quarta-feira, março 16, 2005

O Ego em Expansão do Pinto

Por estar no espírito deste blogue, transcrevo na íntegra o artigo de Alexandre Borges no jornal «A Capital», intitulado:

O Pinto

«Era notícia do Expresso de sábado passado: Sérgio Sousa Pinto é candidato à vice-presidência do Parlamento Europeu.
[Pausa para me agarrar à barriga.]

Quem é Sérgio Sousa Pinto?

Alguns recordá-lo-ão como líder da Juventude Socialista, um dos propulsores da chegada do tema do aborto ao debate na Assembleia,
resultando naquele referendo de má memória em que quase nenhum eleitor viu interesse em inscrever uma cruzinha.
Eu, pessoalmente, lembrá-lo-ei sempre como o deputado que errou as seis respostas a seis perguntas níveis "principiante" e "principiante mais" de História de Portugal, num inquérito realizado por O Independente, anos atrás, em
S. Bento. Ou como o grande delfim de Mário Soares e Manuel Alegre que, assim que avistou o poder a cair na direcção dos braços de Sócrates, se lhe juntou como uma mosca à pele suada em dia de sol.
A história conta-se em poucas palavras: António Costa ainda nem sequer tinha tomado posse como ministro e já havia quem estivesse preocupado com o lugar de vice-presidente do hemiciclo de Estrasburgo que deixaria vago.
Os 12 eurodeputados socialistas, ao que parece, haviam concordado em colocar Edite Estrela como chefe da delegação e o antigo ministro da Agricultura, Capoulas Santos, no segundo lugar da hierarquia do Parlamento. Mas Pinto, sem aviso prévio, decidiu candidatar-se sozinho.
Argumento, entre outros de idêntico calibre: "Uma aspiração legítima e um corolário justo da minha passagem pela política europeia e por esta casa."
Desculpe, estamos a falar de quem? Do Soares, não é?
Não. Do Pinto.
Deve ser uma coincidência de nomes. Deste tínhamos ideia de que tinha 30 e poucos anos e nada provado enquanto político ou qualquer outra coisa. »