos 15 dias de campanha. Parece-me que o camarada Garcia está a exagerar um pouco uma vez que de dia 6/1 a 20/1 houve DEZ (10) sondagens, incluindo uma da Eurosondagem que dificilmente pode levar esse nome. O que o Garcia quis dizer, se calhar, foi que nos 15 dias de campanha o PS só conseguiu pôr cá fora uma sondagem no fim da campanha. Mas isso....

Quando às questões do David, já nem sei que mais dizer...

 
Às 15 fevereiro, 2006 16:32 , Blogger Mario Garcia disse...

Entre 7/1 e 19/1, para além da Marktest, houve uma sondagem da TVI/Intercampus (a 12/1) e uma sondagem da Pitagórica!

Em contrapartida, houve 13 divulgações diárias do tracking-pool no DN e na TSF!

(É só conferir os quadros do Pedro Magalhães...)

 
Às 15 fevereiro, 2006 21:25 , Blogger Tonibler disse...

Garcia,

Entre 6 e 20 houve, além da Marktest, houve mais 7 sondagens. Mas se quiser que as datas batam com o seu número, experimente entre 8/1 e 8/1. Foi um escândalo, só houve a sondagem da Marktest...

Claro que o escândalo do "erro" da Eurosondagem, esse, não parece nada suspeito. Se calhar, para a próxima, têm que inventar números durante 13 dias...

 
Às 16 fevereiro, 2006 02:08 , Blogger Mario Garcia disse...

Vamos lá ver se nos entendemos:

A campanha eleitoral decorreu entre 6 e 20 de Janeiro.
Houve diversas sondagens a 6 e a 20.
Curiosamente, entre 7 e 19 não houve sondagens nem da Católica, nem da Eurosondagem, nem da Aximage, etc.
Esteve a Marktest sozinha no terreno.

Isto é um FACTO.

Se não se importa, diga quais foram essas 7 sondagens, que eu tenho curiosidade de as conhecer (apesar de já não terem o mesmo interesse).

 
Às 14 novembro, 2006 03:27 , Anonymous Anónimo disse...

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