terça-feira, dezembro 23, 2003

Imigrantes e eleições locais

Discordo deste post de Vital Moreira. Por estes motivos:

1. Pela relação que faz entre pagamento de impostos e direito de voto, uma vez que o princípio no taxation without representation já foi ultrapassado por formas mais avançadas de legitimação e de participação democráticas.

2. Não se exigir a reciprocidade redunda numa total falta de respeito pelos cidadãos portugueses residentes no estrangeiro, e demonstra na comunidade internacional um Estado que não se dá ao respeito.

3. Mais grave, admite que a concessão do direito de voto para as eleições locais sem reciprocidade é apenas um primeiro passo. Ora, será que lhe ocorreu que os imigrantes que vivam em Portugal após vários anos podem, nos termos da lei, pedir a nacionalidade portuguesa, que depois de concedida lhes permitirá votar ? Que lógica então terá conceder direito de voto a imigrantes, sem reciprocidade, após viverem em Portugal alguns anos ?

A consequência desta linha de pensamento já eu a conheço bem, é típica da esquerda mais calhorda que se autoproclama como mais avançada.
Que é a perigosíssima lógica de "Os países não interessam para nada". E há alguém disposto a dizer que PORTUGAL de nada interessa ?

Curiosamente, ainda ontem estava num chat da internet (Para quem goste do Festival da Eurovisão, canal #eurosong no server irc.eurosong.net, port 6667), e era curiosa esta distinção:

- por um lado, suecos e neerlandeses a dizerem que não têm qualquer orgulho da sua nacionalidade, com os suecos a levarem a coisa ao ponto de dizerem que apenas tiveram sorte de nascer ali (eu vou dispensar-me de fazer comentários quanto à mentalidade sueca e aos horrores politicamente correctos que lhes transmitem nas escolas);
- por outro lado, britânicos, portugueses e gregos a terem a posição diametralmente oposta, transmitindo orgulho no seu país e nacionalidade.



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