A desilusão espanhola
Zapatero é uma enorme desilusão.
Leiam este excerto da entrevista que deu ao Público:
O que quero é que o meu país seja conhecido no mundo como um país que luta pela paz, um país solidário que contribui para o desenvolvimento dos países mais pobres.
Nesta frase estão duas ideias absolutamente condenáveis:
- prioridade máxima à ajuda aos "pobrezinhos", o que no mínimo é uma monstruosa falta de respeito perante os seus eleitores, dentro de uma lógica bacoca de que os países mais desenvolvidos têm de sustentar e de ajudar os mais pobres, ainda por cima paternalista;
- um desejo de reconhecimento pelo pacifismozinho, ainda que tenhamos que dar o desconto a afirmação tendo em conta o contexto iraquiano.
Ou seja, está ali plasmada aquela que é a mentalidade clássica dos socialistas portugueses em particular e da esquerda portuguesa em geral, a qual tem que ser rapidamente transformada (Jorge Coelho é, aliás, um grande precursor dessa transformação).
E ela é a que ser de esquerda é ser bonzinho e dar a outra face quando nos batem. Exemplo clássico: o PSD governamentaliza a RTP, e o PS quando vai para o Governo não o faz. Se é um facto que é lamentável que o PSD o faça, o PS não pode ser anjinho, sob pena de lhe ser mais difícil o acesso ao poder, e logo de concretizar as mudanças sociais e económicas a que se propõe.
Não tenho dúvidas de que, em política, a única mentalidade possível é algo próximo do "olho por olho, dente por dente".
Ainda a propósito de Zapatero, escusado será dizer que em meu entender Aznar tinha uma visão política muito mais acertada ao ter como objectivo a entrada da Espanha no G-8. Pena que o Presidente do Governo espanhol não siga o mesmo objectivo, cuja concretização seria aliás muitíssimo positiva para Portugal...
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