Já repararam ...
... no tempo que aquela quantidade de intelectuais e pseudo-opinion-makers tiveram que esperar para atacar Manuel Maria Carrilho por causa da Bárbara Guimarães?
(invejosos - Bárbara há só uma e é do Professor)
... que começa a ser difícil distinguir Pedro Silva Pereira de José Sócrates, tal a sincronia de entoação, vocabulário, tom ou timbre?
... como a luta sindical se anima sempre que o PS está no Governo?
(ler a «Carta Aberta a Carvalho da Silva» no Jumento)
Como o Jumento consegue ser mais hiperactivo que o Pedro Sá, reproduzo en seguida a referida carta aberta:
CARTA ABERTA AO DR. CARVALHO DA SILVA
Li hoje no jornal Público que está a prepara uma greve da Função Pública e apeteceu-me escrever-lhe esta carta para lhe dizer algumas coisas que não lhe posso dizer pessoalmente porque nem sou do seu partido nem sei de outra forma de chegar à fala consigo.
Aliás, em mais de vinte anos de funcionário nunca soube como chegar à fala com um sindicalista, a minha relação com os sindicatos é feita através das suas entrevistas nas TVs ou, de vez em quando, com uns cartazes de design duvidoso que aparecem nas paredes dos serviços. Não tenho memória de ter havido uma reunião com os funcionários para que estes digam o que querem ou pensam; vejo isso suceder nas empresas públicas de transportes, mas na FP não.
Fico com a sensação de que os sindicatos da FP me consideram um borrego que está dispensado de pensar ou opinar, alguém decide se eu devo ou não fazer greve e quando. E se os funcionários não são ouvidos eu gostaria de saber quem decide sobre as suas lutas laborais.
De qualquer das formas não se preocupe comigo, apesar de não concordar totalmente com a política do Governo não vou fazer greve, mas gostaria que conhecesse as minhas razões.
Durante estes dois anos e meio bati-me contra um governo incompetente e de quase extrema-direita, durante dois anos e meio vi os seus sindicatos meterem o rabinho entre as pernas perante as ameaças de Manuela Ferreira Leite; os seus sindicatos já tentaram provocar mais agitação em cem dias do que em dois anos e meio. E não estou disposto a apanhar com mais quatro anos de PSD, senão mesmo dez como sucedeu com Cavaco Silva; talvez você se sinta mais líder dos trabalhadores, talvez dê mais pica lutar contra um governo de direita (o que não se viu com Durão e Santana), mas depois quem se amola sou eu.
Não me revejo num sindicalismo que trata os trabalhadores como se este não tivessem opiniões ou vontade própria, limitando-se a dizer-lhes quando devem fazer greve, e muito menos quando no final aparece o senhor Jerónimo de Sousa a falar na "manif" em nome dos trabalhadores. É um sindicalismo em que "funcionários sindicais" acham que devem decidir pelos funcionários públicos, isto é, um sindicalismo que tende a não representar os trabalhadores e onde a actividade sindical se mede mais pelo seu valor para o currículo partidário do que pela situação dos trabalhadores.
Com os melhores cumprimentos.
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