O Voto Fácil
No seguimento do texto anterior, constato que o Editorial da revista Sábado intitula-se "Pense Bem Antes de Votar no Bloco". Passo a citar:
«Chegou a altura de levar o Bloco de Esquerda a sério. Até agora, este partido tem sido uma agremiação de castiços, a quem toda a gente diz que sim, façam eles o que fizerem, como era hábito antigamente com os bobos da corte, que divertiam mas não incomodavam. No entanto, o Bloco de Esquerda ameaça ter um resultado surpreendente nas eleições de 20 de Fevereiro e, como se viu no debate entre Francisco Louçã e Paulo Portas, começa a ter pretensões de ditar, com olho rútilo e dedo em riste, a forma como devemos conduzir a nossa vida. Por isso, é bom que comecemos a dar o devido peso às palavras, actos e omissões do partido que mostra Joana Amaral Dias e esconde o major Mário Tomé.»(...)
«Aqueles que admitem votar no Bloco a 20 de Fevereiro devem, portanto, pensar bem. Querem uma "ruptura com o capitalismo"? Querem "alterar o modelo de sociedade"? Querem juntar-se à diplomacia do Terceiro Mundo? Querem ser compreensivos com a ETA? Se querem, estejam à vontade; se não querem, e simplesmente acham graça à "irreverência" dos bloquistas, então talvez seja melhor acabarem com o sorriso fácil e levarem o seu voto a sério.»
O Bloco de Esquerda já fez questão de esclarecer que não quer ir para o Governo. Óbvio! O tipo de postura bloquista, de crítica permanente, é incompatível com qualquer exercício de poder, que o atiraria directamente para o campo oposto. Seria o princípio do fim.
Um bom resultado do Bloco de Esquerda que resulte directamente do enfraquecimento do Partido Socialista, terá como resultado uma maioria parlamentar de esquerda inútil. Aliás, o Bloco já o demonstrou anteriormente, ao negar o seu voto ao governo de António Guterres nas questões fundamentais. Se Louçã já se recusou a ser "cúmplice" de Guterres, porque o seria agora de Sócrates?
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